ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: RECUPERAÇÃO DE RESÍDUOS DE NITRATO DE PRATA (AGNO3) DOS LABORATÓRIOS DA UEG – CINÉTICA DE REAÇÃO E PUREZA

AUTORES: MOURA, W.S. - UEG
JUNIOR, E.A.F. - UEG
SILVA, M.N. - UEG
ASCHERI, D.P.R. - UEG

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

RESUMO: Os Laboratórios de Química da UEG, a exemplo de outras universidades brasileiras, vem implementando uma política de gerenciamento de resíduos químicos gerados em seus laboratórios de ensino de graduação. O presente trabalho estabelece padrões reacionais de cinética e determinação de pureza, das recuperações de nitrato de prata a partir de resíduos descartados nos laboratórios, quando se utiliza o método de oxi-redução. Verificou-se que em 3 (três) horas de reação entre o cobre e a solução contendo prata, obteve-se a concentração de 1,367 g/L de AgNO3. Sendo que, sua pureza apresentou um valor de 80%, com rendimento na recuperação dos resíduos de 81%. Isto faz com que seja viável a utilização do método de oxi-redução, para a recuperação de resíduos laboratoriais de nitrato de prata.

PALAVRAS CHAVES: tratamento de resíduos; políticas ambientais; nitrato de prata

INTRODUÇÃO: O gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e pesquisa no Brasil, começou a ser amplamente discutido na década de 90. A ausência de um órgão fiscalizador, a falta de visão e o descarte inadequado, levaram muitas universidades a poluir o meio ambiente e promover o desperdício de material. Houve um tempo onde os resíduos eram jogados na pia dos laboratórios sem preocupação sequer com a segurança. Dentro desse contexto, diversas Instituições vêm buscando gerenciar e tratar seus resíduos de forma a diminuir o impacto causado ao meio ambiente (AMARAL, S. T., 2001). A Universidade Estadual de Goiás (UEG), desenvolve um trabalho de recuperação de resíduos, onde foi desenvolvido um método de recuperação de resíduos de nitrato de prata, a partir de reação de oxi-redução com o cobre (MOURA, W.S., 2006). A implementação de um programa de gestão de resíduos (JARDIM, W. F., 1998) exige, antes de tudo, mudança de atitudes trazendo resultados a médio e longo prazo, além de requerer a reeducação e uma persistência contínua. Portanto, além da instituição disposta a implementar o programa, o aspecto humano é muito importante, pois o êxito depende colaboração de todos(N.R.C.,1995).

MATERIAL E MÉTODOS: Utilizou-se o método de oxi-redução, que consiste na imersão de fios de cobre polidos na solução que contém prata líquida. Nesta reação o cobre metálico libera os elétrons fazendo com que o Ag+ aceite tais elétrons se transformando em Ag(s), o qual recobre toda a superfície do fio de cobre que foi imerso. Utilizou-se 4 sistemas reacionais, deixando o cobre em contato com a solução por 1,2,3 e 4horas. Retirou-se os fios de cobre, lavou-se com água deionizada para retirada da prata sólida deposta sobre a superfície do fio de cobre. Filtrou-se e lavou-se exaustivamente com água e, logo em seguida, levou-se para secagem durante 20 minutos na estufa a 105 ºC. Pesou-se a quantidade de prata sólida produzida e, adicionou-se quantidade estequiometricamente calculada de ácido nítrico (HNO3), adicionando pequena quantidade em excesso. Formou-se então uma solução de nitrato de prata. Tal solução foi levada ao aquecimento para evaporar o excesso de ácido nítrico, logo a seguir, colocou-se em banho de gelo para cristalização. Finalmente, determinou-se o grau de pureza utilizando o método de Mohr.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir de uma alíquota de 300 mL da amostra de resíduos de AgNO3, onde foram reagidos durante 1, 2, 3 e 4 horas, têm-se um resultado satisfatório com reação em 3 horas. Como pode ser verificado no gráfico 1. Antes de 3 horas e após, é observado que a quantidade de material recuperado apresenta baixas taxas. No período de 3 horas, obteve-se uma concentração de nitrato de prata igual a 1,367 g/L. O rendimento apresentado é satisfatório, igual a 81%, tendo em vista a utilização categórica do método de oxi-redução (LURIE, J., 1978). As universidades, escolas e institutos de pesquisa, respondem por aproximadamente 1% da produção de resíduos em países desenvolvidos como os Estados Unidos (VAITSMAN, S. D.; 1995). Considerando que estas instituições exercem papel fundamental quando avaliam os impactos ambientais provocados por outras unidades geradoras de resíduos, é necessário que tratem adequadamente seus rejeitos, a fim de não verem mitigada sua credibilidade perante a sociedade e os órgãos públicos competentes. A análise de pureza, do nitrato de prata recuperado, apresenta um valor de 80%. Como demonstra o gráfico 2. O nitrato de prata pode então ser reutilizado para novas reações.




CONCLUSÕES: Neste trabalho de conscientização nota-se a necessidade de se evitar a poluição do ambiente, recuperando e reutilizando o reagente AgNO3. Visto que se trata de um reagente caro e poluente. Desenvolveu-se processos que diminuem a poluição ambiental. Os resíduos recuperados apresentam os melhores resultados reacionais com 3 horas de contato da amostra com os fios de cobre, com grande aproveitamento em relação ao rendimento e teor de pureza da amostra.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:AMARAL, S. T.; et.al. Relato de uma Experiência: Recuperação e Cadastramento de Resíduos dos Laboratórios de Graduação do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Quim. Nova 2001, 24, 419.

JARDIM, W. F.; Gerenciamento de Resíduos Químicos em Laboratórios de Ensino e Pesquisa. Quim. Nova 1998, 21, 671.

LURIE, J.; Handbook of Analytical Chemistry, Mir Publishers: Moscou, 1978, caps. 3, 6 e 10.

MOURA, W.S.; SILVA, M.N.; Recuperação para Reutilização de Nitrato de Prata a partir dos Resíduos de Cloreto de Prata. In: Encontro Nacional dos Estudantes de Química, 25., 2006, Campina Grande. Resumo… Campina Grande: UEPB, 2006. Área 2 – 1 CD-ROM

NACIONAL RESEARCH COUNCIL, CHEMICAL SCIENCE AND TECHNOLOGY; Prudent Practices in the Laboratory: Handling and Disposal of Chemicals, Washington, 1995.

VAITSMAN, S. D.; & BITTENCOURT, O. A.; Ensaios Químicos Qualitativos, Editora Interciência: Rio de Janeiro, 1995, caps. 2 e 4.