ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA, ANTIOXIDANTE E CITOTÓXICA DAS FOLHAS DE ANNONA MURICATA.

AUTORES: A. S. LOPES1; L.KATO2. S. B. OLIVEIRA1
1- CENTRO FEDERAL DE EDUCAçãO TECNOLóGICA DE GOIáS (ADRIANASLOPESS@HOTMAIL.COM)
2-INSTITUTO DE QUíMICA/ UFG, CAMPUS II

RESUMO: A A. muricata é uma planta originária da América tropical, muita conhecida no Brasil como: “graviola”. Este vegetal tem várias atividades farmacológicas, muito utilizada nas práticas caseiras. Neste trabalho foi feito um estudo das folhas deste vegetal, para avaliação das atividades antibacteriana, antioxidante e citotóxica. O teste de letalidade com Artemia salina foi feito com o extrato etanólico, e o resultado da LC50 encontrado foi de 4,2 g/mL, mostrando uma possível citotoxicidade. O ensaio bioautográfico realizado não mostrou atividade antibacteriana frente aos organismos testados. No teste de ação antioxidante, esta ação foi observada apenas na fração CH2Cl2. Tais atividades encontradas devem ser estudadas mais profundamente para que esta planta seja utilizada como medicamento.

PALAVRAS CHAVES: annona muricata, atividade antibacteriana, atividade antioxidante.

INTRODUÇÃO: A Annona muricata, ou graviola como é conhecida no Brasil, é uma planta muito utilizada nas práticas caseiras da medicina popular como: antidiarreica, contra espasmos, ação antidiabética, agente emagrecedor e medição contra alguns tipos de câncer (LORENZI e MATOS, 2001).
Vários órgãos da A. muricata são utilizados tanto nas práticas caseiras, como em pesquisas cientificas, são elas: folhas, sementes, raízes, pericarpo, entre outras, porém o órgão da A. muricata escolhido para este estudo foram suas folhas, devido à quantidade de material disponível.
O início deste estudo iniciou-se pela coleta do material vegetal (folhas) e, em seqüência, realizou-se o fracionamento do extrato etanólico de forma a submetê-los a testes de determinação das atividades: antibacteriana, antioxidante e citotóxica.

MATERIAL E MÉTODOS: Depois de seco o material vegetal foi moído e submetido à exaustiva extração etanólica por sete dias. Para o bioensaio de letalidade a metodologia usada foi a de Brine Shrimp Lethalith Test – BSLT (RIOS,1998), amostras foram testadas inicialmente em três concentrações: 1000, 100 e 10 ppm (μg/mL). A cada frasco contendo as amostras adiciona-se DMSO (o suficiente para solubilizar a amostra), 3mL de solução aquosa de sal marinho (38 g/mL) e 10 larvas de Artemia salina com 48 h de vida, o volume foi completado para 5 mL com solução aquosa de sal marinho. Esse teste foi realizado em triplicata e com um controle (branco), constituído de: solução de sal marinho, 10 larvas de A.salina e DMSO. A atividade seqüestrante de radical livre (antioxidante) foi feita através da metodologia proposta por YILDIRIM, 2001, em presença do radical livre estável 2,2-difenil-1-picrilidrazila (DPPH), com BHT (hidroxitolueno butilado) como controle positivo.
O método utilizado para o bioensaio de bioautografia (teste de atividade antibacteriana) foi o baseado na técnica por difusão em ágar, os microorganismos utilizados foram: Escherichia coli e Sthaphylococcus aureus (RIOS,1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O material vegetal foi submetido à exaustiva extração etanólica. A figura 1, mostra o esquema de obtenção das frações a partir da coleta do material vegetal.
Os materiais testados na bioautografia foram: o extrato etanólico, fração em acetato de etila e a n-butanolica. Tanto o extrato etanólico quanto as frações não apresentaram halo de inibição para o crescimento dos microorganismos: E. coli e S .aureus.
O teste de BSLT foi realizado com o extrato etanólico. Os resultados da BSLT foram analisados através do gráfico (representado pela Figura 2), mostrando um valor de LC50 de 4.2 g/ml.
Verificou-se, uma mortalidade crescente, para as concentrações mais elevadas de extrato. Tal resultado indica uma possível atividade citotóxica e/ou inseticida do extrato.
Para avaliação da atividade antioxidante as frações testadas foram: diclorometanica e a hexânica. A Tabela 1 exibe os valores finais de CE50 (ppm) e CE99 (ppm) em relação ao padrão BHT. Pode-se notar através da mesma que as frações da A.muricata é da ordem de magnitude do BHT. Entretanto, a eficácia da fração diclorometânica foi maior que a do BHT. Este resultado indica uma ação antioxidadnte nas folhas de A. muricata.




CONCLUSÕES: Estudando as folhas de A.muricata pôde-se determinar uma ação antioxidante, e uma possível ação citotóxica e/ou inseticida , porém não foi detectada uma ação antibacterina neste vegetal.
Estes resultados obtidos e a facilidade com que esse material vegetal é encontrado, são motivos suficientes para a escolha dessa planta como tema de outros estudos químicos mais aprofundados, visando sua validação como inseticida ou como medicamento antitumoral e antioxidante.

AGRADECIMENTOS:ASL agradece ao Instituto de Química da UFG.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:LORENZI, H; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil, Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum de estudos da flora Ltda. Nova Odessa-SP, 2001. p. 60 e 61.

RIOS, J. L.; RECIO, M.C; VILLAR, A. Screening methods natural products with antimicrobial activy a review of the literature. J. Ethnopharmacol. 1998. V.23, p. 127-149.

YILDIRIM, A.; MAVI, A.; KARA, A. A.. J. Agric. Food Chem., 2001, 49 4083.