ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: TRITERPENOS DO CAULE DE SALACIA IMPRESSIFOLIA (HIPPOCRATEACEAE).

AUTORES: COSTA, N.L.S (PG)1; FILHO, H.S.R. (IC)1 ; JÚNIOR, M.L.L. (IC)1 ; MOURÃO, R.H.V. (PQ)2; GUILHON, G.M.P. (PQ)1; E SANTOS, L.S. (PQ)*1
1DEPARTAMENTO DE QUíMICA - CCEN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARá, CEP 66970-110, 2CAMPUS UNIVERSITáRIO DE SANTARéM-PA, UFPA. E-MAIL: NALUSO3@YAHOO.COM.BR / LSS@UFPA.BR


RESUMO: A família Hippocrateaceae é constituída pelos gêneros Salacia e Hippocratea4, distribuídos nas regiões tropicais e subtropicais dos dois hemisférios e pouco representadas nas zonas temperadas. No Brasil está distribuída nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do país1. Caracterizam-se por metabólitos secundários, destacando-se os alcalóides sesquiterpênicos piridínicos e os triterpenos quinonametídeos, oleanos, friedelanos, lupanos e ursano. A espécie objeto deste estudo, conhecida popularmente na região de Santarém-PA como “cipó-miraruíra”, é usada no combate a diabetes e inflamações2, não sendo encontrado na literatura qualquer relato de estudo químico ou farmacológico para esta planta. Foram isolados da espécie em estudo, triterpenos oleanos e ursanos.

PALAVRAS CHAVES: triterpenos, salacia impressifolia

INTRODUÇÃO: As plantas medicinais são utilizadas no Brasil principalmente por populações carentes, que na maioria das vezes não dispõe de recursos para adquirir produtos farmacêuticos. O uso de plantas medicinais de forma indiscriminada, assim como de remédios, pode causar efeitos adversos àqueles esperados, necessitando, portanto, um conhecimento prévio de seus componentes químicos, principalmente se ingeridos a longo tempo, podendo assumir natureza tóxica a exemplo do “pau d’arco” (Tabebuia avellanedeae), “barbatimão” (Stryphnodendron obovatum), “confrei” (Symphytum officinale), dentre outros1. Portanto, é necessário investigar nossas plantas medicinais, objetivando isolar seus componentes químicos, interagir com farmacólogos, verificar suas propriedades tóxicas e comprovar seus efeitos medicinais alegados na medicina tradicional. Este foi o motivo que gerou o estudo químico e farmacológico do “cipó miraruíra” (HIPPOCRATEACEAE), uma planta medicinal bastante utilizada na região de Santarém-PA no tratamento de diabetes e inflamações2, não sendo encontrado na literatura qualquer relato de estudo químico ou farmacológico para esta planta.

MATERIAL E MÉTODOS: · Solventes orgânicos P.A. : hexano, diclorometano, acetato de etila, metanol, acetona (Synth, Nuclear);
· Suportes Cromatográficos: Sílica Gel para CCVU: 60 (70-230 Mesh, ASTM); Sílica Gel para CCDC: 60 GF 254 Merck.
· Equipamentos: Balança analítica (Sartorius); Evaporador rotativo (BÜCHI 461); Espectrômetro de RMN (Varian-Gemini 300);
· Técnicas Cromatográficas: Em CCVU: Coluna de vidro empacotada com sílica gel, sendo a quantidade do suporte calculada levando-se em consideração o diâmetro e a altura da coluna e ainda, obedecendo a relação 30g de SiO2 por grama de amostra;
· CCDC: Placas de vidro de 5 x 10 cm, preparadas com camada de sílica de 0,5 mm de espessura.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A espécie foi submetida à extração com metanol e perclorada com hexano. A fase metanólica foi então concentrada em evaporador rotativo e cromatografada em CCVU, gerando um total de 10 frações. A fração EBMHA 30% foi recromatograda por CCVU rapidamente, gerando 5 frações, segundo a seqüência: H/A 10%, H/A 20%, H/A 30%, H/A 50%, A 100%. A fração H/A 20% foi lavada com metanol, sobrando um sólido branco. Este foi solúvel em piridina e enviado para teste de RMN de 1H e 13C. O sólido apresentou em CCDC uma mancha de cor vermelho-rosada em um padrão de co-eluição. Os resultados dos testes de RMN 1H e 13C para a amostra demonstrou tratar-se de uma mistura de triterpenos oleano e ursano. O espectro de 13C mostrou sinais de carbono carbonílico em 216 ppm (C3), carbinólico em 77,9 ppm e ainda, sinais de característicos de carbono olefínico na região de 110 ppm a 150 ppm e de carboxila em 180,2 ppm e 178 ppm.





CONCLUSÕES: A análise dos dados espectrais obtidos, comparados aos da literatura, permitiram propor uma mistura de triterpenos oleano e ursãnico, confirmando segundo levantamento bibliográfico, que o gênero salacia é rico em triterpenos. O estudo da espécie Salacia impressifolia contribuirá para o conhecimento de seus constituintes químicos, o que permitirá testes farmacológicos que comprovarão a eficácia da espécie no combate às enfermidades que assolam o homem, em especial o diabetes e provavelmente o câncer [3].

AGRADECIMENTOS:À CAPES pelo apoio financeiro e bolsa de pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1. ALMEIDA, E.R., Plantas Medicinais Brasileiras. Conhecimentos populares e científicos. Hemus Editora Ltda. 1993. São Paulo – SP
2. JOLY, A. B. - Botânica: Introdução à Taxonomia Vegetal. 11ed. Editora Nacional. São Paulo, 777p. 1993.
3. LIÃO, L. M. - Triterpenos quinonametídeos de Salacia campestris (Hippocrateaceae). São Carlos: Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos, 1994.
4. ROCHA, W.C. - Estudo Fitoquímico de Salacia impressifolia (Miers) AC Smith. (HIPPOCRATEACEAE). 23a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química – Livro de resumos.