ANÁLISE DO POTENCIAL DA ESPÉCIE “BERTHOLLETIA EXCELSA” NA PRODUÇÃO DE ÓLEO FIXO.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Tecnológica

Autores

Pimenta, P.Y.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Silva, A.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Ribeiro, F.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Aragão, J.F.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Sousa, R.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Ribeiro, A.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Borges, K.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Freitas, A.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Maciel, M.M.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo

A espécie vegetal Bertholletia Excelsa, também conhecida como Castanha- do-Pará, é uma das espécies mais importantes da Amazônia, pois apresenta múltiplos derivados tais como: a extração de um óleo perfumado e doce, com elevado potencial nutritivo. Nesse contexto, este estudo explana sobre os processos de extração do óleo da referida espécie, com o intuito de comparar os resultados obtidos pelo método de prensagem manual com a literatura vigente. Assim, destaca-se que a metodologia utilizada obteve rendimentos satisfatórios eficientes em relação aos de pesquisas comparadas.

Palavras chaves

CASTANHA DO PARÁ; ÓLEO FIXO; EXTRAÇÃO

Introdução

A Bertholletia Excelsa pode ser associada a espécies florestais de grande porte, participa da família botânica Lecythidaceae e é endêmica da Floresta Amazônica. Esta pertence a fase final de sucessão, sendo considerada clímax, e seu tempo de vida é longo de acordo com Ávila (2006). A heliófita encontrada em áreas de floresta de terra firme, com temperatura média anual variando entre 24°C e 27°C, umidade relativa do ar superior a 80% e precipitação entre 1.400 mm e 2.800 mm anuais, ademais, trata-se de uma caducifólia durante os meses de baixo índice pluviométrico (FIGUEIREDO; CARVALHO, 2002; LORENZI, 2002; ÁVILA, 2006). Em relação à acidez e o índice de peróxido do óleo são descritos como parâmetros referenciais para determinar a qualidade da conservação de óleos (FERREIRA et al., 2006). A acidez é um dos principais indicativos de padrão de qualidade e estado de conservação da matéria-prima, com maior formação de ácidos graxos livres, modificando a acidez (TURNER; KING; MATHIASSON, 2001). O óleo bruto obtido de castanhas apresenta alto teor de ácidos graxos insaturados, principalmente oleico e linoleico, o que propicia a ocorrência de reações de degradação oxidativa (ZÁCARI, 2008). Diante disto, buscou-se analisar o potencial de produção oleica do fruto da castanha a partir da prensagem hidráulica, comparando ao descritos em literatura.

Material e métodos

A Castanha do Pará foi adquirida em um mercado da região de Ananindeua-PA e conservada ao abrigo de luz até o início do procedimento experimental. Deu- se início com a trituração em unidades menores para facilitar a pesagem; o material botânico foi pesado em balança analítica de precisão obtendo como resultado uma massa em torno de 100 g. Em seguida, adicionou-se o substrato à prensa hidráulica acoplado ao macaco de 100 toneladas no qual ocorreu a etapa de prensagem manual. Em seguida, as sementes foram adicionadas no equipamento para a realização da prensagem, com a utilização de um macaco usando as prensas hidráulicas. Por ser método que não utiliza solvente obtendo-se um produto com suas propriedades naturais preservadas, o equipamento comprime o material contido exercendo determinada força para esmagar as castanhas, foi usado 3 toneladas para começar a extração do óleo. O óleo foi coletado em um erlenmeyer de (70 g) onde foi pedado na balança analítica cerca de (30 g) do óleo obtido. O óleo obtido por prensagem foi verificado que o rendimento também é influenciado pela pressão e tempo de prensagem, este óleo é considerado bruto apresentando sedimentos e tem uma cor escura.

Resultado e discussão

A densidade do óleo da castanha possui um valor médio de 0,91(g/cm3), o valor está próximo ao relato na pesquisa de Ferreira at al. (2006). O valor foi utilizado para achar a quantidade de óleo em ml. 0,897 x 30 = 26,91 mL. O rendimento do óleo essencial extraído de biomassa vegetal pode ser calculado com base na matéria úmida ou base úmida (BU), não foi levada em consideração à porcentagem de umidade que deve possuir a amêndoa dessa semente, pois ela foi adquirida embalada e seca. Esse valor de 26,91% é considerando um pouco maior do que os 23,9 % que foi realizado por ARANHA, SILVA, RODRIGUEZ, FRANÇA e CORRÊA, O método de prensagem hidráulica apresentou um rendimento relativamente bom se considerar a capacidade de força da prensa que foi em torno de (15t). A utilização da prensagem manual é mais economicamente viável em relação ao custo de aquisição, manutenção, e facilidade de uso. O material obtido foi bruto, sem quaisquer resíduos de componentes químicos, não é necessário energia elétrica no uso do aparelho, atuando apenas sob força manual. Os resultados obtidos coadunam com os dados encontrados nas pesquisas de Rodrigues et al. (2005), com óleo de castanha-do-pará, com maior eficiência observada nos parâmetros de temperatura e pressões confirmando a relação entre estas variáveis, ou seja, temperaturas e pressões mais elevadas apresentam maior rendimento para esse óleo. O óleo obtido pode ser observado abaixo na figura 1

Óleo de Castanha do Pará



Conclusões

Desta pesquisa pode depreender-se que a espécie Bertholletia Excelsa possui um amplo potencial produtor de óleo. O método prensagem é eficaz para sua a extração e resulta em rendimento alto de teor de produtos.

Agradecimentos

Referências

ARANHA, R. F.: SILVA, D. A.: RODRIGUEZ, A. M. C.: FRANÇA, L. F.: CORRÊA, N.
C. F.: et al. AVALIAÇÃO DO ÓLEO CASTANHA-DO-PARÁ (BERTHOLLETIA
EXCELSA, H.B.K.) PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL. Docplayer, 2019. Pagina
Incial. Disponível em: <https://docplayer.com.br/>. Acesso em: 26 de feve. de
2019.

ÁVILA, F. Árvores da Amazônia. São Paulo: Empresa das Artes, 2006. 245 p.


FIGUEIREDO, F. J. C.; CARVALHO, C. J. R. de. Aspectos fisiológicos de
sementes de castanha-do-brasil submetidas a condicões de estresse:
emergência e respiracão. Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2002. 20
p. (Embrapa Amazônia Oriental. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 5).

FERREIRA, E.S.; SILVEIRA, C.S.; LUCIEN, V.G.; AMARAL, A.S. Caracterização físico-química da amêndoa, torta e composição dos ácidos graxos majoritários do óleo bruto da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B.K). Alimentos e Nutrição, Araraquara, v.17, n.2, p.203-208, 2006.

RITTNER, H. Extraction of vegetable oils with ethyl alcochol. Oleagineux, v. 47, n. 1, p. 29, 1992.

RODRIGUES, J. et al. Phase equilibrium of Brazil nut (Bertholletia excelsea L.) oill in supercritical carbon dioxide. Journal of supercritical Fluids, v 24, p. 223-29, 2005a.

TURNER, C.; KING, J.W.; MATHIASSON, L. Supercritical fluid extraction and chromatography for fat-soluble vitamin analysis. Journal of chromatography, v. 936, p. 215-237, 2001.

ZÁCARI, C.Z. Estabilidade oxidativa de óleo extra virgem de castanha do Pará com ervas aromáticas antioxidantes. Piracicaba, 2008. 111f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

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