ÁREA: Química Ambiental

TÍTULO: EFEITOS DO REFLORESTAMENTO COM ACOMPANHAMENTO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DOS CORPOS DE ÁGUA DO HORTO FLORESTAL DE BURITI.

AUTORES: MELO, A.C.T. - UFU; COSTA, D.T. - UFU; SANTOS, W.B. - UFU; PAVANIN, L.A. - UFU.

RESUMO: O reflorestamento tem sido alvo de controvérsia. Sua necessidade é inquestionável; porém seu efeito na fauna e flora tem sido um ponto de discussão. Nossa intenção é estudar o efeito causado pelo reflorestamento em relação à qualidade do curso da água. Nossos estudos foram realizados no Horto florestal de Buriti. Nós seguimos parâmetros químicos que verificam alterações na qualidade da água, usando as Resoluções CONAMA. Entre os parâmetros avaliados estão eles: DBO5, nitrogênio amoniacal e fósforo. De acordo com os resultados obtidos, observa-se de modo geral que os valores estão acima do previsto na legislação, isto tem como explicações o aumento da substância orgânica pela decomposição de substância vegetal (processos de eutrofização) e o escoamento de fertilizantes.

PALAVRAS CHAVES: reflorestamento, corpos de água, monitoramento

INTRODUÇÃO: No Brasil, a qualidade da água superficial é determinada conforme o uso preponderante a que se destina e sua classificação é dada segundo uma lista de parâmetros físico-químicos na Resolução número 357 de 17 de março de 2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 2005).
Uma preocupação atual refere-se à qualidade das águas em áreas de florestas plantadas de pínus e eucaliptos.No Horto Florestal de Buriti são executadas as atividades extrativistas de madeira e resina em área plantada com pínus e eucaliptos, mas pouco se sabe dos efeitos causados por esta atividade no meio-ambiente, principalmente em corpos de água (córregos e rios). A obtenção de madeira como matéria prima industrial a partir de reflorestamentos homogêneos com espécies de crescimento rápido (pínus e eucalipto) tem sido alvo de discussão quanto à geração de impacto industrial. Muitos trabalhos buscando investigar os efeitos das florestas plantadas sobre a qualidade e quantidade de água tem sido realizados (BUENO, 2005).
Este trabalho foi desenvolvido com a intenção de diagnosticar e enquadrar, segundo alguns parâmetros físico-químicos, ao longo do tempo (abril de 2003 a março de 2004) segundo a (CONAMA).


MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente, foram selecionados quatro pontos de amostragem e demarcados pelo GPS, sendo: (1) nascente do Córrego Buriti Quebrado e (2) nascente do Córrego Buriti Alto, que se unem formando o (3) Córrego Piçarrão e (4) saída do Horto do Buriti. As coletas foram feitas trimestralmente, as amostragens foram realizadas segundo as prescrições da norma Planejamento de Amostragem de Efluentes Líquidos e Corpos Receptores da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), NRB9897 e foram preservadas segundo prescrições da norma de Preservação e Técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores NBR9898.
Os parâmetros selecionados (usando o CONAMA 357 - classe 1) incluíram: demanda bioquímica de oxigênio (3,0 mg/L), nitrogênio amoniacal (até 3,7 mg/L para pH< 7,5) e fósforo ambiente intermediário (até 0,025 mg/L); classe 2, demanda bioquímica de oxigênio (5,0 mg/L), nitrogênio amoniacal (até 3,7 mg/L para pH< 7,5) e fósforo ambiente intermediário (até 0,050 mg/L fósforo 0,050 mg/L).


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados foram dispostos nas tabelas 1 a 4.
De acordo com os resultados obtidos, observa-se de modo geral que os valores de DBO5 estão acima do previsto na legislação. Para o nitrogênio amoniacal e fósforo como média geral encontram-se dentro dos limites de legislação.




CONCLUSÕES: O aumento de matéria orgânica presente na água pode ser explicado pela atividade de animais silvestres e decomposição de matéria vegetal. A lixiviação de fertilizantes é fator a ser considerado para a presença de fósforo e nitrogênio amoniacal. Observa-se que no período de estiagem, os níveis de nitrogênio, fósforo e DBO5 são maiores, águas mais lentas. No período chuvoso tem-se maior vazão e diminuição na concentração. Apesar da DBO5 se encontrar acima dos limites da legislação, não temos dados para afirmar que este efeito é influenciado por serem florestas plantadas de etenos e eucalipto.

AGRADECIMENTOS:À Nova Monte Carmelo S/A – Reflorestamento e Agropecuária por permitir a divulgação dos dados.
A UFU pela infra-estrutura oferecida.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Conselho Nacional do meio Ambiente (CONAMA), “Classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, condições e padrões de lançamento de efluentes”, Resolução número 357, 17 de março de 2005.
BUENO, L. F.; GALBIATTI, J. A.; BORGES, M.J.; Monitoriamento de variáveis de qualidade da água do horto ouro verde – Conchal - SP , Engenharia Agrícola, Jaboticabal, Vol. 25, Nº 3, 2005, pp. 742-748.