TÍTULO: Avaliação Química e Bromatológica das Porções Morfológicas do Xique-xique (Pilosocereus gounellei) na Alimentação Animal

AUTORES: SILVA,E.E.P.DA (UEPB) ; FONTES,M.M (UEPB) ; DANTAS,J.P. (UEPB) ; LINA,P.G.DA (UEPB) ; FONTES,M.M.DE (UEPB)

RESUMO: O Nordeste Brasileiro, especialmente o Semi-Árido,a vegetação predominante é a caatinga. Assim o aparecimento de diversas espécies de vegetais, em destaque o Xique-xique (Pilosocereus gounellei) que é uma cactácea forrageira de tronco ereto com galhos ramificados, seus ramos são cobertos por espinhos,a uma altura de 3,76m, sua característica é a capacidade econômica de água e armazenamento. Ela é utilizada como fonte de alimento nos períodos drásticos de seca. Possuindo um valor nutricional, em termos de proteína, e uma boa palatibilidade, minimizando os efeitos negativos da seca no desenvolvimento animal. Este trabalho tem por objetivo avaliar as porções morfológicas do xique-xique, de modo a caracterizar qual porção apresenta um maior índice de: PROTEÍNA BRUTA, MINERAIS, FDN e FDA.

PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: xique-xqiue, avaliação, alimentação.

INTRODUÇÃO: O Semi-árido brasileiro é uma região castigada por períodos de estiagem, deixando muitas vezes a população, que na maioria é de agricultores, em estado de calamidade. A produção na região Semi-árida é estritamente de subsistência e em pequena e média escala, pois as vastas áreas desta região estão em fases de desertificação, propiciadas pelos efeitos das secas, do clima e das queimadas irracionais que constantemente assolam toda estás áreas.

Em se tratando das espécies da caatinga, em destaques as cactáceas, elas vêm a suprir as necessidades de muitos criadores durante os períodos de estiagem, vindo a viabilizar os danos causados pela seca.

Em particular tem-se o Xique-xique (Pilosocereus gounellei), ela é uma cactácea oriunda do Semi-árido, desenvolve-se em solos rasos, e pedregosos e em várias áreas adversas da região Semi-árida. Na época de seca esta planta é utilizada pelos criadores como uma alternativa para a alimentação de seus rebanhos (Barbosa (1997)).

O xique-xique apresenta características peculiar tais como: tronco ereto com galhos ramificados, seus ramos são cobertos completamente por espinhos; a planta pode atingir uma altura de aproximadamente 3,76m, o diâmetro de sua copa variando 1,45m a 3,27m, rica em água, em proteínas, sais minerais, carboidratos, entre outros. Oferecendo melhores condições para a alimentação animal (LIMA (1997)).

Segundo Andrade Lima o cultivo dessa espécie nativa, como reposição forrageira, contribui para o suporte animal, minimizando os efeitos causadores da degradação da Caatinga e possibilitando um maior equilíbrio ecológico.


O objetivo deste trabalho é avaliar o Xique-xique, em termos dos parâmetros: morfológicos, químico e bromatológico caracterizando o valor nutricional da planta.




MATERIAL E MÉTODOS: Em condições naturais foram coletados plantas de xique-xique. Para a coleta do material foram utilizados equipamentos de segurança, por exemplo, facão de cano longo e luvas de couro para um melhor manuseio da mesma. Após a coleta, o material foi levado até Escola Agrícola Assis Chateaubriand, localizada no Campus II da Universidade Estadual da Paraíba, para a realização da queima, com a finalidade da retirada da maior quantidade de espinhos possíveis. A queima foi completa quando a cactácea apresentou um aspecto enegrecido, tendo cuidado para não queimar muito o material, pois não será possível a sua utilização para a alimentação animal. Com a queima, deve-se passar no máximo um dia descanso, pois a partir de 24 horas começam o ploriferar alguns fungos de aparência alaranjada comprometendo o material. Após o período de descanso a cactácea foi dividida em partes morfológica (partes novas e velhas), com a sua divisão o material foi triturado em uma máquina forrageira. Para a trituração a máquina foi totalmente limpa e a primeira forragem desperdiçada, pois massa vai contaminar-se por resquícios contidos na forrageira. Na saída da forrageira colocou-se um saco de nylon limpo, para que o xique-xique moído não entrasse em contado com o chão, evitando assim contaminações. Após a trituração a massa foi armazenada dentro do saco por 24horas.
Tendo-se o material triturado, foi tomado o peso de matéria verde e exposto a secagem em uma estufa de circulação de ar forçado mantida a 65°C por um período de 60 horas, com a secagem do material é tomado o peso de matéria seca e novamente é triturado em um moinho com um peneira de 20 mm de malha para a realização das analises químicas e bromatolológica.





RESULTADOS E DISCUSSÃO: Neste tópico verificam-se o teor de proteína bruta avaliado nas partes morfológicas do xique-xique.

Teor de proteína bruta (%) do xique-xique nas suas partes morfológicas.

Parte morfológica Teor proteína bruta (%)
Parte nova 16,1
Parte velha 10,9

As proteínas são de fundamental importância na alimentação animal, pois estão relacionadas aos processos vitais das celular e conseqüentemente, do organismo a parte morfológica que apresentou um maior nível de proteína bruta foi à parte nova com 16,1%.

A tabela a baixo identifica os teores de minerais do xique-xique em virtude de suas partes morfológicas.
Teor de cinzas (%) do xique-xique em função das suas partes morfológicas

Parte morfológica Teor de cinzas (%)
Parte nova 10,6
Parte velha 5,4

Observam-se quanto ao teor de cinzas os valores possuem uma boa média de variação nas respectivas partes morfológicas com aproximadamente 5,2%. Porém a parte nova teve um maior teor de minerais com 10,6%.

Fibras detergentes

Teor de FDA (%) do xique-xique em função das suas partes morfológicas

Parte morfológica Teor de FDA (%) Teor de FDN (%)
Parte nova 78,00 49,00
Parte velha 68,00 36,00

Se tratando da FDA e FDN o xique-xique apresentou um bom índice, uma vez que a mesa estão relacionada com o processo de digestão animal.


CONCLUSÕES: Podemos concluir que:
Em virtude da divisão da planta, a parte morfológica que apresentou um maior teor de Proteína Bruta, Minerais, FDN e FDA foi à parte nova. Apresentando uma maior eficiência para a nutrição animal, em virtude dos seus índices.


AGRADECIMENTOS: UEPB,CCT E PIBIC

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