ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DA FOLHA DA GRAVIOLA - ESTUDO PRELIMINAR

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Iniciação Científica

Autores

Melo, G.M.P.C. (UFPB) ; Cavalcante, J.A. (UFPB) ; Oliveira, B.F. (UFPE) ; Silva, P.B. (UFPB) ; Cohen, E.F. (UFPB) ; Silva, P.C.G. (UFPB)

Resumo

De acordo com a medicina popular,todas as partes da gravioleira são aproveitadas para fins medicinais.Além de ser utilizada in natura e na produção de sorvetes e xaropes.A secagem é muito utilizada para preservar nutriente e aumentar o tempo de prateleira dos produtos.Os estudos das isotermas de adsorção são importantes para a qualidade e a vida útil dos pós de frutas que dependem de seus teores de água e da maneira como está se encontra ligada ao alimento.O trabalho,tem como objetivo estudar as isotermas de adsorção da folha da graviola obtidas através da secagem em camada de espuma e a verificação do pH do pó da folha da graviola in natura e obtido na temperatura de 70°C.As isotermas foram construídas nas temperaturas de 15°C,25°C e 35°C.O modelo de Oswin foi estaticamente significativo.

Palavras chaves

atividade de água; secagem; Oswin

Introdução

A graviola é da família Annonaceae, sendo ela a espécie Annona muricata L. Seu cultivo é bem difundido no Nordeste Brasileiro, pois o clima semiárido é favorável ao seu desenvolvimento, sendo seus frutos utilizados in natura e na fabricação de sorvetes, xaropes e doces. Para a medicina popular, todas as partes da graviola são aproveitas, pois possuem propriedades medicinais diferentes. Hoje, o chá da folha da graviola tem uso bem difundido, devido às suas propriedades terapêuticas. Além de, ser estudada como coadjuvante no combate ao câncer. Os vegetais, assim como a folha da graviola apresentam uma vida útil pós colheita muito curta. Segundo Santos (1997), a secagem é uma das principais operações realizadas em produtos agroalimentares com propósito de evitar o crescimento de microrganismos e de reações indesejáveis concedendo uma maior vida útil e qualidade do produto. De acordo com Santin (1996), o crescimento de microrganismos depende da atividade de água. O intervalo de água de 0,6 a 0,99 representa a variação na qual são notados desenvolvimento microbianos. Em geral, o valor ideal de atividade de água para o desenvolvimento microbiano se encontra entre o intervalo de 0,9 a 0,99. O entendimento das isotermas de sorção de umidade dos alimentos é válido na previsão do tempo de secagem, vida útil do produto, determinação do tipo de embalagem e na caracterização do produto, até quando o mesmo é constituído por componentes de atividade de água diferentes (ALEXANDRE et al., 2007). As isotermas de adsorção podem ser divididas em quatro classes, de acordo com sua inclinação inicial e, cada classe, por sua vez, em vários subgrupos, baseados na forma das partes superiores da curva (VIEIRA; FALONE, 2004).

Material e métodos

As folhas da graviola foram colhidas na cidade de Pilar-PB. Elas foram higienizadas de acordo com a Resolução RDC nº 218/2005 da ANVISA (BRASIL, 2005). E depois lavadas com água, secas e cortadas retirando-se os talos. O suco da folha foi feito na proporção de 100g de folha para 300mL de água destilada; batido em liquidificador industrial, por 3 min em potência máxima. A espuma foi feita numa batedeira industrial no de tempo de agitação de 5 min, com concentração de espumante de 5%, correspondente ao ponto máximo pré-definidos no planejamento experimental fatorial proposto para a secagem em camada de espuma (NASCIEMNTO, 2018). O espumante utilizado foi emulsificante Portogel®. Os pós das folhas da graviola foram obtidos em uma estufa de circulação forçada de ar, na temperatura de 70°C. As isotermas de adsorção foram feitas a partir das amostras de 0,5g do pó. Em intervalos regulares de tempo, elas foram pesadas e a leitura da atividade de água foi feita no medidor de atividade de água NovasinaLabMaster AW para as temperaturas de 15°C, 25°C e 35°C. A massa de sólido seco foi obtida pelo método gravimétrico (LUTZ, 2008), em que 1g da amostra foi levada à estufa a 105°C e deixada por 24h. A umidade de equilíbrio foi definida de acordo com a Equação 1. X_eq= (mi-mf)/m_ss (1) Com os dados das atividades de água e umidades de equilíbrio dos pós, foram obtidas as isotermas de adsorção. Foram testados os modelos matemáticos de Peleg e Oswin mostrados nas Equações 2 e 3, respectivamente. A análise estatística das isotermas foi feita no software Statistica. X_eq= K_1.a_w^(n_1 )+K_(2 .) a_w^( n_2 ) (2) X_eq=A .(a_w/(1-a_w )) ^B (3) O pH foi medido no pHmêtro por meio de uma mistura homogeneizada de 1g do pó em 10mL de água destilada.

Resultado e discussão

Os valores dos pH dos pós obtidos nas condições de secagem na temperatura de 70°C e in natura foram 5,88 e 6,3 respectivamente. De acordo os resultados colhidos, os pós da folha da graviola apresentam uma variação de pH relativamente baixa, ainda assim, nas condições experimentais os pós apresentam um pH ácido. A curva da isoterma de adsorção para os pós da folha da graviola é mostrada na Figura 2. A curva foi agrupada em relação às temperaturas analisadas 15 ºC, 25 °C e 35 °C para o fatorial máximo. Em relação aos modelos matemáticos analisados o que mais se aproximou dos resultados obtidos experimentalmente foi o de Oswin (Tabelas 1); o modelo de Peleg não se ajustou aos dados experimentais, pois seus coeficientes não foram estatisticamente significativos. O modelo matemático de OSWIN forneceu resultados estaticamente significativo para o ponto máximo. Observou-se que o modelo matemático de OSWIN foi bem aplicado e que devido ao fato de possuir menos parâmetros, os resultados foram mais satisfatórios quando comparados com outros modelos matemáticos testados. As curvas de adsorção dos pós da folha da graviola apresentaram comportamentos bem distintos das curvas encontradas comumente na literatura.

Tabela 1

Parâmetros para as condições do experimento máximo nas temperaturas de 15°C, 25°C e 35°C.

Figura 1

Isotermas de adsorção nas temperaturas de 15 °C, 25 °C e 35 °C para as condições de secagem fatorial máximo e seus respectivos ajustes pelo modelo

Conclusões

Os pós das folhas da graviola apresentam um pH ácido e sem grande variação. Sendo o pH mais ácido o do pó referente as condições do ponto máximo. Os resultados obtidos para o ajuste das isotermas de adsorção foram significativos para as condições experimentais do ponto máximo. A isoterma obtida, não apresentaram classificação definida de acordo com a literatura.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Resolução RDC nº 218/2005 da ANVISA. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2005. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388704/RDC_218.pdf>. Acesso em: 28 de agosto de 2019.

ALEXANDRE, H. V.; FIGUEIRÊDO, R. M. F.; QUEIROZ, A. J. M. Isotermas de adsorção de umidade da pitanga em pó. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v.7, p.11-20, 2007.

FOLONE, S. Z.; SANCHES, S. M.; CAMPOS, S. X.; VIEIRA, E. M. Estudo da adsorção /dessorção do explosivo tretil com turfa na presença e na ausência de matéria orgânica. In: 27ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Salvador – Ba. Sociedade Brasileira de Química.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 1 ed. online. São Paulo, 1020 p. 2008.

NASCIMENTO, S. P. Estudo da secagem do noni (morindacitrifolia l.) em camada de espuma (foam-matdrying), 123 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018.

SANTIN, Ana Paula. Estudo da secagem e da inativação de levedura (S. Cerevisiae).164 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química), Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 1996.

SANTOS, V. M. S.; FERREIRA, W.R.; PINTO, R. L.U. F. Simulação e otimização do processo de secagem de frutas em um secador do tipo túnel concorrente. Revista Brasileira de Armazenagem, v. 22,n. 1, p. 23-32, 1997.

Patrocinadores

Capes Capes CFQ CRQ-PB FAPESQPB LF Editorial

Apoio

UFPB UFPB

Realização

ABQ