ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: QUANTIFICAçãO DE FE (II) E MN(II) NAS áGUAS DAS PRAIAS DA BAIA DE SãO MARCOS, SãO LUIS (MA)

AUTORES: SIQUEIRA, L.F.S – CEFET-MA
COSTA NETO, J.DE. J.G.DA – CEFET-MA
ROJAS. M.O.A I – CEFET-MA
AMARANTE JUNIOR, O P – CEFET-MA
BRITO. N.M – CEFET-MA
BARBIERI, R. - UFMA

RESUMO: A determinação do Mn(II) e do Fe(II) nas praias da Baia de São Marcos foi feita a partir de soluções padrões de 1000 mg/L de sulfato manganoso (MnSO4) e sulfato ferroso amoniacal [ (NH4)2 Fe (SO4)2.6H2O]. Foi possível determinar o Fe(II) e Mn(II) na faixa de 0,1 a 1,0 mg/L por espectrofotometria do UV-visível com leitura de absorbância em 510nm para o Fe(II) com o cromóforo tiocianato de potássio e, após adição padrão, por Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma de Argônio Indutivamente Acoplado, ICP – OES lidas a 294,92 nm o Mn(II) e a 259,94 nm para o Fe(II). Objetivou-se a quantificação dos níveis desses metais na água do mar para verificar concordância com as concentrações fixadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.

PALAVRAS CHAVES: fe(ii) e mn(ii), água do mar, espectrofotometria uv-vis e icp-oes

INTRODUÇÃO: O escoamento da produção de ferro e manganês, oriundos de siderúrgicas do distrito industrial da capital e do interior de Maranhão, pela baia de São Marcos, tornam as praias e as zonas portuárias de São Luis áreas propicias a contaminação por estes metais. Os efeitos desta contaminação antropogênica negligente afetam os componentes da biota aquática, desde a água, os sedimentos, o ar e até os organismos vivos, além de também interferirem na termodinâmica e cinética natural do oceano. O manganês é bioacumulável em organismos vivos, principalmente em espécies fitoplanctônicas, as bases tróficas dos ecossistemas marinhos, o que pode refletir no próprio homem através de sua alimentação por pescado e mariscos. Quantidades variáveis de ferro afetam o crescimento de fitoplâncton, o que prejudica as trocas gasosas na interface ar-oceano, além de influenciar os ciclos de carbono e de enxofre e causar mudanças climáticas globais. A determinação do ferro e manganês pode ser feita por complexometria, voltametria e por técnicas espectrofotométricas. Neste projeto, usou-se espectrofotometria do UV-visível e emissão atômica com plasma de argônio indutivamente acoplado, ICP – OES.

MATERIAL E MÉTODOS: Os equipamentos utilizados foram um Espectrofotômetro do UV- Vis SP220 e um Espectrômetro ICP- OES MODULA/EOP. Para a curva de calibração do Fe(II), fez-se uma solução padrão de sulfato ferroso amoniacal 1000mg/L,PA., dissolvendo 7,02g de (NH4)2 Fe (SO4)2.6H2O em 50mL de H2O deionizada, adicionando 20mL de H2SO4 98% e gotejando 0,1mol/L de KmnO4 à quente. A partir de 100mg/L do padrão, fizeram-se soluções de 0,1 a 1,0mg/L, das quais tomaram-se alíquotas de 10mL de cada, e adicionaram-se as seguintes quantidades de reagentes: 600L de HCl 20%(v/v), 100L de H2O2 30%(v/v) e 1mL de KSCN 10%, para leitura no UV-Vis em 510nm. Para a quantificação do Fe(II) na água do mar (colhida em garrafas PET na Praia de São Marcos, conservada em geladeira e filtrada em papel de fibra de vidro de 45m, repetiu-se o procedimento, pegando-se 10mL das amostras salinas e acrescentando-se os reagentes na mesma ordem e quantidade. Em plasma, foram determinados os níveis de Fe(II) e Mn(II) na água do mar por adição padrão, utilizando as mesmas concentrações anteriores a partir de soluções padrões de 10mg/L de (NH4)2 Fe (SO4)2.6H2O e MnSO4, lendo-se a 259,94nm e a 294,92nm.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na determinação do Fe(II), o tiocianato de potássio contribuiu para a formação de complexos estáveis de ferro e tiocianato de cor levemente rosada, e a adição do HCl 20% impediu a hidrólise do ferro, estes reagentes facilitaram, de modo geral, o manejo das soluções contendo Fe(II) durante as análises. A curva de calibração feita a partir do padrão de [(NH4)2 Fe (SO4)2.6H2O] e água deionizada com leitura no UV-Vis [Fig.1] obedeceu a Lei de Beer (r = 0,99947). Por adição padrão, quantificou-se o Fe(II) na água do mar em, aproximadamente, 0,12 mg/L com leitura no UV-Vis [Fig.2] e em plasma com concentração média de 0,17 mg/L [Tab.1]. Os valores encontram-se abaixo da resolução do CONAMA nº 357, de 2005, para águas salinas que determina a quantidade máxima para o ferro de 0,3mg/L, portanto, ambos os resultados são válidos. Na determinação do Mn(II) por plasma, obteve-se uma concentração média de 0,0118mg/L [Tab.1], abaixo dos valores fixados para o manganês pela resolução do CONAMA nº 357, de 2005, para águas salinas de 0,1mg/L.





CONCLUSÕES: A quantificação do Fe(II) e do Mn(II) por espectrofotometria do UV-Vis e por espectrometria de emissão atômica com plasma de argônio indutivamente acoplado, ICP – OES demonstrou haver níveis seguros destes metais na Praia de São Marcos, não ultrapassando as determinações do Conselho Nacional do Meio Ambiente para estes metais. Confirmou-se, também, a potencialidade dos métodos propostos para determinação espectrofotométrica dos íons de Fe(II) e Mn(II) na água do mar.

AGRADECIMENTOS:Ao CEFET-MA, a UFMA e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)

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Silva, M.R.C.D. Dissertação de mestrado. São Carlos. USP, 2002