ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: PODER ANTI-RADICAL LIVRE DE EXTRATOS DE PLANTAS DO PARQUE BOTÂNICO DO CEARÁ E RELAÇÃO COM O TEOR DE COMPOSTOS FENÓLICOS

AUTORES: MAGALHãES, D. V. – UECE1, VIEIRA, M. G. S. – UECE, BRASIL, N. V. G. P. S. – UFC2, MORAIS, S. M. – UECE, CAVALCANTI, E. S. B. – UECE.
1UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARá
2UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARá


RESUMO: A busca pela substituição dos antioxidante sintéticos incentiva muitos estudos de plantas com propriedades antioxidantes. As plantas S. versicolor, P. stipulacea, C. argentea, D. radula, R. armata, A. speciosa, M. triflora foram coletadas no Parque Botânico do Ceará, seus extratos etanólicos preparados e submetidos a análise fitoquímica. O teor de taninos foi determinado de acordo a metodologia descrita por Pansera et al, 2003 e a atividade antioxidante foi realizada pelo método de inibição do radical livre DPPH. Os principais resultados do potencial anti-radical livre e de teor de fenólicos foram, respectivamente: P. stipulacea, 87,7 e 6,430 e C. argentea, 84,3 e 7,629. A atividade antioxidante das plantas está diretamente relacionada com a concentração de seus compostos fenólicos.

PALAVRAS CHAVES: anti-radicais livres, fenólicos totais e plantas parque botânico do ceará

INTRODUÇÃO: Compostos anti-radicais livres podem retardar ou inibir a oxidação de lipídios ou de outras moléculas. Estudos têm demonstrado que o consumo de substâncias com essa natureza na dieta diária pode produzir uma ação protetora efetiva contra os processos oxidativos e, portanto, evitar uma série de doenças entre as quais câncer, aterosclerose, diabetes, doenças do coração e envelhecimento precoce. O interesse em encontrar compostos naturais anti-radicais livres para o emprego em produtos alimentícios ou para o uso farmacêutico tem aumentado consideravelmente, com o intuito de substituir antioxidantes sintéticos, os quais tem sido restringido devido ao seu potencial carcinogênico, bem como pela comprovação de diversos outros males. As plantas Simarouba versicolor (paraíba), Piptadenia stipulacea (jurema branca), Cratylia argentea (camaratuba), Diodia radula (língua de sapo), Randia armata (roseta), Alphinia speciosa (colônia) e Manilkara triflora (maçaranduba), além de serem utilizadas na medicina tradicional para o tratamento de diversas enfermidades, possuem compostos fenólicos, os quais podem desempenhar um importante papel na absorção e neutralização de radicais livres.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletadas folhas de S. versicolor, P. stipulacea, C. argentea, D. radula, R. armata, A. speciosa, M. triflora e preparados seus extratos etanólicos. As classes de compostos metabólitos secundários foram determinadas nos extratos de acordo com o protocolo definido por Matos, 1997. A atividade anti-radical livre foi determinada pelo método DPPH em diferentes concentrações. Após 60 minutos, a absorbância foi lida a 515nm. O teor de fenólicos totais foi determinado segundo o método de Pansera et al.,2003. Os extratos foram dissolvidos em água destilada (100ppm). Uma alíquota da solução (2mL), foi adicionada ao reagente de Folin-Denis (2mL) e a solução resultante foi agitada e deixada em repouso durante 3min. A essa mistura foi adicionada uma solução de NaCO3 8% (2mL), em seguida agitada e deixada em repouso por 2h. Para quantificação dos fenólicos totais nos extratos, foi preparada uma curva de ácido tânico diluído em água. A absorbância foi medida a 725nm. Os experimentos foram realizados em triplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nos testes fitoquímicos detectou-se a presença de taninos catéquicos e algumas classes de flavonóides nos extratos etanólicos de todas as plantas estudadas. Os resultados da atividade anti-radical livre (IV%) e da determinação do teor de compostos fenólicos (ppm) das plantas estudadas foram, respectivamente: Paraíba, 64 e 3,50, Jurema-branca, 87,7 e 6,43, Camaratuba, 84,3 e 7,63, Língua-de-sapo, 85,2 e 3,45, Roseta, 84,7 e 6,25, Colônia, 81,5 e 4,76. Fazendo uma comparação entre os dados acima, observa-se que a atividade antioxidante não é diretamente proporcional ao conteúdo de fenóis totais nos extratos. Porém, como os compostos fenólicos não são as únicas classes de metabólitos com tal potencial outros compostos não analisados como carotenóides e vitaminas poderiam estar agindo em sinergimo.




CONCLUSÕES: Para os extratos analisados, a boa atividade antioxidante não está diretamente relacionada à concentração de compostos fenólicos. Outros compostos como carotenóides e vitaminas devem ser analisados para uma avaliação geral dos constituintes antioxidantes destas plantas.

AGRADECIMENTOS:CNPq, Laboratório de Química de Produtos Naturais (LQPN)- UECE, Universidade Estadual do Ceará

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:Matos, F. J. A. Introdução à Fitoquímica Experimental. Edições da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 1997.
Pansera, M. R.; Santos, A. C. A.; Paese, K.; Wasum, R.; Rossato, M.; Rota, L. D.; Pauletti, G. F.; Serafini, L. A. Análise de taninos totais em plantas aromáticas e medicinais cultivadas no Nordeste do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Farmacognosia, vol.13, no.1, p.17-22, 2003.
Monteiro, J. M.; Lins Neto, E. M. F. de; Amorim, E. L. C. de; Strattmann, R. R.; Araújo, E. L.; Alburquerque, U. P. de; Teor de Taninos em Três Espécies Medicinais Arbóreas Simpátricas da caatinga. R. Árvore, vol.29, no.6, p.999-1005, 2005.
YEPEZ, B., ESPINOSA, M., LÓPEZ, S., BOLAÑOS, G. Producing antioxidant fractions from herbaceous matrices by supercritical fluid extraction, Fluid Phase Equilibria, 194-197, 879-884, 2002.