ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: A RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE ASSIMILAÇÃO DE CONHECIMENTOS DE QUÍMICA E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

AUTORES: MESQUITA, K. F. M.-UERN 1; NUNES, A. O..2 -UERN; SANTOS, A. G. D. -UERN. 2;
1 - PROFESSORA PESQUISADORA, DEPARTAMENTO DE QUíMICA –UERN; 2 –ALUNO(A) DE INICIAçãO CIENTíFICA DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUíMICA, DEPARTAMENTO DE QUíMICA –ANNE_GABRIELA@HOTMAIL.COM


RESUMO: Visa-se averiguar aspectos relevantes para a obtenção adequada dos níveis de conhecimento, considerando a importância destes para o exercício da cidadania em uma sociedade repleta de aspectos tecnológicos e científicos que exigem análises constantes. Esta pesquisa foi realizada em escolas de ensino médio da cidade de Mossoró/RN entrevistando 17 professores de química. Também foram questionados 428 alunos. Chama atenção que todos os professores tenham afirmado considerar que um balanço entre os três é o ideal. Podemos analisar esta afirmação com certa reserva considerando que referir-se a um “balanço entre os níveis conceitual, procedimental e atitudinal de assimilação” sugere que são utilizados recursos que possibilitem a assimilação parcial nos três níveis.

PALAVRAS CHAVES: ensino, química, níveis de assimilação

INTRODUÇÃO: A partir da LDB de 1996, passou-se a considerar como primordiais três níveis de conhecimento: conceitual, procedimental e atidudinal. O que se pretende ali é que o estudante consiga não só entender o conhecimento científico, mas também que seja capaz de reproduzir, idealizar e tomar decisões considerando como norteadores os conhecimentos adquiridos em âmbito educativo. Toda e qualquer abordagem atual que nos possibilite analisar a importância dos conhecimentos assimilados de maneira significativa, nos indica que não basta saber reproduzir, ainda que a teoria dos neorônios–espelho nos indique que a aprendizagem pelo exemplo e pela repetição das ações de outros seja o caminho inicial nos processos de aprendizagem (DOBBS, 2006), percebe-se claramente que somente o indivíduo que se mostre capaz de tomar decisões poderá exercer sua cidadania. Contudo, o nível conceitual é ainda o principal trabalhado nos cursos de química do ensino médio em detrimento, e não como suporte imprescindível, ao nível atitudinal que, por ser mais complexo e que por consequência exigir ferramentas e abordagens educacionais igualmente complexas e pouco tradicionais, continua sendo preterido.

MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa foi realizada em escolas de ensino médio da cidade de Mossoró no estado do Rio Grande do Norte onde foram entrevistados 10 professores de química da rede privada, em março de 2005, e 7 da rede pública, em abril de 2006, sendo que a esses últimos foram feitas duas questões especificas sobre níveis de conhecimento, tema abordado neste trabalho. A entrevista foi realizada através de um diálogo que possibilitasse a análise de discusso aberto. Também foram questionados 281 alunos da rede privada e 147 da rede pública utizando-se de questionários de múltipla escolha.
A partir dos dados coletados, foram feitos cruzamentos de informações relevantes fornecidas por professores e alunos que possibilitassem discorrer sobre o quanto sabem os professores a respeito dos níveis de assimilação, assim como das possibilidades pedagógicas ofertadas aos estudantes com o intuito de atingí-los.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A ausência de alternativas didático – pedagógicas acaba refletindo provavelmente no fato de somente 29% dos estudantes atingirem o nível de conhecimento atitudinal. É importante ressaltar o fato de 20% dos professores não terem respondido à questão, indicando não possuírem conhecimento sobre o tema. Fato esse contraditório, pois quando questionados acerca da importância dos níveis de conhecimentos, todos os professores, sinalizam para a relevância de se ter um balanço entre os três. 40% afirmam usar projetos, 20% se detem a tradicional exposição de conceitos e procedimentos, e outros 20% demonstram atuar através do senso comum creditando importância desmedida as suas próprias experiências de vida. Pode-se notar que 58% afirma utilizar métodos ineficazes para a finalidade de detectar os avanços no tocante ao nível atitudinal. Somente 28% afirmam utilizar a participação como meio para avaliar seus alunos. As respostas dos estudantes apontam grandes diferenças entre as realidades da escola pública e privada. Na primeira 25% disseram que existe somente uma relação superficial da química estudada na escola com sua vida diária, na segunda foram 42%.




CONCLUSÕES: Nota-se que a falta de aulas práticas na rede pública pode implicar numa deficiência na formação dos alunos, de natureza procedimental, e sua importância não pode ser minimizada tendo em vista as diversas pesquisas que mostram que aprender passa em muitas ocasiões pelo fazer (GALLESE et al, 1996; AZAR, 2005; ARBIB, 2005). Os professores, todos afirmaram que um balanço entre os três níveis de conhecimento é o ideal. Se considerarmos que se deseja, conduzir o estudante a um a nível de assimilação atitudinal eficaz, este não pode ser parcialmente atingido já que não se pode tomar meias atitudes .

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:LDB e PCN’S: Disponibilizado em http:www.mec.gov.br.
DOBBS, David. Reflexo Revelado. Viver Mente e Cerebro, ano XIV, nº 161, pags. 46-51, 2006.
GALLESE, V. Et al. Action recognigtionin the premotor cortex. Brain, Vol. 119, nº2, pags. 593-609, 1996.
AZAR, Beth. How How mimicry began culture. Monitor on Psychology. Vol 36, nº 9, pags.54-57, outubro, 2005.
ARBIB, Michel. From monkey-like action recognition to human language: an evolutionary framework for neurolinguistics. Behavioral and Brain Sciences, Vol. 28, pags.105-167, 2005.