ÁREA: Química dos Alimentos

TÍTULO: CONTAMINAÇÃO DE ALFACES (LACTUCA SATIVA L.) IN NATURA POR ENTEROBACTÉRIAS.

AUTORES: SERRA,J.L.-UFMA.; NASCIMENTO,A.R. -UFMA.; SOUZA,W.A.-UFMA; OLIVEIRA,M.B.-UFMA;OLIVEIRA,F.C.-UFMA.

RESUMO: A alface é um produto hortícula que geralmente é consumido em forma crua, e tem sido freqüentemente relacionado em surtos alimentares. O propósito deste trabalho foi identificar espécies pertences à família Enterobacteriaceae isoladas de alfaces (Lactuca sativa L.) in natura comercializados nas feiras livres de São Luís/MA. Foram analisadas quarenta amostras (seleção e lavagem das folhas), referentes às técnicas empregadas no APHA. De acordo com os resultados obtidos 80% das amostras estavam contaminadas por espécies de Escherichia coli, Citrobacter diversus, Enterobacter cloacae, Enterobacter geraoviae, Enterobacter agglomeranis e Klebsiella oxytoca. A presença desses patógenos nesse alimento torna-o veículo de microorganismos e parasitas de potencial de risco para a saúde do consumidor.

PALAVRAS CHAVES: alface hidropônica, enterobactérias, toxinfecções alimentares

INTRODUÇÃO: O consumo de hortaliças “in natura” em saladas, tem aumentado consideravelmente, devido ao valor nutricional e seus efeitos benéficos para a saúde.(VIEIRA et al, 2004). A alface é um produto que está entre as dez hortaliças mais apreciadas para consumo in natura no Brasil (PORTO, 1996). Hortaliça tipicamente folhosa é consumida in natura, frescor e limpeza são as características mais valorizadas pelo consumidor. Tendo em vista que geralmente alfaces (Lactuca sativa L.), estão sempre envolvidos em surtos alimentares, várias bactérias patogênicas podem sobreviver e crescer em muitos vegetais, em virtude desses alimentos possuírem nutrientes necessários ao seu rápido desenvolvimento. Os patógenos bacterianos entéricos e, consequentemente, seus indicadores (coliformes totais e fecais e enterococos) têm recebido crescente atenção, como contaminantes de hortaliças (GUARINO et al, 2006).O objetivo deste trabalho foi identificar espécies da família Enterobactericeae em alfaces (Lactuca sativa L.) “in natura” comercializados nas feiras de São Luís-MA.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisadas durante os meses de fevereiro a maio de 2006 quarenta amostras de alface “in natura”. A metodologia empregada foi a preconizada pelo Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods (APHA, 2001). Após as coletas, as amostras foram encaminhadas ao laboratório de Microbiologia de Alimentos do Programa de Controle de Qualidade de Alimentos da Universidade Federal do Maranhão (PCQA/UFMA), as quais inicialmente foram lavadas com água potável e posteriormente processadas em capela de fluxo laminar. Pesou-se assepticamente 25g da amostra em 225mL de solução de solução salina peptonada 0,85% de NaCl e 0,1% de peptona. Em seguida, foi inoculado em Caldo Lauril Sulfato Triptose, logo após em Caldo EC e incubou-se em estufa a 35°C e Banho-maria a 45,5°C, respectivamente. Para o plaqueamento seletivo, utilizaram-se os meios sólidos Ágar Eosina Azul de Metileno, Ágar MacConKey e Ágar Cromogênico EC, transferiu-se as subculturas positivas do caldo EC com auxílio da alça de platina e incubadas em estufa a 35°C/24 horas. Após incubação, as colônias características foram isoladas e transferidas para o Ágar nutriente e identificadas bioquimicamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados revelaram que 80% das amostras estavam contaminadas com cepas de Escherichia coli, Citrobacter diversus, Enterobacter cloacae, Enterobacter geraoviae, Enterobacter agglomeranis e Klebsiella oxytoca. De acordo com a literatura os resultados obtidos tornam-se insatisfatórios. Segundo Guarino a incidência de patógenos bacterianos humanos em vegetais e hortaliças é, naturalmente, baixa e a constatação da sua presença e em grande número pode abrir precedentes para prováveis surtos de toxinfecções alimentares, particularmente, em indivíduos de faixas etárias extremas e imunodeprimidos.




CONCLUSÕES: Considerando os resultados obtidos, torna-se necessária à implantação e intensificação de medidas de controle na produção, manipulação, transporte e armazenamento deste produto, além da orientação quanto aos riscos de consumo desse alimento in natura.



AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:APHA. 2001. American Public Health Association Compendium of Methods for Methods for Microbiological Examination of Foods. 3th. Ed. Washington, DC: APHA.

GUARINO, D.A.; FRANCO, A.C.; FILHO, A.R.; MANAIA.A.C., MIRANDA.A.M.M., SPANÓ.A.S. 2006. Análise Bacteriológica de Alface (Lactuca sativa L.) consumida na Região de São Carlos,SP. Disponível em:< www.propg.ufscar.br/publica/UFSCar/Biológicas> Acesso em: 02/06/06.
PORTO, V.C.N. 1996. Efeitos de fontes de matéria orgânica na produção de alface. Mossoró: ESAM, 35 p. (monografia).
VIEIRA, L.J.A.; SOUSA, T.P.R.; DINIZ, L.G.R.; SILVA, W.A.S.; NASCIMENTO, A.R.; MARTINS, A.G.L.A. 2004. Incidência de Enterobacteriaceae em Hortaliças Comercializadas “in natura” em feiras livres.