ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS LABORATORIAIS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

AUTORES: SANTOS, J.C.S1, VASCONCELOS, N.M.S.1, BENIGNO, A.P.A.1, ALVES, J.A.B.L.R.1, FILHO, E.A.C.B. 1
1UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE


RESUMO: A preocupação com uma disposição adequada de resíduos, sejam eles originados de universidades, indústrias e demais instituições, tem levado a busca de alternativas coerentes para com o meio ambiente e à saúde pública. Sabe-se que “a geração de resíduos químicos no Brasil sempre foi um assunto muito pouco discutido” (JARDIM, 1997). No entanto, atualmente há registros de um crescente aumento de encontros, congressos, abordando e discutindo programas de gerenciamento de resíduos. Nesse contexto, as universidades não mais alheias a essas questões, pois estão implantando programas como esses. Logo, a Universidade Estadual do Ceará não fica a mercê desses programas, tendo em vista que, a proposta deste trabalho é divulgar o Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos da UECE PGRQ/UECE.

PALAVRAS CHAVES: resíduos químicos, tratamento, meio ambiente.

INTRODUÇÃO: É relevante o número de fatores que contribuem para com os problemas relacionados às questões ambientais, dos quais podemos destacar o lixo, ou rejeitos, produzidos durante as atividades diárias da sociedade de um modo geral. Com a Revolução Industrial e o desenvolvimento de novas técnicas, a produção de bens de consumo em série e em larga escala, o aprimoramento e aumento da fabricação de novos produtos, incluindo principalmente os químicos, que essa problemática tornou-se mais preocupante acentuando-se nos dias atuais. No entanto, “é também verossímil que a geração de resíduos não é exclusividade das indústrias, uma vez que em laboratórios de universidades, escolas e institutos de pesquisa também são geradoras de resíduos de elevadas diversidade e volume” (TAVARES e BENDASSOLLI., 2005). Atualmente, “as indústrias estão gradualmente trocando processos tradicionais por tecnologia ambientalmente corretas, sendo que as universidades estão montando programas de gerenciamento de resíduos” (PERGHER et al., 2004). Este trabalho expõe o Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos da UECE, e divulga a experiência obtida com o adequado descarte de seus resíduos químicos.

MATERIAL E MÉTODOS: Visando um menor impacto ambiental, este trabalho consta do tratamento de resíduos originados nas disciplinas de Química Analítica e Química Geral, contendo os seguintes metais pesados Ba, Cu, Fe, Ag, Sn e As. As soluções residuais, de ácidos ou de bases foram neutralizadas. Os resíduos contendo íons (Ba2+) foram tratados adicionando solução de ácido sulfúrico diluído para obtenção de sulfato de bário insolúvel. Aos resíduos contendo (Cu2+) foi adicionado tioacetamida diluída para obtenção do sulfeto de cobre insolúvel. Para os resíduos contendo prata (Ag+), seguiram-se duas formas de recuperação e/ou passivação: a primeira utilizando-se solução de brometo (Br-), obtendo-se brometo de prata insolúvel. A segunda utilizando ácido clorídrico diluído para obtenção cloreto de prata insolúvel. Aos resíduos contendo estanho (Sn2+), utilizou-se solução de hidróxido de sódio, obtendo-se hidróxido de estanho insolúvel. Tratamento semelhante utilizou-se para resíduos contendo estanho, foi aplicado para soluções contendo (Fe3+) obtendo-se hidróxido de ferro insolúvel. Trataram-se os resíduos de arsênio (As3+), com tioacetamida, obtendo-se sulfeto de arsênio insolúvel.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos com um programa de gerenciamento de resíduos requerem a participação de toda comunidade geradora, visto que, “a implantação de um programa de gestão de resíduos exige antes de tudo mudança de atitudes e, por isto, é uma atividade que traz resultados a médio e longo prazo, além de requerer a reeducação e uma persistência continuas.” (AFONSO et al., 2003). O principal resultado obtido com o Programa de Gerenciamento de Resíduos da UECE PGRQ/UECE, foi á mudança de atitudes por parte dos professores e alunos em relação ao descarte dos resíduos produzidos durante suas atividades rotineiras, que antes eram despejados e jogados diretamente nas pias e esgotos dos laboratórios da universidade, tomando o cuidado de acondiciona-los e coleta-los em recipientes que foram disponibilizados para este fim. A redução das quantidades de reagentes e soluções foi outro resultado positivo. Os tratamentos aplicados aos resíduos, possibilitaram a recuperação/inertização desses resíduos armazenados na forma sólida ou em solução, sendo possível a sua reutilização, mostrando-se medidas capazes de serem estendidas, não só para os laboratórios da UECE, mas também para demais Instituições.




CONCLUSÕES: As Universidades como formadoras de profissionais devem estabelecer, desenvolver e implantar programas de gerenciamento de resíduos, tendo em vista, que a preocupação com o meio ambiente e a saúde publica faz parte do seu papel formador. Os resíduos produzidos em suas dependências devem ser hierarquizados devidamente com o intuito de reduzir suas quantidades, além de ser aplicado um adequado descarte e destinação final. O gerenciamento de resíduos laboratoriais da UECE, demonstra a preocupação para com a disposição final de seus rejeitos, como também a formação de cidadãos conscientes.

AGRADECIMENTOS:Agradecemos á Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico, pelo investimento e credibilidade no PGRQ da UECE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:AFONSO, J. C. 2003. Gerenciamento de Resíduos Laboratoriais: Recuperação de Elementos e Preparo Para Descarte Final. Revista. Química Nova, 26: 602-611.

JARDIM, W. F. 1998. Gerenciamento de Resíduos Químicos em Laboratórios de Ensino e Pesquisa. Química Nova, 21: 671-673.

PERGHER, S. B. C. 2004. Programa de Gerenciamento de Resíduos dos Laboratórios de Graduação da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus Erechim. Revista Química Nova, 27: 674-677.

TAVARES, G. A. BENDASSOLLI, J. A. 2005. Implantação de um programa de gerenciamento de resíduos químicos e águas servidas nos laboratórios de ensino e pesquisa no CENA/USP. Química Nova, 28: 732-738.