Avaliação dos parâmetros físico-químicos das águas consumida no município de Salinópolis-PA.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Iniciação Científica

Autores

Pereira, A.L.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Pereira, J.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Sacramenta, N.K.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Cruz, A.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Corumbá, L.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Alves, J.G.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Mescouto, C.S.T. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo

O presente estudo tem o objetivo de avaliar a qualidade das águas consumidas no município de Salinópolis no estado do Pará, baseando-se em parâmetros físico-químico (temperatura, pH, acidez, alcalinidade, cloreto e Ferro total). Foram coletadas cinco amostras selecionadas em cinco bairros de acordo com os pontos de captação da água subterrânea distribuída na cidade. Os resultados foram comparados com os valores recomendados pelo Ministério da Saúde. Todos os valores se encontram na faixa estabelecida pelo órgão regulador, exceto o pH na amostra 5, que ficou abaixo do que prevê a legislação. O acesso á água de boa qualidade constitui um requisito básico para a preservação da saúde humana, por isso é importante o monitoramento da qualidade da água consumida pela população.

Palavras chaves

Água Subterrânea; potabilidade; parâmetros físico-químico

Introdução

A água é um elemento essencial para o ser humano e para a manutenção da vida na terra, no entanto menos de 3 % deste volume é de água doce (ANTUNES, CASTRO e GUARDA, 2004).As águas subterrâneas, na maioria das vezes provenientes de poços, geralmente são menos contaminadas por fatores biológicos e químicos do que os mananciais superficiais, pois não ficam expostas aos diversos agentes poluentes (ECKHARDT et al, 2008). Porém, a diversificada utilização das águas subterrâneas é crescente e, com isso, aumenta a importância da qualidade dessas águas. Ademais, fatores como os esgotos domésticos e industriais e fertilizantes utilizados na agricultura, podem comprometer a qualidade dessas águas, tornando-as impróprias para consumo humano (COSTA et al, 2012).A qualidade da água é influenciada por fatores físicos, químicos e biológicos. (BRASIL, 2007, CIMINELLI et al. 2014; SNSA, 2007).Se algum desses fatores estiver fora dos padrões de qualidade, podem acarretar riscos à saúde. Os padrões são estabelecido pela portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde. No município de Salinópolis, o abastecimento de água para a população local é feito pela COSANPA (Companhia de Saneamento do Pará), através de diversos poços nas áreas de captação na cidade. A profundidade dos poços de abastecimento da COSANPA varia de 80 a 160 metros, sempre captando água subterrânea (FREIMANN; ALVES; SILVA, 2014). A preocupação com a qualidade da água distribuída ao consumo humano é a relevância deste estudo e o seu alvo está em analisar os parâmetros físico-químicos da água subterrânea distribuída para que os resultados obtidos sejam comparados com os parâmetros vigentes de potabilidade, e, dessa forma averiguar com mais eficiência a qualidade da água consumida pela população do município de Salinópolis.

Material e métodos

As amostras de água foram coletadas em cinco bairros denominados São José, Atlântico 1, Ponta da Agulha, Destacado e Porto Grande os quais foram selecionados de acordo com os pontos de captação da COSAMPA presentes no município, onde os mesmos foram renomeados amostra 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente. As amostras foram coletadas no período da tarde, em garrafas PET previamente descontaminadas e rotuladas, onde primeiramente, a torneira foi aberta durante 2 a 3 minutos, em seguida, as garrafas foram ambientadas com a mesma água a ser coletada. Em cada ponto foram coletadas 500 mL de água. Após a coleta as amostras foram transportadas ao laboratório de ensino de química da Universidade Federal do Pará, Campus Salinópolis para realização das análises físico-química. Os parâmetros analisados foram temperatura, pH por potenciometria, acidez por titulação com hidróxido de sódio, alcalinidade por titulação com ácido sulfúrico, cloreto por titulação com nitrato de prata e Ferro total por espectrofotometria na região do UV-VIS no comprimento de onda igual a 510 nm utilizando o método ortofenantrolina. Os resultados foram comparados com os limites estabelecidos pela Portaria n. 2.914 de 12 de Dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Resultado e discussão

A temperatura das amostras apresentam valores variando de 29,00 ºC a 27,00 ºC devido a coleta ser realizada na parte da tarde.Os valores de pH para as amostras 1, 2, 3 e 4 estão em conformidade com o que estabelece a portaria nº 2914/11 do Ministério da Saúde, onde preconiza que a faixa de pH aceitável para o consumo humano esteja entre 6,0 a 9,5. Apenas a amostra 5, com valor de pH 5,80, ficou fora do padrão aceitável. Em relação a acidez, o maior resultado foi para a amostra 5, apresentando valor de 21,02 mg/L, as demais amostras apresentaram valores de 7 mg/L. Para a alcalinidade, a amostra 1 apresentou maior nível com 172,94 mg/L, enquanto que a amostra 5 apresentou menor nível com 16,03 mg/L, provavelmente devido a presença de sais alcalinos que possibilitou à neutralização dos ácidos e consequentemente a água apresentando-se menos ácida nesse ponto, sendo confirmado através do resultado da acidez, onde nesse ponto é o mais ácido. A maioria das águas naturais apresenta valores de alcalinidade na faixa de 30 a 500 mg/L de CaCO3. Em concentrações elevadas, a alcalinidade total pode trazer sabor desagradável (FEITOSA et al, 2010, MORAES, 2008; PEREIRA et al., 2010). Para o cloreto os resultados ficaram entre 14,18 mg/L para a amostra 5 à 38,99 mg/L para a amostra 3, apresentando-se valores bem baixo do teor máximo recomendado pela legislação. Em relação ao Fe total os resultados apontaram maior valor de 0,51 mg/L para a amostra 1 e menor valor de 0,33 mg/L para a amostra 4. Os valores encontrados neste estudo estão próximos ao teor médio de 0,30 mg/L encontrado por Pereira (2010) nas águas subterrâneas da cidade de Barcarena-Pa. O ferro é um parâmetro restritivo na portaria nº 2914/11 do Ministério da Saúde e o valor máximo permitido é 0,3 mg/L.

Conclusões

Os resultados das análises das cinco amostras de água analisadas apresentaram- se em conformidade com os valores admissíveis pela norma, exceto o parâmetro pH, para a amostra 5, que está abaixo do que prevê a legislação. Assim, conclui-se que as águas analisadas possuem qualidade. O acesso á água de boa qualidade constitui um requisito básico para a preservação da saúde humana, daí a extrema importância de se realizar uma vigilância constante da qualidade da água consumida pela população.

Agradecimentos

A FAPESPA pela concessão da bolsa de IC e ao Campus Salinópolis - UFPA

Referências

ANTUNES, A, C.; CASTRO, M. C. F. M.; GUARDA, V. L. de M. Influência da qualidade da água destinada ao consumo humano no estado nutricional de crianças com idades entre 3 e 6 anos, no município de ouro preto - Minas Gerais, MG - 2004.
ECKHARDT, R. R.; DIEDRICH, V. L., FERREIRA, E. R.; STROHSCHOEN, E.; DEMAMAN, L. C. Mapeamento e avaliação da potabilidade subterrânea do município de Lajeado, RS, Brasil. Ambiente e Água - An Interdisciplinary Journal of Applied Science, v. 4, n. 1, p. 58-80, 2008.
COSTA, C. L.; LIMA, R. F.; PAIXÃO, G. C.; PANTOJA, L. D. M. Avaliação da qualidade das águas subterrâneas em poços do estado do Ceará, Brasil. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 33, n. 2, p. 171-180, jul./dez. 2012.
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CIMINELLI V. S. T., BARBOSA F. A. R., TUNDISI J. G., DUARTE H. A. Recursos Minerais, Água e Biodiversidade. Química Nova na Escola, mai. 2014. p.39-45.
SNSA - SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL (org.). Operação e manutenção de estações: abastecimento de água: guia do profissional em treinamento: nível 1 /. – Belo Horizonte: ReCESA, 2007.
FREIMANN, B. C.; ALVES, J. G. V.; SILVA, M. W. C. Estudo hidrogeológico através de perfis geofísicos de poços – Salinópolis-PA. Águas Subterrâneas (2014) 28(1): 14-30.
FEITOSA, F. A. C.; FILHO, J. M.; FEITOSA, E. C.; DEMETRIO, J. G. A. Hidrogelogia. Conceitos e aplicações. 3ª edição. CPRM.
MORAES. P. B. Curso superior de tecnologia em saneamento ambiental CESET/UNICAMP. 2008.
PEREIRA, S. F. P. Química Ambiental: Química da Água, Universidade Federal do Pará. Belem-Pará, 2010. Portalamazonia, 2015. Disponível em http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=559. Acesso em 07 de junho de 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial (da) República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2011. Disponível em: http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/Portaria_MS_2914- 11.pdf> Acesso em: 07 de junho de 2019.

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