ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: QUANTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DO TEOR DE CROMO EM TAINHA (MUGIS BRASILIENSIS), DE ESTUÁRIOS DO RIO GRANDE DO NORTE.

AUTORES: COSTA, R. C (IC)1; ARAÚJO, E. G.(IC)1; CRUZ, A. M. F.(IC)1; SILVA, C. K. O. (IC)1;
VIEIRA, M.F.P. (PG)1; MOURA, M. F. V. (PQ)2
1DEP. DE QUíMICA - 2 DEP. DE FARMáCIA / UFRN.
(ROSANGELACOSTA@OI.COM.BR)


RESUMO: Este trabalho tem por finalidade a quantificação e avaliação do teor de cromo em diferentes partes de tainha provenientes dos Estuários de Curimataú, Guaraíra/Papeba/Arês, Piranhas/Açu, Potengi, Galinhos/Guamaré e Touros no Rio Grande do Norte. As amostras, obtidas de diversas partes do animal foram previamente desidratadas a 105°C, para a determinação de umidade; e, posteriormente, reduzidas a cinzas a 550 oC. Em seguida foram submetidas a ataque ácido, e a solução obtida utilizada para a determinação de cromo por E.E.A. Os resultados indicaram que as amostras apresentaram teor de cromo acima do valor máximo permitido pela legislação para peixe e produtos de pesca e levando-se a concluir que há forte indício de que o estuário Guaraíra/Papeba/Ares está contaminado por esse elemento.

PALAVRAS CHAVES: tainha (mugis brasilienses), cromo, e.a.a.

INTRODUÇÃO: O Cr(III) é considerado um nutriente essencial e relativamente não tóxico para humanos e mamíferos, porém, pode sofrer oxidação, transformando-se numa forma mais tóxica o Cr(IV) que, para o homem, é considerado uma substância carcinogênica; diversos estudos comprovaram o aparecimento de câncer de pulmão devido à sua exposição. O pescado é geralmente o alimento mais consumido nas regiões costeiras e ribeirinhas tendo uma importância nutricional destacável. Dessa maneira, faz-se necessária a quantificação e avaliação do teor de metais em peixes e moluscos, já que a quantidade de nutrientes presentes nestes animais depende de seu habitat, alimentação, maturação, etc. Este fato pode justificar as diferentes composições nutricionais de cada espécie, dentre eles os metais pesados como o cromo. Para detectar a presença deste metal utilizou-se de 06 partes da tainha. A quantificação do cromo foi feita por Espectroscopia de Absorção Atômica.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram coletadas no período de julho a agosto de 2004. Sendo fornecidas por pescadores locais e em pontos de vendas localizados ao longo do estuário. Foram acondicionadas em sacos plásticos e caixas de isopor com gelo até o laboratório (cerca de três horas). Limpou-se com água corrente para retirada de resíduos não desejáveis (areia, restos de folhas, etc.). Em seguida, separadas em espinhas (ESP), escamas (ESC), guelras (GUE) e intestinos (INT); o filé foi dividido em duas porções: filé cru (FCR) e cozido (FCZ). Para cada amostra foram pesadas triplicatas em torno de 10g cada em balança analítica, nas quais foram determinados os teores de umidade em estufa a 105 oC, até peso constante. Após desidratadas, as amostras foram pulverizadas e acondicionadas em frascos de vidro. Os teores de cinzas foram determinadas em triplicatas de cerca de 5g cada, utilizou-se forno tipo mufla à 550 oC até peso constante. Para as leituras do metal, as cinzas submetidas a ataque ácido, com HCl a 10 %, e as solução assim obtidas foram utilizadas para a determinação do cromo por E.A.A e fez-se uso de uma curva de calibração a partir das leituras de absorbâncias de soluções padrões.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 apresenta os dados relativos aos padrões utilizados para obtenção da curva de calibração para quantificação do elemento cromo nas amostras.

As tabelas 2.1 e 2.2 apresentam os resultados obtidos a partir das medidas em triplicatas de absorbâncias das soluções preparadas para cada amostra.

Os resultados indicaram que os estuários Curimataú, Guaraíra/Papeba/Ares, Piranhas/Açu, Potengi, Galinhos/Guamaré e Touros estão contaminados por Cr. Sabendo-se em qualquer alimento o limite máximo tolerável de cromo é de 0,10 mg/L. Tendo em vista os resultados, a exposição às formas tri e hexavalente de cromo pode provocar intoxicação crônica, revelada por processos inflamatórios e ulcerativos cutâneos; o longo contato com o tóxico pode ocasionar lesões gástricas e intestinal.




CONCLUSÕES: Considerando os resultados obtidos pode-se concluir que a presença de cromo nesse estuário encontra-se crítica e devemos estar em alerta para a presença de fontes de poluentes que podem estar atuando no estuário como foi detectado por nossa equipe quando das visitas para obtenção das amostras; ou por outras fontes não detectadas naquele momento. Já que em qualquer alimento o limite máximo tolerável de cromo é de 0,10 mg/L e este limite encontra-se ultrapassado em nossas amostras de tainha.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1- CHRISTIAN, G. D. Analytical Chemistry. 4ª ed., Canadá: John Wiley & Sons, 1986.
2- GURGEL, José J. S; FREITAS, José V. F. Sobre a composição química de doze espécies de peixe de valor comercial de açudes do Nordeste brasileiro. Bol. Tec. Fortaleza, 30 (1): 45-57, jan./jun. 1972.
3- INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: O Instituto, 1985.
4- SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOPPER, F. J. Fundaments of Analytical Chemistry. 6ª ed., Orlando: Sanders College Publishing. 1992.
5- VOGEL, A. Analise Química Quantitativa. 5ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, S.A., 1992.