ÁREA: Química dos Alimentos

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DO FRUTO DA PALMA (OPUNTIA FICUS INDICA)

AUTORES: CANUTO T.M. – UEPB
ARAÚJO A.P. – UEPB
BARBOSA A.S. – UEPB
FRANÇA V.C. – UEPB
DANTAS J.P. – UEPB


RESUMO: A palma (Opuntia ficus indica) é uma cactácea que tem sido utilizada tanto na alimentação animal quanto na humana. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o fruto da palma no estado de maturação maduro através de determinações física e físico-química. Determinaram-se o pH e a acidez titulavel e os teores de umidade, cinza, fibra, proteína e cálcio na polpa e na casca do fruto da palma proveniente de regiões secas do interior semi-árido da Paraíba. A casca do fruto da palma apresentou-se mais rica em proteína, fibra e cálcio do que a polpa.

PALAVRAS CHAVES: opuntia ficus indica, fruto da palma, cactácea.

INTRODUÇÃO: O fruto da palma é conhecido como figueira-da-índia e produz praticamente durante o ano todo. Existem vários tipos de frutos cuja coloração varia do verde-amarelado ao laranja, e até ao roxo (BARBOSA, 1998). O figo-da-índia é muito valorizado na medicina natural, sendo recomendado na prevenção de asma, tosse, vermes, problemas na próstata e dores reumáticas, entre outros (BRAVO, 1991). Na região nordeste a palma tem sido utilizada na merenda escolar e como coadjuvante no tratamento da diabetes, no município de São Sebastião do Umbuzeiro, na Paraíba.Talvez por culpa dos pêlos e pequenos espinhos essa fruta ainda não conquistou grande espaço no mercado brasileiro. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o fruto da palma visando à obtenção de dados científicos que estimule o seu consumo.

MATERIAL E MÉTODOS: O figo-da-índia foi avaliado no estádio de maturação maduro. As análises foram feitas em triplicata e os frutos foram separados em lotes e submetidos às determinações físicas: diâmetro, altura e peso. Após processamento em centrífuga doméstica, as polpas e cascas foram envasadas separadamente, codificadas e mantidas sob refrigeração (-40˚C) até as determinações físico-químicas. As medidas da altura e do diâmetro foram tomadas com o uso de um paquímetro. As pesagens foram realizadas em balança analítica e o pH foi determinado com o uso de potenciômetro. As análises de acidez titulável, umidade, proteína, cinzas e cálcio foram determinadas segundo metodologia descrita em INSTITUTO ADOLFO LUTZ (1985). O teor de fibra bruta foi determinado segundo metodologia descrita em RANGANNA (1991).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 mostra as médias dos valores das determinações físicas do fruto. As tabelas 2 e 3 mostram as médias dos valores para as análises físico-químicas. Na tabela 2 a acidez titulável de 2,5% para a polpa é inferior a de outros frutos, como por exemplo, o maracujá ácido (5,1-4,6%) [VERAS et al., 2000].
TABELA 1. Variação dos valores de diâmetro, altura e peso para o fruto da palma.

Fruto Diâmetro (mm) Altura (mm) Peso (g)
Variações 40-60 70-100 70-200

TABELA 2. Variações dos valores de pH de acidez titulável para polpa e casca.

Fruto pH Acidez titulável (%)
Polpa 5,70 2,5
Casca 5,30 3,5

O valor de proteína obtido (1,00%) está de acordo com o relatado na literatura (0,80-1,40%) [PIMIENTA (1990); ASKAR & EL-SAMAHY (1981); PAREDES & ROJO (1973)]. O teor de fibra (0,26%) encontra-se superior ao citado por ASKAR & EL-SAMAHY (1981) de 0,10%, entretanto abaixo do descrito por PIMIENTA (1990) de 2,40%.

TABELA 3. Determinações físico-químicas para o figo-da-índia no estádio de maturação maduro.

Fruto Umidade (%) Proteína (%) Fibra Total (%) Cinzas (%) Cálcio (%)
polpa 87,80 1,00 0,26 0,43 0,08
casca 85,30 1,50 0,52 1,80 0,25





CONCLUSÕES: Os resultados das análises evidenciam que a casca do fruto da palma apresenta-se mais rica em proteína, fibras e cálcio do que a polpa.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ASKAR, A. & EL-SAMAHY, S. K., 1981. Chemical composition of prickly pear fruits. Dtsch. Lebensn. Rdsc. 77: 279- 281.

BARBOSA, H. P., 1998. Tabela da composição de Alimentos do Estado da Paraíba “Setor Agropecuário”. 2ª ed. FAPEP – UFPB. 221 p.

BRAVO, H. H., 1991. Lás cactáceas de México. Univers. Nac. Autônoma de México.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ - Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 1985. São Paulo: 1.

PAREDES, O. & ROJO, R., 1973. Estúdio para el enlatado de jugo de tuna. Tecnol. Aliment. 8: 237-240.

PIMIENTA, E., 1990. El nopal tunero. Univ. de Guadalajara, México.

RANGANNA, S., 1991. Analysis and Quality Control for Fruit and Vegetable Products. Tata McGraw-Hill Publishing Company limited. 1112p.

VERAS, M. C. M.; PINTO, A. C. Q.; MENESES, J. B., 2000. Influência de época de produção e dos estádios de maturação nos maracujás doce e ácido nas condições de cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 35 (5).