ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: COMPOSTOS VOLÁTEIS DE PRÓPOLIS PIAUIENSE OBTIDOS PELA TÉCNICA DE HEADSPACE DINÂMICO

AUTORES: TORRES, R.N.S.1; CITÓ, A.M.G.L.1; LOPES, J.A.D.1
1UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ(GRACITO@UFPI.BR)


RESUMO: RESUMO: Dentre os produtos apícolas, a própolis vem se destacando devido às suas propriedades terapêuticas. Os voláteis da própolis produzida em três municípios do Estado do Piauí foram capturados pela técnica de headspace dinâmico e analisados por CG-EM. As amostras estudadas foram provenientes de apiários localizados nos municípios de Teresina, Campo Maior e São Pedro do Piauí, tendo sido identificados, respectivamente, 34, 61 e 55 compostos nestas amostras. Os constituintes voláteis predominantes foram os mono e sesquiterpenos, seguidos de hidrocarbonetos aromáticos, ácidos, ésteres, aldeídos e cetonas. Os compostos majoritários foram 1,8-cineole (21,21%) na amostra de Teresina; b-cariofileno (19,23%) na amostra de Campo Maior e geranial (9,98%) na amostra de São Pedro do Piauí.

PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: própolis; ; headspace; voláteis

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Própolis é um material resinoso e balsâmico produzido pelas abelhas a partir de exsudatos vegetais coletados de brotos e botões florais de diversos tipos de plantas. As abelhas utilizam a própolis para proteger a colméia contra microorganismos e embalsamar insetos invasores mortos por elas (GHISALBERTI, 1979). Atualmente é utilizada em alimentos e bebidas com a intenção de preservar a saúde humana e prevenir contra doenças coronárias, diabetes e até mesmo câncer (BANSKOTA et al., 2000). O aroma e as significativas atividades biológicas dos compostos voláteis os tornam relevantes para a caracterização da própolis. Diferentes autores têm demonstrado que os óleos voláteis de amostras de própolis de diferentes regiões geográficas possuem de moderada a boa ação antibacteriana (KUJUMGIEV et al., 1999 ). A composição química dos óleos pode fornecer valiosas informações sobre a origem da própolis. Em regiões de clima tropical existem grandes diferenças na composição química dos voláteis de própolis obtidos a partir de diferentes localidades (BANKOVA et al., 1995).

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de própolis da espécie Apis mellífera foram coletadas em agosto de 2004 em apiários localizados nos municípios de Teresina, Campo Maior e São Pedro do Piauí. Para isolar os voláteis foi utilizada uma técnica de headspace dinâmico, na qual os compostos voláteis foram forçados a passar, por sucção, através de uma armadilha contendo porapak-Q como polímero poroso. Foram utilizados 5 g de própolis triturada e o tempo de coleta dos voláteis foi de 2 horas e meia. A dessorção dos voláteis foi realizada pela passagem de diclorometano pelo polímero. Foi utilizado um cromatógrafo gasoso SHIMADZU GC17A acoplado a um espectrômetro de massas GCMS QP5050A equipado com coluna capilar DB-5 (50 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25 μm de espessura do filme). A temperatura do forno foi programada inicialmente a 75 ºC (3 min.); depois 6 ºC.min-1 até 200 ºC (4 min.); a seguir 10 ºC.min-1 até 270 ºC (15 min.). As temperaturas do injetor e da interface foram 150ºC e 280ºC, respectivamente. O gás de arraste foi o hélio a um fluxo de 0,3 mL.min-1. Os espectros de massas foram obtidos no modo de ionização por impacto de elétrons, com EI de 70 eV.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: A identificação dos constituintes voláteis foi feita pela comparação dos Índices de Kovats com dados da literatura (ADAMS, 1995) e pela verificação da semelhança dos espectros de massas obtidos com os registros da biblioteca computacional Wiley229. O uso da técnica de CG-EM permitiu a identificação de 33 componentes voláteis na amostra de própolis de Teresina, 61 na de Campo Maior e 53 na de São Pedro do Piauí. Os monoterpenos foram os compostos predominantes na amostra de Teresina (69,36%), enquanto que os sesquiterpenos predominaram na amostra de Campo Maior (67,65%). Na amostra de São Pedro do Piauí houve uma não-usual predominância de hidrocarbonetos aromáticos (35,67%), seguida de monoterpenos (29,37%). Na amostra de Teresina, 1,8-cineole foi o constituinte majoritário (21,21%), seguido de exo-fenchol (12,72%), fenchona (8,50%) e β-cariofileno (6,47%). O constituinte principal, na amostra de Campo Maior, foi o b-cariofileno (19,23%), seguido de α-copaeno (9,66%) e α-pineno (7,01%). Na amostra de São Pedro do Piauí os monoterpenos oxigenados geranial (9,98%) e neral (6,39%) foram os constituintes mais importantes.




CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: A presença de mono e sesquiterpenos em todas as amostras indicam uma notável tendência das plantas visitadas pelas abelhas, nestas regiões, à sua biossíntese. Por outro lado, a acentuada variação na composição química dos voláteis, tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo, apontam para a presença de diferentes plantas como fonte de resinas utilizadas na elaboração da própolis piauiense.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. ADAMS, R.P. 1995. Identification of Essential Oil Components by Gas Chromatography/Mass Espectroscopy, 2nd. ed., Allured Publishing Corporation: Illinois, 1995.
2. BANKOVA, V.; CHRISTOV, R.; KUJUMGIEV, A.; MARCUCCI, M. C.; POPOV, S. 1995. Chemical composition and antibacterial activity of Brazilian propolis. Zeitschrift für Naturforschung, 50c: 167-172.
3. BANSKOTA, A. H.; TEZUKA, Y.; ADNYANA, I. K.; MIDORIKAWA, K.; MATSUSHIGE, K.; MESSAGE, D.; HUERTAS, A. A. G.; KADOTA, S. 2000. Cytotoxic, hepatoprotetive and free radical scavenging effects of própolis from Brazil, Peru, Netherlands and China. Journal of Ethnopharmacology, 72: 239-246.
4. BANSKOTA, A. H.; TEZUKA, Y.; KADOTA, S. 2001. Recent progress in pharmacological research of propolis. Phytoterapy Research, 15: 561-571.
5. GHISALBERT, E. L. 1979. Própolis: a review. Bee World, 60: 59-84.
6. KUJUMGIEV, A.; TSVETKOVA, I.; SERKEDJIEVA, Y.; BANKOVA, V.; CHRISTOV, R.; POPOV, S. 1999. Antibacterial, antifungal and antiviral activity of ptopolis of different geographic origin. Journal of Ethnopharmacology. 64: 235-240.