TÍTULO: BINGO QUÍMICO: UMA MANEIRA INTERATIVA E LÚDICA DE ENSINAR E APRENDER QUÍMICA

AUTORES: VILELA, R. F. (IFPB) ; OLIVEIRA NETO, E. L. (IFPB) ; LIMA, F. S. (IFPB) ; BRANDÃO, E. M. (IFPB) ; MEDEIROS, M. G. N. (IFPB) ; QUEIROZ, M. F. V. (IFPB)

RESUMO: Este trabalho propõe a elaboração e construção de jogos como ferramentas didáticas que complementem as aulas de Química no Ensino Médio, propiciando a interação dos alunos durante a aula e facilitando o processo ensino-aprendizagem. A metodologia utilizada partiu da revisão bibliográfica e pesquisa experimental de campo, utilizando como instrumento de avaliação questionários pré e pós aplicação do jogo ao aluno e ao docente, verificando com este a eficácia do bingo e com aquele, seu aprendizado e interesse em relação à química. O Bingo Químico foi aplicado no IFPB em duas turmas: na 1ª série do curso técnico integrado em Mecânica e outra na 3ª série do PROEJA. A aplicação deste vem atingindo seus objetivos, pois aguçamos a curiosidade e o interesse em aprender química de forma motivadora.

PALAVRAS CHAVES: bingo químico, alternativa de ensino, educação lúdica.

INTRODUÇÃO: O atual sistema de educação passa por diversas dificuldades. “A escola foi a que menos evoluiu, tendo permanecido, ao longo do tempo, embebida numa antiquada e inadequada pedagogia que não atende à realidade e às necessidades atuais de seus alunos (MENEGOLLA, 1995)". A situação piora, quando utilizamos desse raciocínio em química, onde é cotidiana a memorização de fórmulas e a aprendizagem mecânica dos conteúdos.
Para resolver essa problemática na química, surge a educação lúdica, uma técnica de ensino secular baseada na utilização de jogos no processo de ensino-aprendizagem. Uma de suas vantagens é a motivação trazida aos alunos pelo lúdico, como complemento dos conteúdos dados em sala de aula.
As práticas lúdicas, além de propiciarem um ambiente favorável ao processo de ensino-aprendizagem pelo fato do jogo gerar prazer, estimulam a interação entre os alunos a partir da construção coletiva do conhecimento. Conforme ARAÚJO (2005), com a aplicação de práticas, o cérebro é estimulado a desenvolver mecanismos indispensáveis à aprendizagem.
Ao docente, que agora será o mediador do conhecimento, cabe saber a importância do lúdico como proposta alternativa de ensino e avaliar a função educativa do jogo, além de dar as devidas recomendações aos discentes a fim de eliminar todo o espírito competitivo que os jogos executados possam conter. ALMEIDA (1990) lista algumas recomendações aos professores ao aplicar os jogos: a de ser um dinamizador enquanto orienta e juiz quando dirige; a de estar atento ao desempenho de cada participante no decorrer do jogo; e de estar ciente e seguro do que faz.
Este trabalho tem como proposta a apresentação do Bingo Químico como ferramenta no ensino da química, desde suas regras até a área em que os mesmos podem ser usados pelo professor.

MATERIAL E MÉTODOS: Para o trabalho em questão, foi utilizada uma metodologia que segue os seguintes passos para a elaboração de um jogo didático: pesquisa bibliográfica; escolha dos conteúdos a serem trabalhados; construção dos jogos; aplicação dos mesmos; avalição/redirecionamento da ferramenta didática. No Bingo Químico, há trinta e duas cartelas, contendo cada uma dezesseis símbolos de elementos químicos. As turmas foram organizadas em duplas e a cada uma delas entregue uma cartela, para que houvesse uma maior interação entre os alunos.
O tema escolhido para o bingo foi a Tabela Periódica. À medida que os nomes eram chamados, os alunos faziam a associação do elemento com o seu respectivo símbolo na cartela. Utilizamos o jogo para efetuar uma contextualização no que se refere à aplicação de cada elemento no dia a dia.
Objetivando a obtenção de dados fidedignos nesta pesquisa, foram aplicados dois questionários para os discentes, sendo um antes e o outro após o desenvolvimento do jogo, enquanto que, para o docente, foi aplicado um questionário após a prática lúdica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a análise dos dados contidos no questionário para os discentes antes da aplicação do Bingo Químico na turma do 1º ano do curso de Mecânica, pôde-se observar que a maioria destes tinham opiniões positivas à respeito da disciplina Química, fato este também observado na turma do 3º ano do PROEJA.
Em relação ao interesse dos alunos nas aulas de Química, a maior parte deles, tanto na turma de Mecânica quanto no PROEJA, consideram-o médio. O motivo para tal se deve, principalmente, às dificuldades em compreender os assuntos.
Também foi verificado que a maior parte dos alunos avaliam a sua aprendizagem nesta disciplina como média ou baixa.
Durante a aplicação dos jogos (Figura 1), verificou-se uma grande participação dos alunos para discutir os símbolos químicos, onde e como cada elemento era obtido. Isso gerava uma discussão importante para o conhecimento dos discentes, que se mostravam motivados e à vontade para tal, principalmente quando se questionava a utilização dos elementos no cotidiano.
Nos instrumentos de avaliação após a aplicação, foi observado que a grande parte do universo de alunos das duas turmas tiveram uma melhora significativa na aprendizagem. Alguns evidenciaram, ainda, através das respostas dos questionários, que a utilização de atividades lúdicas nas aulas é muito importante para a sua aprendizagem, uma vez que eles podem interagir e aprender brincando, quebrando a rotina das aulas tradicionais.
Com as aplicações do jogo e verificação dos dados, observou-se que o Bingo Químico pôde apresentar duas funções: a lúdica, que relaciona o jogo à diversão, ao prazer; e a função educativa, que diz respeito ao fato de o jogo ensinar e, ao mesmo, propiciar a compreensão de mundo (KISHIMOTO, 2006).



CONCLUSÕES: A partir dos resultados obtidos com a aplicação do Bingo Químico, conclui-se que esta é uma ferramenta auxiliar muito importante no ensino da química, uma vez que proporciona um ambiente favorável à construção do conhecimento, além de gerar uma atmosfera propícia para a contextualização do assunto abordado. Com isso, torna-se necessária a utilização, por parte do docente, de metodologias alternativas, fugindo do tradicionalismo, tão presente e constante nas escolas.

AGRADECIMENTOS: Às professoras orientadoras, aos nossos pais, aos professores Ernane e Expedito, à estagiária Paulenice, à Everaldo e Renan.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, P.M. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1990.

ARAÚJO, V. A. Análise comparativa entre práticas lúdicas e tradicionais no ensino das ciências biológicas (Dissertação de Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE: UFPB). João Pessoa, 2005.

KISHIMOTO, K.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. In: O Jogo e a Educação Infantil. 9. ed. Kishimoto, T.M. (Org.) São Paulo: Cortez Editora, 2006.

MENEGOLLA, M. E agora, aluno? Petrópolis: Vozes, 1995. 2.ed.