ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: INFLUÊNCIA DE MODIFICADORES QUÍMICOS NA DETERMINAÇÃO DE SELÊNIO EM SUSPENSÕES DE AMOSTRAS DE RAÇÕES E FEZES DE PEIXES POR GFAAS

AUTORES: SILVA,F.A. - PROGRAMA DE PóS-GRADUAçãO EM ZOOTECNIA – FACULDADE DE MEDICINA VETERINáRIA E ZOOTECNIA – DEPARTAMENTO DE MELHORAMENTO E NUTRIçãO ANIMAL/UNESP, BOTUCATU-SP, (FABIOARLINDO@YAHOO.COM.BR);
NEVES, R.C.F. - PROGRAMA DE PóS-GRADUAçãO EM ZOOTECNIA – FACULDADE DE MEDICINA VETERINáRIA E ZOOTECNIA – DEPARTAMENTO DE MELHORAMENTO E NUTRIçãO ANIMAL/UNESP, BOTUCATU-SP;
LOUREIRO, V.R. - INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE QUíMICA E BIOQUíMICA, BOTUCATU/SP;
MORAES, P.M.- INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE QUíMICA E BIOQUíMICA, BOTUCATU/SP;
PADILHA, C.C.F.- INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE FíSICA E BIOFíSICA, BOTUCATU/SP;
PEZZATO, L.E. - FACULDADE DE MEDICINA VETERINáRIA E ZOOTECNIA – DEPARTAMENTO DE MELHORAMENTO E NUTRIçãO ANIMAL/UNESP, BOTUCATU-SP;
PADILHA, P.M.- INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE QUíMICA E BIOQUíMICA, BOTUCATU/SP.

RESUMO: Neste presente trabalho foi testada a influência dos modificadores químicos Pd(NO3)2, Pd(NO3)2 + Mg(NO3)2, Pd0, W0 + Pd(NO3)2 co-injetado no preparo de suspensões de amostras de rações e fezes de peixes para determinação de selênio por GFAAS. Os limite de detecção e de quantificação calculados foram de 0,31 e 1,03 ug L-1 para as suspensões padrão de fezes e de 0,35 e 1,16 ug L-1 para as suspensões padrão de ração. O método proposto foi aplicado na determinação de selênio em diferentes amostras de rações e fezes de peixes e mostraram-se de acordo com os resultados obtidos utilizando-se amostras previamente mineralizadas por digestões ácidas utilizando-se forno de microondas. O tempo de vida útil do tubo de grafite foi de 572 ciclos de aquecimento.

PALAVRAS CHAVES: modificadores químicos; gfaas; determinação de selênio

INTRODUÇÃO: O selênio é um micronutriente essencial presente nos tecidos do corpo. É parte integrante da enzima glutationa peroxidase que atua no citosol celular convertendo peróxido de hidrogênio em compostos atóxicos, o nível de atividade dessa enzima no fígado ou plasma é indicativo do suprimento de selênio do organismo (COMBS, 1986). Na nutrição de peixes o selênio dietético é armazenado na forma orgânica, e a margem entre a exigência nutricional e o limite tóxico é muito estreito, o que dificulta a quantidade exata desse micronutriente a ser adicionada na dieta do animal . Vários fatores associados à quantidade de selênio dos alimentos ou com outros alimentos em dietas misturadas, podem afetar a biodisponibilidade do elemento na dieta, influenciando a utilização da sua quantidade ingerida nas fases de digestão/absorção ou metabolismo/excreção (COMBS, 1986; WATANABE et. al.,. 1997). Considerando o exposto, este trabalho descreve a influência de diferentes modificadores químicos no preparo de suspensões de amostras de rações e fezes de peixes para determinação de selênio por GFAAS de modo a eliminar a etapa de mineralização das amostras.

MATERIAL E MÉTODOS: Após a moagem criogênica, 20 mg de amostras de ração ou fezes de peixes isentas de Se, foram transferidas para os copos do autoamostrador do espectrômetro de absorção atômica Shimadzu AA 6800. Volumes de 10, 20, 30, 40, e 50 uL de solução padrão contendo 500 ug L-1 de Se foram transferidos para os frascos do autoamostrador do espectrômetro, que já continha 20 mg de material biológico, 5uL de HNO3 concentrado suprapuro, 50 uL de Triton X-100 e 100 uL de solução do modificador químico a ser avaliado. O volume final foi acertado para 1000 uL com água ultrapura, de modo que a concentração final de Se nas suspensões ficassem na faixa de 5 a 25 ug L-1. Após agitação durante 40 s por sonificação, alíquotas de 20 uL foram injetados para dentro do tubo de grafite do espectrômetro. No estudo dos modificadores permanentes, Pd0 e W0, alíquotas 20 uL da solução do modificador foi injetada no atomizador, o qual em seguida foi submetido às etapas do programa de aquecimento utilizado na atomização Se.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As temperaturas de pirólise (TP) e atomização (TA)(em oC) determinadas utilizando-se os diferentes modificadores foram: Pd(NO3)2: TP – 1300, TA – 2300; Pd(NO3)2 + Mg(NO3)2: TP – 1300, TA – 2400; Pd0: TP – 1300, TA – 2300; W0 + Pd(NO3)2 co-injetado: TP – 1400, TA – 2400. Utilizando W0 como modificador permanente com co-injeção de Pd(NO3)2 o Se é estabilizado em 2400 oC, obtendo-se um melhor sinal de absorbância em relação aos outros modificadores, menor sinal de absorção de fundo e menor massa característica (mo = 35 pg). Considerando-se esses parâmetros, foram construídas curvas analíticas utilizando-se suspensões padrão na faixa de concentração de 5 a 25 ug L-1 de Se. Os limites de detecção e de quantificação calculados foram de 0,31 e 1,03 ug L-1 de Se para as suspensões padrão de fezes e de 0,35 e 1,10 ug L-1 de Se para as suspensões padrão de ração (ROSA et. al., 2002). O tempo de vida útil do tubo de grafite foi equivalente a 572 queimas. O método foi aplicado na determinação de Se em 4 amostras de rações de peixes (Tabela 1). As concentrações de Se determinadas pelo método proposto e por GFAAS após mineralização das amostras em forno de microondas, mostraram-se concordantes.




CONCLUSÕES: A utilização de W0 como modificador permanente com co-injeção de Pd(NO3)2 estabiliza termicamente o Se em suspensões de fezes e rações de peixes, obtendo-se baixos sinais de absorção de fundo. A vida útil do tubo de grafite recoberto com W0 aumentou cerca de 3 vezes em relação ao tubo sem recobrimento (572 contra 180 queimas). Os limites de detecção do método proposto, 0,31 ug L-1 de Se para as suspensões padrão de fezes e 0,35 ug L-1 de Se para as suspensões padrão de ração, o que possibilita sua aplicação com sucesso na determinação de Se em amostras de ração utilizadas em piscicultura.

AGRADECIMENTOS:Os autores agradecem a FAPESP pelo suporte financeiro (Processo 03/13362-6) e a CAPES pela concessão da bolsa de mestrado do pós-graduando Fábio Arlindo Silva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:COMBS, G. The Role of Selenium in Nutrition, Academic Press, London, 1986.
ROSA, C.R.; MORAES, M.; NETO, J.A.G.; NÓBREGA, J.A.; NOGUEIRA, A.R.A. Effect of modifiers on thermal behaviour of Se in acid digestates and slurries of vegetables by graphite furnace atomic absorption spectrometry, Food Chem., v.79, p.517-523,2002.
WATANABE, T.; KIRON, V; SATOH, S. 1997. Trace minerals in fish nutrition, Aquaculture, v.151, p.185-207.