ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE PLANTAS E SUA RELAçãO COM O TEOR DE TANINOS

AUTORES: LIMA, K. S. B. - UECE; LIMA, Y. C. - UECE; SOUSA, T. S. – UECE; BERTINI, L. M. – UECE; MORAIS, S. M. – UECE.
1UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARá (KARISIA.BARROS@GMAIL.COM)


RESUMO: A busca por novos antioxidantes naturais incentivou o estudo das plantas Annona muricata, Ricinnus communis, Lippia Alba e Bauhinia forficata por estas apresentarem compostos fenólicos, conhecidos na literatura por inibirem a oxidação lipídica e apresentarem atividades farmacológicas. Os extratos etanólicos destas plantas foram preparados e realizados testes fitoquímicos. O teor de taninos foi determinado de acordo com Pansera et al, 2003 e a atividade antioxidante pelo método DPPH. Os resultados mostraram que entre as plantas estudadas a A. muricata obteve o melhor potencial antioxidante com um IV50 de 0,61mg/mL e o maior teor de taninos, apresentando a concentração de 6,57ppm.

PALAVRAS CHAVES: antioxidantes, taninos e plantas encontradas no nordeste.

INTRODUÇÃO: A busca por novos antioxidantes presentes em plantas, capazes de substituir os sintéticos ou fazer associações entre eles, tem se intensificado nos últimos anos, devido a antioxidantes artificiais estarem mostrando certa toxicidade. Os estudos estão centralizados nos compostos fenólicos de origem vegetal, pois eles agem como aceptores de radicais livres interrompendo a reação em cadeia provocada por estes radicais, além de atuarem também nos processos oxidativos catalizados por metais. Várias doenças estão relacionadas com a peroxidação lipídica entre as quais câncer, aterosclerose, diabetes, doenças do coração e envelhecimento precoce. As plantas Annona muricata (graviola), Ricinus communis (mamona), Lippia alba (erva cidreira) e Bauhinia forficata (pata-de-vaca) além de serem utilizadas na medicina tradicional para o tratamento de diversas enfermidades, possuem compostos fenólicos, os quais podem desempenhar um importante papel na absorção e neutralização de radicais livres.

MATERIAL E MÉTODOS: As folhas das plantas A. muricata, R. communis, L. alba e B. forficata foram coletadas e os extratos foram preparados, utilizando o solvente etanol. As classes de metabólitos secundários foram determinadas nos extratos de acordo com o protocolo definido por Matos, 1997. A atividade antioxidante foi determinada pelo método de varredura do radical livre DPPH em diferentes concentrações das amostras. Após 60 minutos, a leitura foi realizada a 515nm em espectrofotômetro Spekol 1100 e o índice médio de varredura (IV50) foi calculado e comparado com o padrão quercetina. Para a determinação do teor de taninos foi usado o método de Pansera et al, 2003. Foi preparada uma curva de ácido tânico diluído em água e a absorvância foi medida a 725nm. Os resultados obtidos foram submetidos ao programa estatístico Origin para determinação do teor de taninos e dos índices médios de varredura dos extratos. Todos os experimentos foram realizados em triplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os testes fitoquímicos, foi detectada a presença de taninos catéquicos e esteróides livres em todas as plantas estudadas. As saponinas estavam presentes apenas na B. forficata e na R. communis. Na determinação da atividade antioxidante as plantas A. muricata, B. forficata, R. communis e L. Alba apresentaram os seguintes IV50: 0,61mg/mL, 1,36mg/mL, 5,53mg/mL e 2,50mg/mL, respectivamente. Estes resultados foram comparados com o padrão quercetina que apresentou um IV50 de 0,23mg/mL. Com base no teor de taninos, os extratos etanólicos das espécies A. muricata, B. forficata, R. communis e L. alba mostraram concentrações de 6,57ppm, 6,14ppm, 5,39ppm e 5,63ppm, respectivamente. Relacionando as duas atividades pode-se observar que a graviola apresentou o maior teor de taninos, possivelmente sendo estes os responsáveis pelo seu bom potencial antioxidante.




CONCLUSÕES: A graviola apresentou uma ação antioxidante, em termos absolutos, maior do que as demais plantas. Contudo, as diferenças não foram significativas entre os teores de taninos totais presentes nas mesmas. Foi verificado que os teores de taninos estão diretamente relacionados com a atividade antioxidante. No entanto, outras classes de compostos fenólicos podem influenciar na atividade dos extratos, agindo sinergisticamente.

AGRADECIMENTOS:Ao CNPq pelo financiamento da pesquisa e a Universidade Estadual do Ceará

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:Matos, F. J. A. Introdução à Fitoquímica Experimental. Edições da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 1997.
Pansera, M. R.; Santos, A. C. A.; Paese, K.; Wasum, R.; Rossato, M.; Rota, L. D.; Pauletti, G. F.; Serafini, L. A. Análise de taninos totais em plantas aromáticas e medicinais cultivadas no Nordeste do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Farmacognosia, vol.13, no.1, p.17-22, 2003.
Soares, S. E. Ácidos fenólicos como antioxidantes. Rev. Nutr., Campinas, vol. 5, no. 1, p. 71-81, 2002.
Monteiro, J. M.; Lins Neto, E. M. F. de; Amorim, E. L. C. de; Strattmann, R. R.; Araújo, E. L.; Alburquerque, U. P. de; Teor de taninos em três espécies medicinais arbóreas simpátricas da caatinga. R. Árvore, vol.29, no.6, p.999-1005, 2005.
Silva, F. A. M.; Borges, M. F. M.; Ferreira, M. A. Métodos para avaliação do grau de oxidação lipídica e da capacidade antioxidante. Quim. Nova, vol.22, no.1, p. 94-103,1999.