7º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Vitória/ES, de 17 a 19 de Setembro de 2014.
ISBN: 978-85-85905-08-8

TÍTULO: UTILIZAÇÃO DO AMIDO E VINAGRE PARA A PRODUÇÃO DE PLÁSTICOS BIODEGRADÁVEIS

AUTORES: Melo, N.V.S. (IFAL) ; dos Santos, Y.D.R. (IFAL) ; Pimentel, Y.D.G. (IFAL) ; da Silva, L.V.A.T. (IFAL) ; dos Santos, J.V.I. (IFAL) ; Silva, V.N.T. (IFAL)

RESUMO: O processo de produção dos plásticos biodegradáveis tornou-se um tema de grande relevância no mundo atual. O descarte inapropriado de plásticos de origem petroquímica tem gerado um efeito negativo no planeta Terra. Assim, o projeto em questão avalia meios de baixo custo na produção de plásticos biodegradáveis, visando obter produtos semelhantes aos convencionais. Nos procedimentos laboratoriais, através de agitação e aquecimento da mistura que se tornará o plástico em questão, são utilizados, basicamente, reagentes orgânicos de fácil acesso, como o ácido acético do vinagre. As etapas do processo são realizadas com relativa simplicidade, buscando atingir rapidez, eficácia e um custo baixo associado.

PALAVRAS CHAVES: BIODEGRADABILIDADE; PLÁSTICO; BAIXO CUSTO

INTRODUÇÃO: A principal finalidade da produção do plástico biodegradável é reduzir o tempo de decomposição do produto em questão, preservando o baixo custo e a agilidade do processo, mantendo também a qualidade. Os plásticos baseados em petróleo produzidos atualmente, causam problemas assombrosos para a sociedade contemporânea, ao passo que poluem o meio ambiente. A “produção biodegradável” passou a ser desvalorizada no momento em que o baixo preço do barril de petróleo de 1900 a 1950 desestimularam este ramo de pesquisa. Em contrapartida, a produção de tais produtos era dispendiosa (JUNIOR, 2008). Diante disso, faz-se necessário procurar uma alternativa permanente de baixo custo e elevada qualidade, a qual fosse capaz de manter o padrão dos plásticos comerciais, preservando o tema urgentíssimo do alcance da sustentabilidade. No Brasil, bem como em todo o mundo, milhares de toneladas de plásticos já foram descartadas indiscriminadamente sem haver um reaproveitamento. O motivo disso, contudo, está na dificuldade do reaproveitamento ao passo que recicla-se parcialmente, e produz-se em grande escala. Por esse motivo a produção de bioplásticos busca eliminar de maneira permanente todos os empecilhos estruturais, visando através de análises laboratoriais e testes, o alcance da excelência. O amido de milho ou de batata é um dos pontos chaves na realização desse processo pois, sob pressão e temperatura, na presença de um agente plastificante, pode ser gelatinizado, e sob efeito de cisalhamento se transformar em um fundido. (ROZ, 2003). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é a produção de plásticos biodegradáveis de baixo custo que possam ser aplicados amplamente em diversos ramos da indústria.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização das análises, fez-se necessário a utilização dos seguintes materiais: o amido de milho, ou da batata; glicerina P.A; um ácido orgânico (nesse caso foi utilizado o vinagre com a finalidade de utilizar o ácido acético presente para hidrolisar as cadeias de amilose e amilopectina, polissacarídeos constituintes do amido); um béquer de 600 mL, água destilada, 2 provetas de 15 mL, um agitador magnético, papel indicador, solução de NaOH 0,1 mol/L para neutralizar a solução e por fim, uma chapa aquecedora na qual a solução foi aquecida até alcançar 80°C (momento em que a solução atinge a viscosidade adequada para a armazenagem e secagem). Inicialmente adicionou-se 300 mL de água destilada ao Béquer. Logo após adicionou-se 15 g de amido de milho ou batata, este obtido através da decantação no qual o amido deposita-se no fundo do béquer para ser retirado) e em seguida 10 mL de glicerina e 15 mL vinagre. Colocou-se a solução em agitação na chapa aquecedora até atingir 80°C, feito isso, neutralizou-se com 10 mL de NaOH 0,1 mol/L e conferiu-se com o papel indicador o pH da solução. Ao retirar a solução da chapa aquecedora, a escolha do recipiente ou bandeja a ser armazenado para secagem é de extrema importância, por esse motivo escolheu-se uma bandeja de vidro, para ser colocada na estufa por 5 horas a 70°C, juntamente com o gel obtido. Após 5 horas de espera, retirou-se a bandeja da estufa e tirou-se o plástico obtido já firme e relativamente resistente, e realinhando-o na bandeja mencionada para armazenagem em ambiente vedado, sem contato com o meio externo, no caso mencionado, o material foi deixado para secagem uma semana em uma estufa desligada. Todas as quantidades mencionadas foram rigorosamente seguidas no processo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O ácido utilizado proporciona a quebra das cadeias de amilose e amilopectina presentes no amido, impedindo uma configuração molecular que causaria resultados desfavoráveis. Após todo o processo mencionado acima, observou-se um plástico firme, que dificilmente se rompe. A cor branco-turvo-amarelada observada no produto final, deve-se ao fato dos materiais e reagentes utilizados no processo de produção do plástico. O tempo de secagem em ambiente vedado é fundamental para a obtenção de um resultado favorável no produto final. A quantidade a ser utilizada de vinagre, é um fator que não pode ser considerado com descaso. Visto que o ácido acético é um ácido fraco, é necessário adicionar uma quantidade maior do que se usaria caso fosse utilizado, por exemplo, o hidróxido de sódio 0,1 mol/L. A coloração do plástico se tornou também um pouco amarelada por conta da própria cor característica do vinagre.

CONCLUSÕES: Através do procedimento experimental abordado foi obtido um plástico firme, resistente e maleável. As quantidades de reagentes e amido por terem sido rigorosamente seguidas, proporcionaram que o plástico pudesse apresentar uma consistência ideal ainda antes da secagem, e posteriormente, um resultado favorável no fim de todo o procedimento.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFAL (Instituto Federal de Alagoas), pela disponibilização do laboratório para a prática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ROZ, A. L. O futuro dos plásticos: biodegradáveis e fotodegradáveis.
Polímeros [online]. 2003, v. 13, n. 4, p. 4-5. ISSN 0104-1428.

JUNIOR, V.A.K; DAGOSTINE, L.; RENS, L. PLÁSTICOS BIODEGRADÁVEIS: REVISÃO SOBRE MÉTODOS DE PREPARAÇÃO E PROPRIEDADES DA BIODEGRADAÇÃO. Scribt [online]. 2008.