ÁREA: Química Ambiental

TÍTULO: ORIGEM DE ALGUNS METAIS ASSOCIADOS ÀS PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO NO AR DA CIDADE DE OURO PRETO, MG

AUTORES: MAGALHÃES, L.C. – CEFET OURO PRETO; ALVES, L. – NOVELIS DO BRASIL; PEREIRA J.C. - UFOP; AFONSO, R.J.C.F. - UFOP; COUTRIM, M.X. – UFOP.

RESUMO: Este trabalho teve por objetivo estudar os metais associados às partículas em suspensão no ar de Ouro Preto, MG. Durante um ano, foram coletadas amostras em três pontos e determinadas as concentrações dos metais, utilizando ICP-AES. O alumínio apresentou maior teor em todos os pontos, indicando a influência da fábrica de alumínio. As concentrações de Cu foram maiores no ponto de tráfego veicular mais intenso. As maiores concentrações de Fe e Mn foram observadas no ponto com menor contribuição antropogênica. As concentrações de Cr, Cu, Mn, Ni e Pb não ultrapassaram os padrões internacionais. As médias geométricas anuais de PTS não ultrapassaram o padrão secundário em nenhum dos pontos. A cidade de Ouro Preto apresenta boa qualidade do ar em relação aos parâmetros avaliados.

PALAVRAS CHAVES: qualidade do ar, metais, partículas em suspensão

INTRODUÇÃO: A exposição às partículas suspensas no ar e às substâncias a elas associadas pode causar danos à saúde humana, à flora e à fauna, às edificações, de modo particular aos monumentos, dentre outros prejuízos (WHO, 2003). A qualidade do ar de uma região está intimamente relacionada à qualidade de seus recursos hídricos, pois os poluentes presentes no ar podem ser carreados para as águas através das precipitações pluviais. As principais fontes de poluição atmosférica em Ouro Preto são uma fábrica de alumínio localizada a 2 km do centro histórico e a emissão veicular. São também potenciais fontes poluidoras uma fábrica de ferro-ligas e empresas mineradoras próximas à cidade (MAGALHÃES, 2005). Este trabalho teve por objetivo estudar os metais associados ao material particulado em suspensão na atmosfera da cidade de Ouro Preto, contribuindo dessa forma para a avaliação da qualidade do ar na cidade.

MATERIAL E MÉTODOS: Dois amostradores de grande volume (hi-vol) foram instalados no centro histórico e um terceiro instalado no limite do núcleo urbano da cidade. As amostras foram coletadas entre maio de 2002 e maio de 2003, numa freqüência de 6 dias e por um período de 24 horas. A concentração das Partículas Totais em Suspensão (PTS), expressa em mg/m3, foi determinada pela razão entre a massa do material particulado retido em um filtro de fibra de vidro e o volume de ar amostrado. A digestão do material particulado para extração dos metais das amostras foi realizada em um forno de microondas. As concentrações dos metais foram determinadas em um espectrômetro de emissão atômica por plasma indutivamente acoplado (ICP-AES).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As médias geométricas anuais das concentrações de PTS não ultrapassaram os padrões legais brasileiros (CONAMA, 1990) em nenhuma das estações de amostragem (tabela 1).
Para períodos de 24 h, na estação do Pilar o padrão primário legal de 240 mg/m3 foi excedido em três oportunidades. Nas três estações, as concentrações de PTS foram maiores nos meses de seca e menores nos meses de chuvas (figuras 1, 2 e 3).
As concentrações dos metais pesados Cr, Cu, Mn, Ni e Pb (tabela 2) estiveram aquém dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2003) e pela ATSDR (disponível em www.atsdr.cdc.gov).
A boa correlação entre Fe e Mn, e suas maiores concentrações no ponto de maior contribuição natural, indicam a origem biogência. O Cu não se correlaciona com os demais metais, sendo suas maiores concentrações no ponto mais impactado por tráfego veicular, indicando ser essa a origem principal desse metal (ARTAXO & CASTANHO, 2001). Dentre os metais analisados, o Al foi o que melhor se correlacionou com o PTS, além de apresentar maior concentração em todos os pontos. Sua origem pode ser associada às jazidas de bauxita e/ou à presença da fábrica de alumínio na região de Ouro Preto.




CONCLUSÕES: É possível concluir que as concentrações dos metais por local de amostragem e os resultados da Análise de Componentes Principais permitiram inferir sobre a origem de alguns destes metais. Em ralação ao PTS, a qualidade do ar em Ouro Preto no período estudado foi boa, pois não houve nenhum episódio crítico de poluição do ar.

AGRADECIMENTOS:Universidade Federal de Ouro Preto, Novelis do Brasil, Centro Federal de Educação Tecnológica de Ouro Preto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY. Regulations and guidelines applicable. Disponível em www.atsdr.cdc.gov.
ARTAXO, P. e CASTANHO, A. Wintertime and summertime São Paulo aerosol source apportionment study. Atmospheric Environment 35 (2001) 4889-4902.
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução 03, 1990.
MAGALHÃES, L Estudo do material particulado e metais associados no ar atmosférico da cidade de Ouro Preto, MG. Dissertação de mestrado. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, 2005.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Health aspects of air pollution with particulate matter, ozone and nitrogen dioxide, 2003. 98 p.