ÁREA: Química Ambiental

TÍTULO: QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS LOCALIZADAS NA ZONA “A” NO BAIRRO DE BOA VIAGEM NA CIDADE DE RECIFE, PERNAMBUCO, BRASIL

AUTORES: MENDES,C.L.T.P.-(CPRH;ESPINDULA,J.(CPRH,MACHADO,S.(CPRH)
- AGÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE-


RESUMO: Na Região Metropolitana do Recife, Estado de Pernambuco, a Super explotação de águas subterrâneas levou as autoridades locais a tomar medidas para disciplinar o uso deste recurso e proibir a construção de novos poços no aqüífero Cabo,na área denominada zona “A”.Este trabalho teve como objetivo avaliar a potabilidade da água do manancial,captada através de poços e utilizada para consumo humano.As amostras analisadas encontram-se cadastradas na CPRH,perfazendo um total de 53 laudos,todos no aqüífero Cabo.Com base nos resultados,pode-se verificar a ocorrência de águas que não atendem a Portaria nº 518/04 M.S,no que se refere ao parâmetro ferro.Essa anormalidade pode ser atribuída a construção de poços em desacordo com as normas e padrões preconizados pela ABNT.

PALAVRAS CHAVES: água subterrânea, potabilidade

INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas,a cidade do Recife tem passado por uma crise de abastecimento, que levou muitos empreendimentos a fazer perfurações de poços artesianos.Estas captações foram realizadas, na sua maioria, no aqüífero Cabo.Um grave problema para o recurso hídrico subterrâneo é que construções de poços de forma desordenada podem comprometer a qualidade dessas águas.A portaria no 518/4 M.S. define padrões de potabilidade da água,de forma que não ofereça risco à saúde dos consumidores (Brasil,2004).A área de estudo é denominada de zona “A”, localizada na porção sul do bairro de Boa Viagem (Recife) e uma pequena parte na porção norte do bairro de Piedade(Jaboatão dos Guararapes).Essa zona apresenta, atualmente,para o aqüífero Cabo,os níveis de água com profundidades entre 60 e 115 metros.Como forma de preservar e gerir os recursos hídricos subterrâneos,o Estado de Pernambuco criou a Lei 11.527/98, que trata da Conservação e Proteção das Águas Subterrâneas no Estado, e a Resolução nº.04/2003,que proíbe construção de novos poços e redução da vazão dos atuais poços,em 50%,na área denominada Zona “A”.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia empregada consistiu na pesquisa bibliográfica e tratamento e interpretação dos resultados de análises físico-química e bacteriológica de 53 poços licenciados e georeferenciados no cadastro da CPRH, todos inseridos na zona “A” e com captações no aqüífero Cabo.As análises foram realizadas por laboratórios credenciados pelos órgãos responsáveis e o método utilizado foi o Standard Methods for Examination of Water and Wasterwater, 20th edition, 1998.As análises foram realizadas no período compreendido entre janeiro 2005 e janeiro de 2006. Os parâmetros físico-químicos escolhidos para avaliação foram pH, condutividade, ferro total, cloretos, nitrato, nitrito manganês,e sólidos totais dissolvidos e os parâmetros bacteriológicos foram os coliformes totais e fecais. Os dados foram comparados com os valores máximos permissíveis (VMP) recomendados na Portaria no 518/04.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados das análises apresentaram em média os seguintes resultados:pH 6,5; condutividade 433µS/cm; ferro 0,75mg/L; cloretos 102,84mg/L; nitrato 1,18mg/L;nitrito 0,17mg/L; manganês 0,3mg/L; STD 259,5mg/L;coliformes totais < NMP/100mL);coliformes fecais < NMP/100mL.Verificou-se que o pH dessas águas acima de 6,0 permite definir essas águas como discretamente ácidas, a portaria define em 6,5 a 9,5 como potável.Nos poços analisados,o parâmetro ferro atingiu 0,69 mg/L, o dobro do recomendado pela legislação que rege a qualidade da águas potável no país.
Os demais parâmetros avaliados apresentaram-se dentro dos padrões estabelecidos pela Portaria nº 518/2004-MS.





CONCLUSÕES: As águas dos poços analisados apresentaram-se, de modo geral, dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela Legislação vigente. Contudo a presença de ferro total, acima do recomendado pela Portaria 518/2004-MS,provavelmente, pode ser atribuída à má construção desses poços, uma vez que o aqüífero, em que essas águas são captadas, não apresenta em sua formação geológica a ocorrência do elemento ferro.

AGRADECIMENTOS:A Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos pelo apoio no desenvolvimento deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:BRASIL, 2005 - Ministério da Saúde –Portaria 518 de 25 de março de 2005.;

PERNAMBUCO, 2003; Conselho Estadual de Recursos Hídricos – Resolução CRH 04/2003.;

PERNAMBUCO, 1997-Secretaria de Recursos Hídricos - Lei nº 11.427, de 17 de janeiro de 1997 –Conservação e Proteção das Águas subterrâneas no Estado.;