ÁREA: Química dos Alimentos

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ALFACE IN NATURA, QUANTO À CONTAMINAÇÃO POR ENTEROCOCCUS FAECALIS, COMERCIALIZADAS NAS FEIRAS DA CIDADE DE SÃO LUÍS/MA.

AUTORES: J.L.SERRA.-UFMA; A.R. NASCIMENTO.-UFMA; SILVA.C.F.-UFMA;M.B.OLIVEIRA.-UFMA; REIS. J.B.-UFMA.

RESUMO: A cultura de produtos hortículas, notadamente os que são consumidos de forma crua, como as alfaces, tem aumentado por ser um produto in natura. O propósito deste trabalho foi isolar e identificar espécies pertencentes ao gênero Enterococcus isoladas de alfaces (Lactuca sativa L.) in natura comercializados nas feiras livres de São Luís/MA. Foram analisadas quarenta amostras do mesmo (seleção e lavagem das folhas), referentes às técnicas recomendadas pelo APHA. De acordo com os resultados obtidos 50% das amostras apresentaram contaminação pela espécie Enterococcus faecalis.Mesmo não existindo padrões para a sua presença nesse alimento, torna-se inviável para o consumo, por se tratar de uma espécie patogênica e deteriorante.

PALAVRAS CHAVES: alface in natura, enterococcus sp, toxinfecções alimentares.

INTRODUÇÃO: A alface é a hortaliça folhosa de maior valor comercial cultivada no Brasil.As hortaliças in natura, embora agreguem valores nutricionais elevados, são potenciais veiculadores de microrganismos que podem estar associados a toxinfecções alimentares. Tendo como um dos possíveis contaminadores, o gênero Enterococcus, que são causadores de deterioração em alimentos e toxinfecções em humanos.A distribuição de enterococos na natureza é ampla e eles fazem parte da microbiota normal do homem e de animais, particularmente, do trato intestinal. São freqüentemente utilizados como “indicadores complementares” do grupo coliforme na determinação de contaminação fecal (HAGLER, MENDONÇA-HAGLER. 1988). Os Enterococos são um grupo de microorganismos que se vêm destacando nos últimos anos como patógenos oportunistas (MARTINS, 1999). O objetivo deste trabalho foi determinar a qualidade microbiológica de alfaces in natura, produzidas e comercializadas nas feiras da cidade de São Luís-MA.



MATERIAL E MÉTODOS: Para esta pesquisa, foram coletadas e analisadas quarenta amostras de alface in natura durante os meses de fevereiro a maio de 2006. A metodologia empregada foi à recomendada pelo Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods (APHA et al, 2001). Após as coletas, as amostras foram transportadas ao laboratório de Microbiologia de Alimentos do Programa de Controle de Qualidade de Alimentos da Universidade Federal do Maranhão (PCQA/UFMA), onde foram processadas (seleção e lavagem das folhas). Pesou-se assepticamente 25g da amostra em 225mL de solução salina peptonada 0,85% de NaCl e 0,1% de peptona. Em seguida, inoculou-se em Caldo Azida Glicose alíquotas de 10mL para frascos contendo 90mL do caldo e incubou-se em estufa a 37ºC por 24 horas. Para o plaqueamento seletivo, utilizou-se o Agar m-Enterococcus, e com o auxílio da alça de platina transferiu-se as subculturas positivas para as placas de Petri e posteriormente incubadas a 35°C por 24-48 horas em estufa.Logo após, as colônias foram isoladas em caldo B.H.I (Caldo de Infusão de Cérebro e Coração) e identificadas bioquimicamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os resultados, das quarenta amostras analisadas, 50% por Enterococcus faecallis. Mesmo não existindo padrões para estas bactérias em alface in natura, a presença delas e em grande quantidade no alimento, torna-os impróprios para o consumo, por se tratar de bactérias patogênicas e deteriorantes. Segundo Hagler o gênero Enterococcus tem sido freqüentemente utilizado como “indicador complementar” do grupo coliforme presume-se que esse microorganismo pode ser veiculado através da água de cultivo, bem como, a manipulação inadequada do alimento.




CONCLUSÕES: Considerando os resultados obtidos, essas hortaliças podem colocar em risco a saúde dos consumidores uma vez que elas são consumidas cruas ou em forma de salada.Dessa forma, as práticas higiênicas devem ser seguidas desde a plantação, colheita, manuseio e sanitização das hortaliças para impedir a veiculação de bactérias patogênicas por esses alimentos.



AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:APHA. 2001. American Public Health Association Compendium of Methods for Methods for Microbiological Examination of Foods. 3th. Ed. Washington, DC: APHA.

HAGLER, A.N.;MENDONÇA-HAGLER, L.C.S. 1988.Microbiologia sanitária.In: ROITMAN, I.;TRAVASSOS, L.R.;AZEVEDO, J.L.(Ed.).Tratado de microbiologia.São Paulo: Manole.v.1.p.85-102.

MARTINS, L.T. 1999. Streptococcus e Enterococcus. Ln: TRABULSI, L.R.;ALTERTHUM,F.; GOMPERTZ,O.F.; CANDEIAS,J.A.N. Ed. Microbiologia.3ª ed., São Paulo: Atheneu. p.149-156.