ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: ATIVIDADE DE EXTRATOS DE PLANTAS DO NORDESTE DO BRASIL CONTRA CEPAS DE CANDIDA ALBICANS ISOLADAS DA MUCOSA BUCAL DE CRIANÇAS DE UMA CRECHE DE FORTALEZA

AUTORES: SOARES, K.P. – UECE, AMORIM, L.N. – UECE, NASCIMENTO, K.M. – UECE, LIMA NETO, J.G. – UECE, MALLMANN, E.J.J. – UECE, VIEIRA, M.G. S – UECE, RIBEIRO, S.R.L. – UFC, MELO, T.S – UFC, SOUZA, G.C – UFC, BARRETO, M.B- UFC, BRASIL, N.V.G.P.S– UFC, MENEZES E. A – UFC, CUNHA, F.A. – UFC.

UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARá
UECE – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARá



RESUMO: Após o uso excessivo de medicamentos antimicrobianos pela população, houve um grande índice de microrganismos que se tornaram resistentes à terapia convencional. Isso fez com que a pesquisa de novas substâncias úteis para combater infecções fosse intensificada. Neste sentido, o uso de plantas medicinais sob formas de extrato e fitofármacos, ganhou importância na terapêutica atual. Os extratos das plantas Guettarda angélica, Diodia radular, Piptadenea stipulacea, Manikara triflora, Byrsonima sericea, Bauhinia ungulata foram submetidos à avaliação da atividade antifúngica contra cepas de Candida albicans. Os extratos apresentaram potencial antifúngico sobre o crescimento de C. albicans, porém há muito a ser investigado, buscando-se identificar as substâncias responsáveis por esta atividade.

PALAVRAS CHAVES: candida albicans. plantas medicinais.

INTRODUÇÃO: As candidíases bucais (também chamadas sapinhos) que ocorrem em crianças são causadas por uma deficiência imunológica, bem como por outros fatores tais como má higiene bucal e esterilização inadequada dos utensílios utilizados pelas mesmas, que potencializam a ocorrência dessa infecção fúngica. Considerando esse fato, foram avaliadas as atividades antifúngicas de plantas do nordeste contra Candida albicans isoladas de crianças em uma creche (Maria Regina) na cidade de Fortaleza-Ce. A atividade biológica de plantas medicinais tem sido objeto de intensa investigação cientifica. Plantas superiores e aromáticas são amplamente utilizadas na medicina popular, uma vez que apresentam amplo espectro de atividade e inibição comprovada contra bactérias e fungos1,4. A maioria dessas propriedades é conferida por produtos do metabolismo secundário, como terpenóides e compostos fenólicos2. Dessa forma, foram coletadas algumas plantas do Parque Botânico do Ceará para verificar a suas potencialidades antimicrobiana. Além disso, nosso país apresenta uma rica biodiversidade, devendo-se considerar o custo mais baixo destas formas terapêuticas em relação a medicamentos industrializados.

MATERIAL E MÉTODOS: As plantas, Guettarda angélica, Diodia radular, Piptadenea stipulacea, Manikara triflora, Byrsonima sericea, Bauhinia ungulata, foram coletadas no Parque Botânico do Ceará e suas exsicatas foram depositadas no Herbário Prisco Bezerra na Universidade Federal do Ceará (UFC). As folhas de cada planta foram maceradas com etanol comercial por 7 dias, em seguida os extratos foram obtidos através de rotaevaporadores. Uma alíquota de 100 mg de cada extrato foi diluída em 10 mL de DMSO para a avaliação da atividade antifúngica contra cepas de C. albicans, utilizando o método de difusão em ágar. Esse método consiste na realização de um orifício no meio de cultura Sabouraud, onde é depositada uma concentração conhecida do extrato (10 µL/mL). Em cada orifício foi colocado 200 µL de extrato. As placas foram incubadas à 37 °C e a leitura foi realizada em 48h com a auxílio de um paquímetro. Foram testadas 23 cepas de C. albicans identificadas por testes microbiológicos convencionais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os extratos etanólicos testados, apenas a G.angélica não apresentou atividade em nenhuma das cepas testadas. O extrato de P. stipulacea apresentou atividade em 19 cepas, das quais seis cepas apresentaram susceptibilidade ao extrato com uma média de halos de 14 mm. Uma cepa apresentou-se sensível apenas a esse extrato. Para o extrato de D. radular, observou-se atividade em 15 cepas, com uma média de halos de 13 mm. O extrato de M. triflora foi ativo contra 9 cepas de C. albicans, onde as três cepas apresentaram halos de 11mm, 13mm, 12 mm, respectivamente. Para o extrato etanólico de B. sericea, observou-se atividade em 19 cepas, dentre elas as cepas 12/1, 04/2, 19/2 e 04/3 apresentaram halos de 12, 12, 14 e 13 mm, respectivamente. Esse extrato foi o único que apresentou atividade contra a cepa 49/2, que não se mostrou sensível frente aos outros extratos testados. O extrato de B. ungulata apresentou atividade em 13 das 23 cepas testadas, onde as cepas 40/1 e 04/2 apresentaram halos de 16 e 17 mm, respectivamente.




CONCLUSÕES: Os resultados obtidos na avaliação preliminar da atividade antifúngica contra a levedura C. albicans dos extratos das plantas do Parque Botânico da cidade de Fortaleza-Ce demonstraram um bom potencial antifúngico. Dos extratos analisados, observou-se que P. stipulacea e B. sericea apresentou atividade em 83% das cepas testadas. A B. sericea ainda foi ativa contra uma cepa de C. albicans que, por sua vez, mostrou-se resistente a todos os outros extratos testados. A D. radular foi ativa contra 65% das cepas testadas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1. Hulin, V.; Mafart, P.; Dufossé, L. – Les proprietés anti-microbiennes des huiles essentielles et composes d, arômes. Sciences des Aliments v.18 p. 563-582, 1998.
2. Adam, K.; Sivropoulou,; Laranas, T.; Arsenkais, M. – Antifungal activities of Origanum vulgare subsp. Mentha spicata, lavandula angustifólia, and salvia fruticosa Esssential Oils againts Humam Pathogenic Fungi. J. Agric. Food Chem.
3. Duarte, M.C.T.; Figueira, G.M.;Pereira, B.; Magalhães, P.M.; Delarmelina,C.-Atividade antimicrobiana de extratos hidroalcólicos de espécies da coleção de plantas medicinais CPQBA/UNICAMP- Revista Brasileira de Farmacognosia p.6-8, 2004.
4. Franco, J.; Nakashima, T; Franco, L., Boller, C. Composição Química e atividade antimicrobiana in vitro do óleo essencial de Eucalyptus cinérea F. Mull. Ex Benth., Myrtaceae, extraído em diferentes intervalos de tempo. Revista Brasileira de Farmacognosia. 15 (3): 191-194, Jul/Set. 2005.