ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: ATIVIDADE DE EXTRATOS DE PLANTAS DO NORDESTE DO BRASIL CONTRA CEPAS DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORAS DE BETALACTAMASES DE ESPECTRO EXPANDIDO.

AUTORES:
SOARES, K.P. – UECE, AMORIM, L.N. – UECE, NASCIMENTO, K.M. – UECE, LIMA NETO, J.G. – UECE, MALLMANN, E.J.J. – UECE, VIEIRA, M.G. S – UECE, RIBEIRO, S.R.L. – UFC, MELO, T.S – UFC, SOUZA, G.C – UFC, BARRETO, M. B - UFC, BRASIL, N.V.G.P.S– UFC, MENEZES E. A – UFC, CUNHA, F.A. – UFC.


RESUMO: Esse trabalho teve como objetivo avaliar a ação antimicrobiana de sete extratos etanólicos de plantas oriundas da flora nordestina contra cepas de Klebsiella pneumoniae multiresistentes. Os extratos foram obtidos das folhas das plantas: Piptadenia stipulacea, Diodia radula, Byrsonima sericea, Bauhinia ungulata, Crytalia argentea, Maytenus obtusifolia e Randia armata coletadas no Parque Botânico do Ceará. A avaliação foi realizada utilizando o método de difusão em ágar. Foi utilizado uma concentração de 10 µL/mL do extrato. Em cada orifício foi colocado 200 µL de extrato. As placas foram incubadas a 35 °C por 24 h e os halos foram medidos com um paquímetro. Foram testadas 12 cepas de K. pneumoniae. Os resultados encontrados foram promissores para os extratos testados.

PALAVRAS CHAVES: klebsiella pneumoniae. extratos de plantas.

INTRODUÇÃO:
Ao longo das últimas décadas, desde a descoberta das penicilinas naturais, o avanço da indústria farmacêutica levou ao surgimento de diversos antimicrobianos, com espectro de ação cada vez mais ampliado. Entretanto, a exposição aos antimicrobianos desencadeou resistência bacteriana, limitando as opções terapêuticas utilizadas nos processos infecciosos(3). Embora o desenvolvimento da resistência seja um fenômeno espontâneo, as drogas atuam como agentes seletivos de bactérias resistentes(4). Tendo em vista que bactérias resistentes a múltiplos antimicrobianos representam um desafio no tratamento de infecções, é notória a necessidade de encontrar novas substâncias com propriedades antimicrobianas para serem utilizadas no combate a esses microrganismos. A flora brasileira é muito diversificada e rica, muitas das plantas encontradas nesse ecossistema são usadas na medicina natural, no tratamento de doenças tropicais, incluindo infecções bacterianas(1). Nesse estudo foram avaliados a atividade de diversas plantas contra cepas de Klebsiella pneumoniae produtoras de betalactamases de espectro expandido (KP-ESBL(+)). Essas bactérias apresentam multiresistência.


MATERIAL E MÉTODOS: As plantas, Piptadenia stipulacea, Diodia radula, Byrsonima sericea, Bauhinia ungulata, Crytalia argêntea, Maytenus obtusifolia e Randia armata foram coletadas no Parque Botânico do Ceará e suas exsicatas foram depositadas no Herbário Prisco Bezerra na Universidade Federal do Ceará (UFC). Para a realização dos extratos foram pesados de 40 a 115 g das folhas de cada planta. O material foi macerado com etanol comercial 90% e deixados em repouso por 7 dias, em seguida os extratos foram obtidos com a evaporação do álcool em rotaevaporador. O rendimento dos extratos variou de 4,6 a 19,5%. Uma alíquota de 100 mg de cada extrato foi diluída em 10 mL de DMSO para a avaliação da atividade antibacteriana. Foram utilizadas 12 cepas de K. pneumoniae multiresistentes, isoladas de pacientes internados no Hospital Geral de Fortaleza. Os testes foram realizados utilizando o método de difusão em ágar. Esse método consiste na realização de um orifício no meio de cultura Muller-Hinton, onde foi depositada 200 µL do extrato em cada orifício. As placas foram incubadas a 35 °C/24h e as leituras dos halos foram realizadas com o auxílio de um paquímetro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Atualmente muitos trabalhos vêm sendo realizados em busca de novas plantas com atividade microbiana. Dentre sete extratos etanólicos testados, o extrato de P. stipulacea apresentou atividade em 100% das cepas testadas, onde a média dos halos variaram entre 7 e 18 mm. Os extratos de D. radula e B. ungulata também apresentaram atividade em 100% das bactérias testadas. A D. radula mostrou-se ativa contra todas as cepas testadas; para a cepa 37K apresentou halo de 10mm, 17K (11mm), 06K (12mm), 42K (10mm), 39K (15mm), 30K (10mm), a B. ungulata também apresentou 100% ativa contra todas as cepas testadas, como exemplo temos a cepa 40K (10mm), 06K (11mm), 42K (10mm), 39K (14mm), 30K (10mm), 36K (12mm), B. sericea apresentou atividade em 81% das cepas testadas, em que os halos variavam entre 6 a 19 mm. O extrato de C. argentea apresentou atividade em 66% das cepas, com uma variação de halo de 7 e 12mm. Para M. obtusifolia houve atividade em 8 cepas, com uma variação de halos de 10 mm a 19mm. O extrato de R. armata apresentou ação para 8 cepas, como exemplo: 17K (11mm), 42K(17mm), 39K(19mm).




CONCLUSÕES: A resistência a agentes antimicrobianos é grave e preocupante e requer não somente a pesquisa para o desenvolvimento de novas substâncias, mas também o desenvolvimento de novas abordagens para o tratamento de infecções bacterianas. Logo, a busca de propriedades antibacterianas de extratos de plantas e de substâncias mais específicas tem sido incentivada e intensificada (2).

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1.Alves T.M.A.; et al. Biological screening of Brazilian medicinal plants. Memórias Instituto Oswaldo Cruz; 95:367-73. 2000,
2.Miguel, M. D.; Miguel, O. G. Desenvolvimento de fitoterápicos. São Paulo: Robe, 1999.
3.Marinell, M.; Pierson, C.; Chenoweth,C. The stethoscope: a potencial source of nosocomial infection? Archives of Internal Medicine, 157: 786-90, 1997.
4.Freitas, A. G.; et al. Atividade antiestafilocócia do Plantago major L. Revista Brasileira de Farmacognosia. 12: 64-65. 2002.