ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO DICLOROMETÂNICO DA JATROPHA SP DO CERRADO DE MATO GROSSO DO SUL

AUTORES: RODRIGUES,F.A.1;MARINS,N.1; PARREIRA, M.W.F.1; MINGUZZI, S.1; SILVA,A.F.G.1
1UEMS. (SMING@UEMS.BR).



RESUMO: RESUMO:O estudo das raízes e folhas da Jatropha sp, foi realizado com o intuito de determinar a atividade antioxidante das frações e substâncias isoladas.Para isso, obteve-se o extrato etanólico e a partir desse o diclorometânico, que foi fracionado em coluna cromatográfica. O teste qualitativo de atividade antioxidante com beta-caroteno permitiu selecionar a fração SM4 das raízes para o teste quantitativo com DPPH, tendo a rutina como padrão antioxidante.O melhor resultado de capacidade seqüestradora de radicais livres da fração, ocorreu à concentração de 1 mg/mL com 91,51% contra 89,45% para a rutina à mesma concentração.Verificou-se, portanto a presença de substância com bom potencial antioxidante nas raízes da Jatropha sp.

PALAVRAS CHAVES: palavras chaves: atividade antioxidante, jatropha sp, fitoquímico.

INTRODUÇÃO: Apesar das pesquisas existentes e do conhecido uso popular das plantas medicinais no Brasil, o aproveitamento dessas na fabricação de medicamentos é deficiente, havendo assim necessidade de estudos que viabilizem o seu uso farmacêutico, através da elucidação de compostos ativos e eficácia terapêutica comprovada.
O Brasil possui cinco áreas de grande abundância de plantas nativas, entre elas o bioma Cerrado, sendo o segundo maior em área do país (RIBEIRO, WALTER,1998), com aproximadamente 2 milhões de km2. A flora do Cerrado é considerada a mais rica entre todas as savanas do mundo, com uma estimativa superior a 10 mil espécies de plantas (SILVA et. al, 2001), mas somente 1,5% de sua extensão é protegida por lei. Em vista disso é preciso valorizar os recursos que ela oferece e que estão sobre forte risco de extinção (KAPLAN et. al,1994).
Cerca de 40% do bioma já tem sido devastado (RATHER et. al,1997), e este fato pode privar as futuras gerações de utilizarem os prováveis recursos terapêuticos dessas plantas.Devido a isso, surgiu o interesse no estudo da Jatropha sp, planta nativa do Cerrado/MS, a fim de se conhecer seus compostos ativos e sua atividade antioxidante.


MATERIAL E MÉTODOS: A planta utilizada na pesquisa foi coletada próximo ao município de Naviraí/MS.As folhas e raízes foram submetidas à extração com etanol 96% por 30 dias.Os extratos etanólicos foram submetidos à partição com solvente diclorometano.Os extratos diclorometânicos das raízes e folhas foram concentrados, pesados e fracionados em coluna cromatográfica. Para a eluição do extrato das raízes e folhas utilizou-se uma mistura de solventes com diferentes proporções de hexano/acOEt, CH2Cl2/MeOH, e hexano/acOEt/MeOH.
Teste antioxidante qualitativo foi realizado com solução de beta-caroteno (0,05% em diclorometano) em frações e compostos isolados, por meio de aspersão da mesma em placas cromatográficas deixando-as amarelas.Após cerca de 3 hs, o beta-caroteno foi oxidado pelo oxigênio atmosférico, voltando a placa à sua cor original.Teste antioxidante quantitativo foi realizado com solução de DPPH (0,004% em metanol), e o padrão antioxidante rutina. Foram preparadas as seguintes concentrações de rutina e de SM4: 0,01; 0,02; 0,05; 0,08; 0,1 e 1 mg/mL, onde 1 mL de cada, reagiu com 2 mL de DPPH, e submetidas ao espectrofotômetro UV-visível a 517 nm, após intervalo de 30 min.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo fitoquímico das raízes de Jatropha sp, permitiu o isolamento de quatro substâncias, ainda não elucidadas estruturalmente. Uma delas apresentou atividade antioxidante no teste qualitativo, porém não realizou-se o teste quantitativo devido a pouca quantidade de amostra. O teste qualitativo com beta-caroteno é baseado na capacidade de certas substâncias inibirem a formação de radicais livres através de reação fotoquímica. A maioria das frações obtidas das raízes apresentou essa característica, exceto as frações das folhas. Para o teste antioxidante quantitativo, foi selecionada a fração SM4 das raízes por ter apresentado resultado mais expressivo.
A atividade antioxidante no teste quantitativo foi mensurada através da capacidade de extratos de diclorometano descorar a solução de DPPH conforme orientação de SHMEDA-HIRSCHMANN et.al.(1996).A quantificação da descoloração foi obtida mediante leitura em ultravioleta em 517 nm após intervalo de 30 min.Por meio dos valores de absorbâncias, foi plotado um gráfico de variação da absorbância pela concentração da amostra, e outro da rutina. (BLOIS,1958).A análise dos gráficos permitiu verificar expressiva atividade antioxidante em SM4.




CONCLUSÕES: O confronto entre os gráficos da rutina e da fração SM4, apontou que essa última apresenta eficiente capacidade seqüestradora de radicais livres, indicando que há presença de substância com bom potencial antioxidante nas raízes da Jatropha sp, sendo promissora para maiores estudos.
O trabalho prossegue visando o isolamento e a elucidação estrutural da substância contida na fração SM4, responsável pela atividade antioxidante.Além da fração SM4, existem outras que também apresentaram atividade antioxidante no teste qualitativo, incluindo uma das quatro substâncias isoladas.


AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:BLOIS, M. S. Antioxidant determination by the use of a stable free radical. 181: 1199-1200. Nature, 1958
KAPLAN, M.A.C.; FIGUEIREDO, M.R. e GOTTLIEB, O.R. Chemical diversity of pants from Brazilian Cerrados. Anais da Academia Brasileira de Ciências. 66,50-55, 1994.
RATTER, J.A.; RIBEIRO, J.F. e BRIDGEWATER, S. The Brazilian Cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany 80: 223-230, 1997.
RIBEIRO, J.F. e WALTER, B.M.T. Fitofisiomias do Bioma Cerrado. Pg 87-166. In: S.M. Sano e S.P. Almeida (eds). Cerrado Ambiente e Flora. Embrapa Cerrados, Planaltina, 1998.
SILVA, S.R.; SILVA, A.P.; MUNHOZ, C.B.; JUNIOR, M.C.S.; MEDEIROS, M.B. Guia de plantas do Cerrado utilizadas na Chapada dos Veadeiros. Prática Gráfica e Editora LTDA, 2001.
SOLON, S.; LOPES, L.; SOUSA JR. P.T.; SHMEDA-HIRSCHMANN, G. Free radical scavenging activity of Lafoensia pacari. Journal of Ethnopharmacology. 72, 173-8; 2000.