ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM FOLHAS E CASCAS DOS FRUTOS DE GUAVIRA

AUTORES: CHIMENEZ, T. A. (UEMS); CARDOSO, C. A. L. (UEMS); ALVES, G. K. F (UEMS); WEISMANN, M.(UEMS).

RESUMO: O Mato Grosso do Sul apresenta uma diversidade de plantas nativas, e entre elas as espécies de Campomanesia, as quais são popularmente conhecidas como guavira. A literatura apresenta poucos trabalhos com estas espécies. Neste trabalho foi realizada uma avaliação da atividade antioxidante. O teste foi realizado com o radical livre DPPH e foram avaliados o extrato etanólico da casca dos frutos de C. xanthocarpa e o extrato hexânico e etanólico das folhas de C. adamantium. Pelos resultados obtidos a atividade antioxidante apresentou maiores percentuais de inibição nos extratos etanólicos, tanto nas cascas dos frutos quanto nas folhas. Foi possível concluir que há presença de substâncias fenólicas nos extratos esta diretamente correlacionada com os maiores percentuais de inibição.

PALAVRAS CHAVES: campomanesia adamantium, campomanesia xantocarpha, guavira

INTRODUÇÃO: A procura por princípios ativos em plantas nativas, vem crescendo, devido ao grande investimento em medicamentos alternativos, em função de suas ações terapêuticas observadas na forma de chás ou outros. O Mato Grosso do Sul apresenta uma grande diversidade de plantas nativas, e entre elas as espécies do gênero Campomanesia, as quais são popularmente conhecidas como guavira (CRAGG et al., 1997). A literatura apresenta poucos trabalhos na parte química e de atividade biológica com estes vegetais. Atualmente, é incentivada a ingestão de frutas, legumes e chás que são ricos em antioxidantes naturais (ARGOLO et. al., 2004). Um dos testes disponíveis para se verificar a propriedade antioxidante de substâncias é o ensaio espectrofotométrico utilizando o radical livre DPPH. Este teste permite fazer uma avaliação indireta da capacidade seqüestradora de radicais livres e assim associá-la com a capacidade antioxidante da substância em análise (BLOIS, 1958). Neste trabalho foi avaliada a atividade antioxidante no extrato etanólico da casca dos frutos de C. xanthocarpa e o extrato hexânico e etanólico das folhas de C. adamantium.

MATERIAL E MÉTODOS: O material vegetal foi identificado pelo Prof. Marcos Sobral da UFMG. O teste antioxidante com o radical livre DPPH foi realizado no extrato etanólico da casca dos frutos de C. xanthocarpa (amostra 1) e no extrato hexânico (amostra 3) e etanólico (amostra 2) das folhas de C. adamantium. A amostra 1: 0,0106 g em 5 mL de metanol, obtendo-se a concentração de 2120 ppm; amostra 2: 0,0208 g em 10 mL de metanol, obtendo-se a concentração de 2080 ppm e amostra 3: 0,0216 g em 10 mL de metanol, obtendo-se a concentração de 2160 ppm. Foram realizadas diluições da solução estoque nas concentrações de 40, 80, 160 e 320, 640 ppm. A cada 1 mL das amostras foram adicionados 2 mL de DPPH (0,004% em metanol), permanecendo em repouso por 30 minutos. O mesmo procedimento foi realizado empregando 1 mL de metanol com 2 mL de DPPH. As absorbâncias foram lidas em espectrofotômetro em 517 nm. Foi utilizado como padrão a rutina nas concentrações de 20, 40, 80, 160 e 320 ppm, as quais também foram submetidas ao mesmo procedimento. Para análise do perfil cromatográfico foi empregada a cromatografia em camada fina com os reveladores a luz ultravioleta (254 e 365 nm), vapores de iodo, p-anisaldeido e N-PEG.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As amostras apresentaram um perfil cromatográfico distinto nos diferentes reveladores, sendo que quando foi utilizado um revelador mais específico para substâncias fenólicas (N-PEG) à amostra 3 não apresentou resposta. A Figura 1 apresenta os dados obtidos nos extratos de C. adamantium e C. xanthocarpa em relação à atividade antioxidante. Pelos resultados a amostra 1 apresentou um percentual de inibição crescente nas concentrações testadas, provavelmente, devido às substâncias fenólicas existentes no extrato. A amostra 2 também apresentou um bom percentual de inibição em concentrações mais elevadas e também apresenta substâncias fenólicas. Sendo que a amostra 1 apresentou um maior percentual de inibição que a amostra 2. A amostra 3 apresentou baixo percentual de inibição e com pouca alteração nas diferentes concentrações testadas. Este resultado deve ter ocorrido, em função da presença de resinas de óleos e esteróides que costumam estar presentes em extratos hexânicos, as quais, geralmente, não apresentam atividade antioxidante.




CONCLUSÕES: A busca de substâncias com atividade antioxidante deve ser realizada nos extratos etanólicos tanto das cascas dos frutos quanto das folhas destes vegetais, pois estes apresentaram um maior percentual de inibição. Também podemos concluir que há presença de substâncias fenólicas nos extratos etanólicos e não no extrato hexânico e, que este fato esta diretamente relacionado à atividade antioxidante obtida. Nenhum dos extratos obteve valores superiores ao do antioxidante padrão (rutina) em todas as concentrações testadas.

AGRADECIMENTOS:FUNDECT, UEMS, FINEP

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ARGOLO, A. C..C.; SANT ´ANA, A. E. G.; PLETSCH, M.; COELHO, L. C. B. B., 2004. Antioxidant activity of leaf extracts fron Bauhinia monandra. Bioresource Technology, 95: 229-233.
BLOIS, M.S. 1958. Antioxidant Determinations by the use of a Stable Free Radical. Nature. 181: 1199-1200.
CRAGG, G. M.; NEUWMAN, D. J.; SNADER, K. M., 1977. Natural Products in Drug Discovery and Development. Journal of Natural Products, 60: 52-57.