ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E FLAVONÓIDES TOTAIS EM CHÁS PREPARADOS COM JACARANDA DECURRENS SUBSP. SYMMETRIFOLIOLATA

AUTORES: LIMA, A. S. V. (UEMS); CARDOSO, C. A. L. (UEMS)

RESUMO: A subespécie Jacaranda decurrens subsp. symmetrifoliolata pertencente à família Bignoniaceae. Conhecida como carobinha ou caroba e segundo indicações populares, o chá das folhas da espécie são utilizados para problemas reumáticos e sífilis, e as cascas combatem desinteria. Neste trabalho foram avaliadas a atividade antioxidante e a quantidade de flavonóides totais em decocções do vegetal. As decocções preparadas com as cascas das raízes apresentam uma maior atividade antioxidante em relação as folhas, a qual não esta relacionada com a maior quantidade de flavonóides totais e nem é influenciada pela época de coleta do vegetal. Podemos concluir que o chá das cascas das raízes é uma fonte de antioxidantes.

PALAVRAS CHAVES: jacaranda decurrens, atividade antioxidante, carobinha

INTRODUÇÃO: A subespécie Jacaranda decurrens subsp. symmetrifoliolata pertencente à família Bignoniaceae, é um subarbusto, que ocorre, exclusivamente, na região sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul. É conhecida como carobinha ou caroba e segundo indicações populares, o chá da raiz é utilizado como depurativo do sangue, cicatrizante de feridas uterinas e dos ovários e as folhas da espécie são utilizadas para problemas reumáticos e sífilis, e as cascas combatem desinteria. A literatura não apresenta trabalhos com esta espécie vegetal. Atualmente, é incentivada a ingestão de chás ricos em antioxidantes naturais (ARGOLO et al, 2004). Um dos testes para se verificar a propriedade antioxidante de substâncias é o ensaio utilizando o DPPH, o qual permite fazer uma avaliação indireta da capacidade seqüestradora de radicais livres e assim associá-la com a capacidade antioxidante (BLOIS, 1958). Os flavonóides são uma classe de substâncias de grande interesse, pois suas estruturas apresentam um grande espectro de atividades biológicas, entre elas atividade antioxidante. Neste trabalho foram avaliadas a atividade antioxidante e a quantidade de flavonóides totais em decocções da carobinha.

MATERIAL E MÉTODOS: As plantas foram coletadas em Dourados-MS e identificadas por Rosana Farias Singer da UNICAMP. As decocções foram preparadas com 25mL de água a 85 °C vertidas sobre 500mg do vegetal e mantendo nesta temperatura por 30 minutos. O DPPH foi preparado na concentração de 0,004% em metanol. A cada amostra (1mL) foi adicionado o DPPH (2mL), sendo que as absorbâncias foram medidas, em espectrofotômetro, em 517nm, após 30 minutos de reação. Foram tomados como referência, 2 mL de DPPH em 1 mL de água. A rutina foi utilizada como antioxidante padrão, a qual foi submetida ao mesmo procedimento experimental. O resultado foi expresso em percentual de inibição [(absorbância do DPPH - absorbância da amostra / absorbância do DPPH) x 100)]. Os flavonóides totais foram analisados utilizando 0,5mL da decocção e adicionando 1,5mL de álcool etílico 95%, 0,1mL de cloreto de alumínio 10%, 0,1mL de acetato de sódio (1 mol/L) e 2,8mL de água destilada, sendo que as absorbâncias foram medidas em espectrofotômetro, em 415 nm, após 40 minutos de reação. A quercetina foi utilizada como padrão, seguindo o mesmo procedimento experimental. A resposta foi expressa em mg de quercetina por g de amostra.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre as amostras analisadas em relação à atividade antioxidante (Figura 1), as decocções das cascas das raízes (C) apresentaram maiores valores de atividade antioxidante em relação às folhas (F) do vegetal. Houve uma diferença, em torno de 43%, entre C1 e F1 e 35% entre C2 e F2. Entre as folhas a diferença é de, aproximadamente, 5% entre F1 e F2 e de 7% entre C1 e C2. Em relação aos flavonóides totais (Figura 2) houve uma maior discrepância entre os resultados. Sendo que a maior diferença, em torno de 89%, ocorreu entre C2 e F2. Entre as folhas a diferença é de, aproximadamente, 73% superior em F1 em relação a F2 e 87% superior de C1 para C2. A amostra 1 foi coletada no período de seca e a amostra 2 no período de chuva, no mesmo local. A diferença de períodos, praticamente, não influenciou na atividade antioxidante nas partes do vegetal. Em relação, a quantidade de flavonóides totais houve uma maior alteração nos resultados obtidos e esta pode ter sido influenciada pelo período de coleta. Podemos verificar também que não houve uma correlação de aumento da atividade antioxidante nas partes do vegetal com o aumento da quantidade de flavonóides totais.




CONCLUSÕES: As decocções preparadas com as cascas das raízes da carobinha apresentam uma maior atividade antioxidante em relação as folhas, a qual não esta diretamente relacionada com a quantidade de flavonóides totais no chá do vegetal e nem é influenciada pela época de coleta. Podemos concluir que o chá das cascas das raízes é uma fonte de antioxidantes.

AGRADECIMENTOS:FUNDECT, UEMS, FINEP

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ARGOLO, A. C..C.; SANT ´ANA, A. E. G.; PLETSCH, M.; COELHO, L. C. B. B., 2004. Antioxidant activity of leaf extracts fron Bauhinia monandra. Bioresource technology, 95: 229-233..
BLOIS, M.S. 1958. Antioxidant Determinations by the use of a Stable Free Radical. Nature.181: 1199-1200.