ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: AÇÃO LARVICIDA FRENTE AO AEDES AEGYPTI DE QUATRO ESPÉCIES DO GÊNERO PIPER

AUTORES: 1LIMA, Y. C. DE - UECE; 1LIMA, K. S. B. DE - UECE; 1SOUSA, T. S. – UECE; 1BERTINI, L. M. – UECE; 1MORAIS, S. M. – UECE.
2FACUNDO, V.A, - UFRO; 2ANJOS JUNIOR, J.F.- UFRO

1UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARá
2UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDôNIA


RESUMO: Na busca por produtos naturais que possam ser usados como larvicidas contra Aedes aegypti no controle do dengue foram testados os óleos essenciais de 4 espécies de Piper que crescem extensamente no estado de Rondônia, situado na parte do sudeste da floresta Amazônica. Os óleos essenciais foram extraídos pelo método de arraste com vapor d’água e sua composição química foi determinada por CG/EM. Os componentes principais na P. gaudichaudianum (CL50 120.6mg/L) foram viridiflorol e aromadendreno, na P. humaytanum (CL50 153.5mg/L) foram óxido de cariofileno e β-selineno, na P. pemucronatum (CL50 36mg/L) foram dillapiol e miristcin e na P. hostmanianum (CL50 54mg/L) foram asaricin e miristicin. Entre os óleos essenciais testados, P. pemucronatum exibiu a melhor ação larvicida.

PALAVRAS CHAVES: Óleos essenciais, aedes aegypti, piper

INTRODUÇÃO: O dengue é um dos problemas de saúde mais importantes presente na América Latina Tropical. O mosquito A. aegypti L. é o vetor responsável por essa enfermidade. O método principal de combate a este vetor é a utilização de inseticidas organofosforados, no entanto o vetor tem se tornado resistente a esses produtos sintéticos. Uma alternativa convencional seria a utilização de produtos naturais originados de plantas que produzem metabólitos secundários que apresentam propriedades inseticidas. Nenhuma informação química e biológica existe de óleos essenciais dessas quatro espécies do gênero Piper: P. Gaudichaudianum Kunth, P.humaytanum Yunck, P.pemucronatum Yunck e P.hostmanianum (Miq.).

MATERIAL E MÉTODOS: As folhas de: P. gaudichaudianum, P. humaytanum, P. pemucronatum e P. hostmanianum foram coletadas no estado de Rondônia situado no sudeste da Floresta Amazônica. O material botânico foi identificado no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, onde estão depositadas as suas exsicatas. O óleo essencial foi extraído pelo método de arraste por vapor d´água e os seus constituintes foram identificados por CG/EM. As cartelas de ovos foram cedidas pelo Núcleo de Endemias da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Os testes foram realizados com 50 larvas do 3º estágio, nas concentrações iniciais de 500, 250, 100 e 50mg/L, mas concentrações intermediárias foram preparadas para o melhor cálculo da concentração letal que mata 50% das larvas (CL50). A leitura foi realizada com 24 horas, e observado o número de larvas mortas. Os experimentos foram realizados em triplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na composição química dessas espécies observou-se a presença majoritária dos seguintes constituintes: P. gaudichaudianum – viridiflorol (27%), aromadendreno (15,5%) e b-selineno (10,5%); P. humaytanum – oxido de cariofileno (16,63%) e b-selineno (15,77%); P. pemucronatum – dillapiole (54,70%) e miristicin (25,61%), e a P. hostmanianum - asaricin (27,37%), miristicin (20,26%) e dillapiole (7,66%). Os quatro óleos testados apresentaram ação larvicida e suas CL50 foram: P. gaudichaudianum 120,6mg/L, P. humaytanum 153,5mg/L, P. pemucronatum 36mg/L e a P. hostmanianum 54mg/L. O valor de CL50 varia de acordo com a composição química da amostra. As duas Pipers que apresentaram melhores ações larvicidas têm em comum na sua composição química o miristicin e dillapiole como constituintes majoritários, que são relatados na literatura por possuir propriedades inseticidas.




CONCLUSÕES: Neste trabalho, observou-se que principalmente as espécies de P. pemucronatum e P. hostmanianum são promissoras, destacando a sua composição química e propriedade larvicida que eram então desconhecidas.



AGRADECIMENTOS:Ao CNPq, UECE, UFRO, INPA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1. Adams, R.P. 2001. Identification of Essential Oil Components by Gas Chromatography/Quadrupole Mass Spectroscopy, Allured, Illionois, 455pp.
2. Cavalcanti, E.S.B., Morais, S.M., Lima, M.A.A., Santana, E.W.P. 2004. Larvicidal Activity of Essential Oils from Brazilian Plants against Aedes aegypti L. Mem Inst Oswaldo Cruz 99, 541-544.
3. Ciccia, G., Coussio, J., Mongelli, E. 2000. Insecticidal activity against Aedes aegypti larvae of some medicinal South American plants. J. Ethnopharmacol., 72(1-2): 185-189.