TÍTULO: Estudo da qualidade físico-química e do mineral cálcio no Pó da Concha de Ostra (Crassostrea rhizophorae), comercializado na cidade de São Luís, Maranhão.

AUTORES: FREIRE, S. F. (UFMA) ; RABÊLO, W. F. (UFMA) ; FILHO, V. E. M. (UFMA) ; SOUZA. C. E. R. (UCB) ; JÚNIOR. V. D. (UFMA) ; CUTRIM. E. F. S. (UFMA) ; OLIVEIRA. I. D. (UFMA) ; SOUZA. G. L. (UEMA)

RESUMO: O presente estudo visou à avaliação da qualidade físico-química e mineral do pó da casca de ostra (Crassostrea rhizophorae), analisado nas amostras colhidas dos municípios de Alcântara, Cururupu e Raposa. Esse pó é recomendado por ser uma fonte rica em cálcio, mineral benéfico no tratamento de doenças, como: osteoporose, raquitismo quando ingerido em dosagens recomendadas. O pó da concha de ostra apresentou valores bem representativos no que se dizem respeito à umidade, cinzas, proteínas, lipídios e valor calórico. O material analisado é rico em óxido e carbonato de cálcio. O mineral cálcio foi quantificado empregando-se a técnica de espectrofotometria de absorção atômica pelo método de chama.

PALAVRAS CHAVES: pó da casca de ostra. qualidade nutricional. crassostrea rhizophorae.

INTRODUÇÃO: A utilização de moluscos bivalves como alimento data da época paleozóica [1] e o seu cultivo foi realizado inicialmente pelos japoneses (2000 a.C.) e romanos (100 a.C), alcançando nos dias atuais elevado nível tecnológico ,tornando-se iguaria de real valor nutritivo e elevado consumo [2]. Muitos organismos aquáticos captam seus alimentos por filtração de partículas suspensas na água que o cercam, como é o caso dos bivalves [3], Do ponto de vista fisiológico, estes moluscos, em geral, aparecem como alimentos nitrogenados notáveis [4]. Mundialmente, as espécies de ostras mais comumente encontradas são a de ostra do mangue (Crassostrea rhizophorae), a ostra japonesa ou ostra do Pacifico (Crassostrea gigas), espécie mais cultivada comercialmente, a ostra francesa (Ostrea edulis), a ostra da Virginia (Crassostrea virginica), entre outras [5]. As ostras são organismos que tem despertado grande interesse devido ao seu sabor, qualidade e valor comercial tem sido alvo de estudos de muitos pesquisadores, especialmente estudos a respeito de análises microbiológicas, metais pesados, área e modo de cultivação, porém ainda são escassos os estudos a respeito da composição química da matéria seca e do aproveitamento da concha para obtenção de cálcio entre outros minerais como suplemento e/ou complemento alimentar. O objetivo deste trabalho foi de estudar as propriedades físico-químicas e mineral para gerar informações concisas sobre o pó da casca de ostra (Crassostrea rhizophorae), comercializado aleatoriamente nas praias, entre outros lugares da cidade de São Luís – MA, determinando os valores reais do mineral cálcio analisado e correlacionando com as dosagens diárias recomendadas.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a avaliação da qualidade físico-química e mineral do pó da concha de ostra (Crassostrea rhizophorae), analisado nas amostras dos municípios de Alcântara, Cururupu e Raposa, foram realizados os seguintes parâmetros: umidade, cinzas, proteínas, lipídios,valor calórico, teor da percentagem de óxido e carbonato de cálcio, usando-se os métodos propostos pelo Instituto Adolfo Lutz, para análise de alimentos. Na quantificação de minerais das amostras analisadas, utilizou-se a técnica de espectrofotometria de absorção atômica (E.A.A) pelo método de chamas, onde quantificou-se o mineral cálcio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a determinação físico-química do pó da concha de ostra obtiveram-se os seguintes resultados para as amostras de Alcântara, Cururupu e Raposa respectivamente: % Umidade (1,01; 0,68; 0,95); % Cinzas (94,96; 94,77; 92,42); % Lipídios (0,13; 0,46; 0,81); % Proteínas (3,10; 3,76; 3,06); valor calórico (13,58; 19,21; 19,51) kcal/100g de amostra; % óxido de cálcio (46,72; 45,61; 45,95); % carbonato de cálcio (83,43; 81,45; 82,05). Os resultados das análises dos teores de minerais (mg/100g) realizadas no pó da concha de ostra nas amostras de Alcântara, Cururupu e Raposa foram respectivamente: cálcio (155,6; 137,56; 137,56). Através das análises feitas nas amostras do pó da casca de ostra (Crassostrea rhizophorae), observou-se que estas estão dentro dos padrões esperados, Verificou-se que em todas as amostras analisadas, obteve-se um valor notável tanto para lipídios, quanto para proteínas, o que não era tão esperado, mas que pode ser justificável pela interferência ínfima da parte comestível (que possui um alto valor calórico), no processo de fabricação do pó da casca de ostra. Foi comprovada que é uma fonte bastante rica em cálcio e que o mineral pode ajudar a proteger o corpo contra várias doenças que vão da osteoporose (deformidades ósseas) até hipertensão.





CONCLUSÕES: Os métodos de análises aplicados ao pó da casca de ostra mostraram-se eficazes e dentro dos padrões esperados, de acordo com os levantamentos estudados. De acordo com estudos realizados, pode-se comprovar que o pó da casca de ostra comercializado aleatoriamente na cidade de São Luís, está dentro dos padrões aceitáveis para dosagem de cálcio (mg/dia). Assim comprovando que além de ser uma fonte riquíssima desse mineral, pode ainda ajudar a proteger o corpo de uma série de doenças que vai desde a osteoporose a hipertensão, podendo ser usado como complemento alimentar.

AGRADECIMENTOS: UFMA, Pavilhão Tecnológico, Central Analítica, Meu orientador Victor e aos demais colegas que me ajudaram a realizar esse trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] SANTOS, E. Zoologia Brasílica: Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Ed. Belo Horizonte. 141p. 1992.

[2] JOSÉ, V.F. Bivalves e a Segurança do Consumidor. 1996.157f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, 1996.

[3] F.D.A. Sanitation of Shellfish growing areas National Sanitation Program. Manual of Operations. Part II. U.S. Dept. of Health and Human Services. Public Health Services. Food and Drug Administration. Washington D.C, 1990.

[4] MOUCHEREK, V.E. Método de Determinação de Cobre II em Ostras, por Espectrofotometria UV-VIS, com Metanolditiocarbamato de Zinco. São Luís, 71p. 1994.

[5] WAKAMATSU, T. A Ostra da Cananéia e seu Cultivo. 2 ed. São Paulo: Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, 141p. 1975.

[6] CARIOCA, M.A.M. Análises Físico-Químicas e Minerais no pó da casca de ovo de Galinha. Monografia de Graduação, 2007.

[7] Dietary Reference Intakes Table, Food and Nutrition Board, National Academy of Sciences, 2002.


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