DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE ACIDEZ EM ÓLEO RESIDUAL DE COZINHA PARA PRODUÇÃO DE BIODISEL

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Verde

Autores

Santos, T. (UNIFESSPA) ; Siqueira, J. (UNIFESSPA)

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo determinar o índice de acidez do óleo usado em frituras e indicar a possibilidade da utilização deste resíduo como matéria prima para futura produção de biodiesel. As amostras foram adquiridas em lanchonetes na cidade de Marabá-PA e a determinação do índice de acidez foi realizada através de titulação com hidróxido de sódio padronizado e uma solução homogênea contendo a amostra em solução neutra de éter-álcool (2:1) e fenolftaleína como indicador, todas em triplicata. Os resultados obtidos sugerem que as amostras estavam seguindo o padrão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que determina um percentual de 3% de acidez para a utilização de óleo como matéria prima para produção de biodiesel.

Palavras chaves

Índice de acidez; Óleo; Biodiesel

Introdução

O óleo de fritura, material indispensável na cozinha pela sua facilidade na preparação de variados alimentos é hoje um dos principais responsáveis pela poluição de hidrografias, solos e entupimento de rede de esgoto, ocasionando dessa forma diversos transtornos para a população. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) o óleo de cozinha em determinado tempo de utilização sofre diversas mudanças físico-químicas visíveis como o escurecimento intenso da coloração, forte odor, sabor que diferem do normal, formação de espuma e fumaça no momento da preparação do alimento. Essas mudanças sofridas pelo óleo se devem ao seu uso prolongado, sua exposição a altas temperaturas e ao ar no momento de sua utilização o que resultam em diversas reações químicas, na qual se pode destacar a hidrólise e a oxidação em que ocasionam a formação de ácidos graxos livres e compostos voláteis que são responsáveis pelo odor e sabor desagradável nos alimentos (ANVISA, 2004).No entanto, o resíduo de óleo pode ser utilizado como matéria prima para produção de combustíveis renováveis e que são designados de biodiesel (ANP, 2016). A produção de biodiesel traz benefícios socioeconômicos pelo seu baixo custo de produtividade, para o meio ambiente pela utilização de resíduo que antes não possuía um destino correto e também uma redução significativa de poluentes atmosféricos responsáveis pelo efeito estufa, derivado de combustíveis fósseis (FAUSTINO, 2015). Baseado no exposto o objetivo deste trabalho foi analisar o índice de acidez e comparar com os parâmetros estabelecidos pela ANP e ao final certificar se o óleo residual está adequado para a utilização na produção de biodiesel economicamente viável.

Material e métodos

Foram utilizadas duas amostras de resíduos de óleo adquiridos em estabelecimentos comerciais na cidade de Marabá-PA. As amostras foram filtradas para a remoção de impurezas e armazenadas em garrafas pets com suas respectivas identificações. Em seguida, foram pesadas aproximadamente 2 g de cada amostra e adicionadas em solução de éter-álcool (2:1) neutra e fenolftaleína como indicador, em seguida homogeneizada. A solução foi titulada com solução padronizada de hidróxido de sódio 0,0926 M até o aparecimento da coloração rósea e sua persistência por 30 segundos. As análises foram feitas em triplicata para estabelecer uma maior precisão nos resultados obtidos.

Resultado e discussão

O índice de acidez nas amostras dado pela medida de teor de ácidos graxos livres é expresso pelo percentual de ácido oléico como o ácido principal da composição foi de 0,9% para a primeira amostra e 1,1% para a segunda amostra. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a porcentagem de ácidos livres não deve ultrapassar o percentual de 0,9% para o consumo humano devido as mudanças estruturais dos mesmos ao serem submetidos ao processo de fritura de forma incorreta. O percentual da primeira amostra está exatamente na média, ao contrário da segunda amostra que já ultrapassou o percentual padrão. Ao ultrapassar o limite estabelecido pela ANVISA, o consumidor corre o risco de desenvolver diversas doenças intestinais (ANVISA, 2004). Nos dois casos, o seu índice de acidez está abaixo de 3%, o qual segue o parâmetro indicado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para a produção sem risco de corrosão ao motor do automóvel e um biodiesel economicamente barato em seu processo de produção.

Conclusões

Os resultados obtidos mostraram que as amostras ao consumo humano devem ser evitadas no intuído de preservar a saúde pelos efeitos do estado de degradação avançado do óleo ao organismo. Porém, estavam seguindo o padrão estabelecido pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para uma produção rentável e sem danos de um biodiesel. Contudo, pode-se concluir que as amostras podem seguir para as demais etapas de analises físico-químicas até encontrar o melhor método de purificação do óleo para a produção de um biodiesel com certificação de qualidade.

Agradecimentos

Referências

1. ANP - Agência Nacional do Petróleo. BIODIESEL. RESOLUÇÃO ANP Nº 45, DE 25.8.2014 - DOU 26.8.2014

2. ANP, AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO; Portaria Nº 255, de 15 de setembro de 2003; Especificação para o biodiesel puro a ser adicionado ao óleo diesel automotivo. D

3. BIOCOLETA. Impactos Ambientais causados pelo óleo. Disponível em www.biocoleta.com/novosite/impactos-ambientais-causados-pelo-oleo-usado-de-fritura/. Acesso em: 17/07/2018.
4. Soares, T.N.S.; Pavão, D.P.; Silva, R.S.; Lopes, I.K.; Santos, T.S.M.; Lourenço, M.S.N. Determinação do índice em óleos vegetais e gorduras utilizadas em bares e restaurantes no litoral da cidade de São Luís. 54° Congresso brasileiro de química, 2014.
5. Faustino, C. V. Caracterização físico-química do óleo residual de fritura tratado com terra clarificante para utilização na produção de biodiesel. Campo Mourão, 2015.
6. INSTITUTO ADOLFO LUTZ - Normas Analíticas, métodos químicos e físicos para a análise de alimentos. 4 ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 200.

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