ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: AÇÃO ANTIOXIDANTE E POTENCIAL ANTIMICROBIANO DE ANADENANTHERA COLUBRINA

AUTORES: SOUSA, T. S. – UECE; LIMA, K. S. B. – UECE; LIMA, Y. C. - UECE; BERTINI, L. M. – UECE; MORAIS, S. M. – UECE; CAVALCANTI, E.S.B - UECE.
1UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARá (THICY85@YAHOO.COM.BR)


RESUMO: O presente trabalho avalia a ação antioxidante e antimicrobiana de Anadenanthera colubrina. O extrato etanólico da planta foi preparado e fracionado com solventes orgânicos. A atividade antioxidante foi testada pelo método de varredura do radical livre DPPH e a antimicrobiana pelo método de cavidade placa. Os índices médios de varredura encontrados na atividade antioxidante foram os seguintes: etanólico-0,41mg/mL; metanólico-0,43mg/mL; acetato-0,44mg/mL, clorofórmico-0,48mg/mL e hexânico-5,9mg/mL. Na atividade antimicrobiana, a fração hexânica não apresentou nenhuma ação frente às bactérias testadas, contudo as demais frações apresentaram zonas de inibição de 11-18mm. Os extratos de A. colubrina apresentaram características biológicas que justificam, em parte, o seu uso popular.

PALAVRAS CHAVES: anadenanthera colubrina, antioxidante e antimicrobiana.

INTRODUÇÃO: Anadenanthera colubrina, conhecida popularmente como angico branco, é uma árvore de grande porte pertencente à família Fabaceae. Esta espécie é utilizada na medicina popular em casos de diabetes, afecções pulmonares e das vias respiratórias. Sua casca, de sabor amargo, também é muito utilizada como adstringente, depurativa, diurética, antidiarréica, além de ser útil nas doenças sexuais, com ação sobre as fibras do útero. A investigação da ação antioxidante e do potencial antimicrobiano dos extratos de A. colubrina visa validar o seu uso popular.

MATERIAL E MÉTODOS: As folhas de A. colubrina foram coletadas na Fazenda Guaiúba (UECE), e seu extrato etanólico foi preparado. Esse material foi fracionado com solventes orgânicos (hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol). A atividade antioxidante foi determinada pelo método de varredura do radical livre DPPH, em que várias soluções do extrato etanólico, das frações e do padrão antioxidante (quercetina) foram misturadas a uma solução do radical DPPH e feitas leituras por um método colorimétrico em um espectrofotômetro com comprimento de onda de 515nm, após 60 minutos. Estes dados foram submetidos ao programa estatístico Origin para a obtenção dos índices médios de varredura (IV50). A atividade antimicrobiana foi feita pelo método cavidade placa utilizando o meio Ágar Müeller Hinton. As bactérias utilizadas foram: Staphylococcus aureus, Salmonella typhimurium e Streptococcus β-hemolíticus. Foram injetados 20 microlitros das amostras na concentração de 80 microgramas por mililitro. As placas foram incubadas numa estufa a 37°C por 24 horas. A região de inibição foi medida com o auxílio de um paquímetro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato etanólico da planta e suas frações mostraram-se ativos pelo menos em 2 microrganismos testados, exceto a fração hexânica que não apresentou nenhuma atividade. O extrato bruto do angico apresentou halos de inibição, variando de 16-18mm nas bactérias utilizadas. As frações acetato de etila e metanólica não apresentaram zonas de inibição frente à bactéria S. typhimurium, já à fração clorofórmica apresentou as mesmas zonas de inibição do extrato bruto, o que sugere que os compostos ativos estão nesta fração. Nos demais microrganismos, as zonas de inibição das frações metanólica, clorofórmica e acetato de etila foram comparáveis às do extrato bruto. Na ação antioxidante, observou-se que o IV50 das amostras foram: extrato etanólico 0,41mg/mL e frações: metanólica 0,43mg/mL, acetato de etila 0,44mg/mL, clorofórmica 0,48mg/mL, hexânica 5,9mg/mL e a quercetina 0,23mg/mL. Os potenciais antioxidantes do extrato etanólico e das frações, exceto a fração hexânica, foram satisfatórios em relação ao padrão.




CONCLUSÕES: O extrato etanólico apresentou potencial antioxidante e antimicrobiano. Das frações, a clorofórmica teve maior destaque, pois mostrou bom potencial antioxidante e ação contra todos os microrganismos testados, o que sugere que nela estão os compostos mais ativos. As frações acetato de etila e metanólica apresentaram ações semelhantes, já a hexânica foi a menos ativa nos testes realizados. A pré-purificação do extrato bruto do angico foi eficaz, concentrando os compostos bioativos nas frações clorofórmica, acetato e metanólica, as quais serão alvos de futuros isolamentos.

AGRADECIMENTOS:Ao CNPq, pelo financiamento da pesquisa e a Universidade Estadual do Ceará

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:Matos, F. J. A. Introdução à Fitoquímica Experimental. Edições da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 1997.

Yepez, B., Espinosa, M., López, S., Bolaños, G. Producing antioxidant fractions from herbaceous matrices by supercritical fluid extraction. Fluid Phase Equilibria, 194-197, 879-884, 2002.

Nascimento, G. F.; Locatelli, J.; Freitas, P. C.; Silva, G. L. Antibacterial activity of plant extracts and phytochemicals on antibiotic resistant bacteria. Brazilian Journal of Microbiology, 31, 247-256, 2000.