8º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2

TÍTULO: REMOÇÃO DO CORANTE ALIMENTÍCIO, AZUL DE INDIGOTINA, DE SOLUÇÕES AQUOSAS EM FUNÇÃO DO pH, COM O USO DE ADSORVENTE DE BAIXO CUSTO.

AUTORES: Martins, B.M. (IFG) ; Silva, G.O. (IFG) ; Anunciação, S.A. (IFG) ; Rocha, G.H.A.M. (IFG) ; Borges, E.C.L. (IFG) ; Sá, F.P. (IFG)

RESUMO: As indústrias alimentícias e têxteis utilizam em seus processos uma grande quantidade de corantes. Os resíduos dessa produção, geralmente são lançados em corpos hídricos, podendo ser altamente interferentes nos processos fotossintéticos, causando os mais variados problemas ambientais. Sabendo-se que as técnicas atuais são de custo elevado, torna-se importante a proposta de alternativas mais acessíveis. No presente trabalho, realizou-se o estudo de materiais de baixo custo para remoção do corante Azul de Indigotina de soluções aquosas. Isso se deu, através da análise das variáveis: tempo de contato, concentração e pH das soluções. Após o estudo, observou-se grande êxito na utilização do adsorvente argila branca, principalmente em meio ácido.

PALAVRAS CHAVES: Argila Branca; Azul de Indigotina; Corante

INTRODUÇÃO: É de conhecimento de todos, que a água é essencial à vida em todas as formas que a conhecemos. Por outro lado, por mais que a Terra tenha sido denominada, "planeta água", a distribuição desta substância é muito mal realizada. Pois somente 4,04% da água do planeta é doce, ou seja, água própria para o consumo humano. Destes 4,04%, ainda se subdividi-se em geleiras, água subterrânea e restando para água dos rios e lagos apenas cerca de 0,009%. Sendo esta pequena porcentagem utilizada pela indústria, uso domestico e agricultura. As indústrias de alimentos e têxteis utilizam grandes quantidades de corantes em seus processos. Estudos recentes indicam que aproximadamente 12% dos corantes sintéticos são perdidos durante as operações de fabricação e processamento, o que equivalem a toneladas de corantes descartados em seus efluentes todos os anos (ESSAWY; ALI; ABDELMOTTALEB, 2008). Diante desta situação, este trabalho teve como objetivo principal, a proposta de uma metodologia que possa ser empregada para a remoção do corante Azul de Indigotina presente em meio aquoso. Evitando assim, que estes corantes interfiram de maneira negativa nos processos fotossintéticos o que prejudicaria a vida aquática (CHIOU; HO; LI, 2004; SRINIVASAN; VIRARAGHAVAN, 2010).

MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente, foi realizada uma fundamentação teórica, com o intuito de obter subsídio para a realização deste projeto. Logo em seguida, realizou-se a coleta e estudo dos adsorventes a serem utilizados em testes, como cascas de arroz, bagaço de cana, telha, argila verde, argila branca e etc. Já o adsorvato, foi gentilmente cedido pela Importadora Brastókio. Após a preparação de soluções do corante Azul de Indigotina, foram realizados estudos decorrente do tempo de contato, pH e concentração das soluções. Todos, diante de agitação e com o uso do adsorvente que melhor obteve êxito nos testes: argila branca. Diante desses estudos, foi selecionado, devido a sua maior eficiência, o estudo em relação ás variações de pH. Com isso, aprofundou-se as análises em função do pH 2, 4, 6, 8, 10 e 12, com soluções de concentrações de 10 mg/L e 20 mg/L. Ressalta-se que a realização da maior parte da pesquisa, aconteceu no Laboratório de Química do Instituto Federal de Ciência Tecnologia de Goiás, Câmpus Inhumas, e utilizou-se os equipamentos e reagentes já existentes no mesmo. Já algumas análises como difratometria de raios X foram realizadas na Central Analítica do Instituto de Química/UFG.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostraram que a argila branca foi o material que mais conseguiu remover o corante Azul de Indigotina de soluções aquosas, isto acontecendo em um tempo relativamente curto, aproximadamente 2 horas. Para o estudo de remoção em função do pH das soluções, foi observado uma grande variação de eficiência na remoção do corante em diferentes pHs do meio, mostrando uma diminuição significativa de absorbância (concentração) na banda característica deste corante, em aproximadamente 610 nm, para baixos valores de pHs, com ótimo de eficiência em pH = 2, Figura 1. Por outro lado, em meio básico não observa-se remoção significativa deste corante pela argila branca, o que pode estar relacionado com o fato de ser um corante aniônico e a argila possuir menor concentração de sítios positivos neste meio.

Figura 1

Espectro UV/VIS para as soluções do corante Azul de Indigotina, em função do pH, com uso de argila branca como adsorvente.

CONCLUSÕES: Foi demonstrado com este estudo que é possível desenvolver metodologias de baixo custo e que sejam eficientes na retirada de corante de meio aquoso. Neste caso, consegui-se uma eficiência maior que 95% na remoção do corante Azul de Indigotina em pH = 2, com o uso de argila branca como adsorvente. Isto mostra que é possível a utilização destas técnicas pelas indústrias, para remoção dos corantes presentes em seus efluentes, desta maneira, preservando a qualidade da água dos rios e lagos e ainda podendo ser reaproveitada em seus processos.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFG e CNPq, pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHIOU, M.-S.; HO, P.-Y.; LI, H.-Y. Adsorption of anionic dyes in acid solutions using chemically cross-linked chitosan beads. Dyes and Pigments, 2004. v. 60, p. 69–84, 2004.

ESSAWY, A. A.; ALI, A. E.-H.; ABDEL-MOTTALEB, M. Application of novel copolymer-TiO2 membranes for some textile dyes adsorptive removal from aqueous solution and photocatalytic decolorization. Journal of Hazardous Materials, v. 157, p. 547–552, 2008.

SRINIVASAN, A.; VIRARAGHAVAN, T. Decolorization of dye wastewaters by biosorbents: A review. Journal of Environmental Management, 2010. v. 91, p. 1915–1929, 2010.