ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PESTICIDAS UTILIZADOS EM HORTALIÇAS COMERCIALIZADAS EM TERESINA

AUTORES: L M.S.FREIRE1; C.O.C.NETO2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI-UESPI1,2
(WWW.LECIAFCS@HOTMAIL.COM)1


RESUMO: Este trabalho visa identificar quais pesticidas estão sendo usados no cultivo de hortaliças em Teresina-PI, bem como quantificar e comparar se os teores de seus resíduos encontrados nas hortaliças estão de acordo com os índices estabelecidos pela Agência de Vigilância Sanitária. A primeira etapa consistiu em visitas e entrevistas aos horticultores. Os resultados evidenciaram que 15% dos horticultores usavam algum tipo de pesticida, sendo os inseticidas da classe toxicológica III, dos grupos organofosforados e piretróides os mais usados.

PALAVRAS CHAVES: pesticidas, hortaliças, toxidade de pesticidas.

INTRODUÇÃO: Desde que o homem começou a cultivar o solo (QUÍMICA NOVA,2004) a produtividade tem sido ameaçada e muitas vezes reduzida por pragas (SENENT, 1979). Para minimizar estes problemas, têm-se utilizado certos produtos químicos, conhecidos como pesticidas, os quais abrangem os inseticidas, os herbicidas e os fungicidas (TORRES, 1998). A aplicação desses pesticidas, por serem tóxicos, geram problemas na saúde humana, pois os mesmos podem ser cancerígenos, multagênicos, teratogênicos e mimetizadores de hormônios (QUIMICA NOVA, 2005). Os riscos, no entanto, não se limitam ao homem do campo, pois resíduos das aplicações, de pesticidas, atingem mananciais de águas e o solo (ANDREA, 2004; SINDIPETRO, 2005) e conseqüentemente os alimentos (INSIDE, 2005).

MATERIAL E MÉTODOS: A primeira etapa consistiu de visitas e entrevistas a horticultores, em três (03) das varias hortas comunitárias existente em Teresina. A escolha das hortas foi feita por zonas, sendo, as escolhidas: Dirceu Arcoverdes (zonas Sudeste), Tabuleta (zona sul) e Planalto Uruguai (zona leste). Oitenta (80) horticultores foram entrevistados, sendo que trinta (30) na horta Dirceu Arcoverdes, trinta (30) na horta Tabuleta e vinte (20) na horta Planalto Uruguai. A entrevista foi realizada no período de Novembro à Dezembro de 2005 e era constituída de quatro (04) perguntas, as quais questionavam aspectos importantes no cultivo das hortaliças. Essas perguntas estão relacionadas abaixo.
1ª Questão: Que pragas atacam as hortaliças mais frequentemente?
( ) Insetos.
( ) Ervas Daninhas.
( ) Insetos e Ervas Daninhas.
2ª Questão: Utiliza algum pesticida para combater essas pragas?
( ) Sim
( ) Não
Caso a resposta seja Sim,Qual(ais)?
3ª Questão: Quantas vezes o pesticida é aplicado durante o ciclo de produção das hortaliças?
4ª Questão: Quanto tempo leva da ultima aplicação até a colheita?


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Mediante os dados coletados, notou-se que as pragas mais comuns são os insetos, no entanto 85% dos horticultores usavam métodos alternativos e apenas 15% dos horticultores optavam em utilizar, eventualmente, algum tipo de pesticida no combate a essas pragas, sendo os seguintes inseticidas os mais usados: Malathion e Formocidol (cujo principio ativo é o Malathion); Nitrosin (Principio Ativo é o Clorpirifos) - que por serem derivados do acido fosfórico, acido tiofosforico e do acido ditiofosforico são classificados como organofosforados - e Decis (que tem como principio ativo o Deltramethrim, no qual possui estrutura semelhante à piretrina, substancia existente nas flores do Chrysanthemum (Pyrethrum) Cineanarialfolium e por esse motivo é classificado no grupo dos Piretróides), os quais pertencem a Classe Toxológica III – considerados medianamente tóxico. Apesar da utilização desses pesticidas, ficou notório que os horticultores obedeciam o prazo mínimo (de 7 a 13 dias, tempo suficiente para a planta metabolizar os tipos de pesticidas que foram utilizados) entre a ultima aplicação e a colheita das hortaliças.




CONCLUSÕES: Levando em consideração os dados obtidos, na entrevista realizada, conclui-se que a utilização de pesticidas no cultivo de hortaliças é relativamente baixo, o que implica, que a probabilidade de encontrar traços de pesticidas nas hortaliças estejam dentro dos níveis estabelecidos pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). No entanto, fazem-se necessárias análises químicas para que possa comprovar se as hortaliças estão com níveis de pesticidas aceitáveis.

AGRADECIMENTOS:Agradeço a Deus, à UESPI pela bolsa PIBIC e aos meus amigos, Ferdinande e Edvan, que sempre estiveram ao meu lado me apoiando.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1 - Química Nova. v. 27, N 2, p. 241-246, 2004.
2 - Senent, J., A Poluição. Rio de Janeiro: Salvat, 1979.
3- Torres, J.P.M. Ocorrência de Micropoluentes Orgânicos (organoclorados e hidrocarbonetos policiclicos aromáticos) em Sedimentos Fluviais e Solos Tropicais. Tese de Doutorado, Rio DE Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998.
4 - Química Nova. v. 28, N 4, p. 605-5609, 2005.
5 - Andréa, M.M. "Contaminação do Solo por Pesticidas". Centro de Proteção Ambiental do Instituto Biológico, Disponível em: http/ www.geocides.com/esabio/águas/contaminação pesticidas.htm., 2004.
6 - http://www.sindipetro.org.br/extra/cartilha-cut/11agrotoxicos.htm, acessada em 20/09/2005 às 18:00hs.
7 - http://www.insite.com.br/bio/wfalmeida/agro.1:htm