ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: DETECÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DE CLOROFILA A E B UTILIZANDO ANÁLISE POR INJEÇÃO DE FLUXO

AUTORES: DIAS, D. B. - UEMS; BENEDETTI-FILHO, E. - UEMS; AQUINO, F. F. - UEMS; FIORUCCI, A. R. - UEMS; TROMBINI, D. C. - UEMS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS (DENIBASANI@HOTMAIL.COM)

RESUMO: O objetivo deste projeto é realizar a determinação da concentração de clorofila a e b em plantas através de um sistema de análise por injeção em fluxo (FIA). Foram utilizados nas extrações vários tipos de solventes, para verificarmos qual enquadra-se nas melhores condições para a utilização em sistema FIA. A utilização da extração em linha acarreta uma melhor velocidade analítica em comparação com o sistema manual que gera maiores perdas experimentais. A espécie utilizada na análise foi Cecropia pachystachya, planta nativa e de grande interesse em áreas de recuperação vegetal. O processo de extração utilizando acetona 80% como solvente apresentou o melhor resultado quanto a velocidade analítica e a desvio padrão.

PALAVRAS CHAVES: clorofila, fia, espectrofotometria

INTRODUÇÃO: As clorofilas a, b e c são os pigmentos naturais mais abundantes nas plantas e ocorrem nos cloroplastos das folhas e em tecidos vegetais. Estudos em uma grande variedade de plantas indicam que os pigmentos clorofilianos são os mesmos. As diferenças aparentes na cor do vegetal são devidas à presença e distribuição variada de outros pigmentos associados (VON ELBE, 2000). Atualmente os pigmentos clorofilianos são de grande importância comercial, podendo ser utilizados tanto como pigmentos quanto como antioxidantes. Ocorrem também, vários fatores relacionados com suas características físicas, efeitos da luz e radiação, seu uso como corantes em alimentos, fatores relacionados a formação do composto de degradação, ao processamento em indústrias de alimentos e ao seu metabolismo (STREIT et al., 2005). A utilização do sistema de análise por injeção de fluxo (FIA) foi proposta devido às suas vantagens, em termos de: velocidade analítica, precisão, reprodutibilidade, baixo consumo de reagentes, baixa interferência do meio circundante, etc. Foi enfocado o sistema de extração em linha para clorofila a e b em plantas para determinar a concentração por espectrofotometria.

MATERIAL E MÉTODOS: Utilizou-se de bomba peristáltica Ismatec modelo IPC-8, espectrofotômetros Femto modelos 700Plus e 800X, injetor comutador confeccionado manualmente e as vidrarias Pyrex classe A. No processo de extração utilizou-se 5mL dos solventes: etanol, acetona e acetato de etila respectivamente, para verificar qual apresentava a melhor sensibilidade para o processo de extração. Os extratos obtidos foram encaminhados ao espectrofotômetro de varredura para verificar qual o melhor comprimento de onda para sua análise. Confeccionou-se um sistema de extração por pressão, no qual a bomba peristáltica encaminhava ar atmosférico através dos tubos tygon a uma câmera contendo o solvente e este era impulsionado para uma coluna de troca contendo a amostra triturada e seguia-se para o detector. Foram testados diversos diâmetros de tubos de tygon, assegurando assim uma melhor velocidade de extração da clorofila e velocidade analítica. Em seguida, realizou a elaboração do módulo de análise e os respectivos testes para: quantidade de reagentes, velocidade analítica, reprodutibilidade e sensibilidade. Os resultados foram comparados com o método apresentado no Standard Methods (APHA, 1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Testaram-se as soluções extratoras 70, 80 e 90% v/v dos solventes e o extraído foi submetido ao espectrofotômetro de varredura para avaliar o melhor comprimento de onda para cada composição e a sua sensibilidade para resposta de absorbância. A acetona 80% foi o solvente que proporcionou melhor sensibilidade e facilidade na extração quando utilizado em linha no sistema FIA. Padronizando a acetona como solvente, iniciaram-se os ajustes no módulo de análise em fluxo. Foram comparadas diversas quantidades de massas para as plantas utilizadas e a que apresentou melhores resultados foi a de 0,5000g. Utilizaram-se tubos de tygon de diâmetro interno de 2,54mm por apresentarem melhor facilidade na extração e que garantiram uma pressão ideal ao sistema extrator com uma velocidade analítica de 10 determinações por hora. Comparando ao procedimento padrão de análise, que fornece aproximadamente 1 determinação por hora, o sistema é bastante rápido. A faixa linear obtida foi de 0,300 a 1,500mg.g-1 de clorofila, e o limite de detecção de 0,300mg.g-1. Os desvios padrão para as medidas com o método proposto foram inferiores a 1% (n=5). O consumo total de reagente é de 5mL de solvente por amostra.




CONCLUSÕES: A análise de teores de clorofilas a e b em plantas através de análise por injeção em fluxo, é um sistema viável do ponto de vista de velocidade analítica, sendo 10 vezes mais rápido que o convencional. A quantidade de resíduos gerados é bem inferior, proporcionando uma análise química mais satisfatória do ponto de vista ambiental. Os resultados apresentados pelo método proposto quando comparados com o sistema padrão de análise apresentaram melhor reprodutibilidade.

AGRADECIMENTOS:A PROPP-UEMS pela bolsa de IC concedida a acadêmica Denize Bassani Dias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:VON ELBE, J. H. Colorantes. In: FENNEMA, O. W. Química de los alimentos. 2.ed. Zaragoza: Wisconsin - Madison, 2000.

STREIT, N. M.; CANTERLE, L. P.; DO CANTO, M. W. & HECKTHEUER, L. H. H. As clorofilas. Ciência Rural, 35 (3): 748-755.

CLESCERI, L. S.; GREENBERG, A. E. & EATON, A. D. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 edição. American Public Health Association, Baltimore, 1998.