ÁREA: Educação em Química

TÍTULO: RISCOS QUÍMICOS EM AMBIENTES PROFISSIONAIS: UMA POSSIBILIDADE TEMÁTICA PARA CURSOS DE GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA

AUTORES: MESSEDER, J. C. - UNIVERSIDADE ESTáCIO DE Sá

RESUMO: Esse trabalho foi iniciado com os alunos do primeiro período, do curso de Graduação Tecnológica em Beleza, Estética e Imagem Pessoal, da Universidade Estácio de Sá, para que exercitassem os conhecimentos adquiridos na disciplina Fundamentos de Química. Optou-se pela abordagem dos riscos químicos ambientais, que afetam os profissionais que atuam na área supracitada. Verificou-se que 87% dos entrevistados desconhecem os perigos químicos a que são expostos. As habilidades desenvolvidas pelos alunos giram desde a proteção pessoal, extensiva à sua clientela, até a ampliação de conhecimentos gerais. Comprovou-se que a inclusão social através dos alicerces científicos é uma atitude que deve ser mais exercitada por alunos e professores dos cursos de graduação tecnológica espalhados pelo Brasil.

PALAVRAS CHAVES: riscos quÍmicos; salÕes; beleza e estÉtica;

INTRODUÇÃO: Os riscos apresentados por alguns produtos químicos em ambientes profissionais dependem de sua reatividade. Não é possível estabelecer uma regra geral que garanta a segurança no manuseio cotidiano de todas as substâncias (SOTO, 1995). Para uma avaliação rigorosa, torna-se necessário considerar não só as características físico-químicas, a reatividade e a toxicidade, mas também as condições de manipulação, as possibilidades de exposição do trabalhador e as vias de penetração no organismo (MET, 1999). Vários produtos usados em salões de beleza e clínicas de estética podem causar efeitos nocivos e doenças ocupacionais aos profissionais que passam grande parte da vida produtiva em ambientes expostos a essas substâncias químicas. Na maioria das vezes, os profissionais desconhecem os possíveis efeitos das substâncias químicas sobre a saúde, em função da sua diversidade no ambiente estético capilar e corporal. Esse trabalho de pesquisa alicerçou-se no objetivo do curso de Graduação Profissional em Beleza, Estética e Imagem Pessoal, da Universidade Estácio de Sá, que é formar o aluno para o mercado de trabalho com dinamismo e diferenciais, possibilitando-o a resolver de ordem tecnológica.

MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, uma vez que houve uma análise dos conhecimentos dos trabalhadores da área de beleza e estética sobre as cargas químicas a que são expostos. A população dos entrevistados, que somaram 463, foi lotada em estabelecimentos campo de estudo em vários bairros do Rio de Janeiro (RJ). Os dados foram coletados através da aplicação de um questionário fechado com perguntas do tipo: “Na sua formação profissional você teve informações sobre Química? No seu dia-a-dia de trabalho, você utiliza algum produto que requer um cuidado especial em função de seus riscos químicos? Qual o produto químico que você considera mais perigoso usado em seu local de trabalho? Em seu ambiente de trabalho, o cheiro de algum produto lhe incomoda? Qual é o produto? Você tem o hábito de ler toda a composição química que vem nos rótulos dos produtos usados no seu dia-a-dia? Alguma vez você já teve algum problema de saúde causado por produtos químicos? Os produtos químicos em seu local de trabalho são estocados em um lugar especial?”. Os respondentes receberam as informações sobre o projeto do estudo, de forma ética e objetiva, autorizando a sua realização.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostraram que os participantes da pesquisa conhecem os riscos químicos sob os quais convivem de uma forma genérica. Verificou-se que 87,3% dos entrevistados desconhecem os perigos químicos aos quais são expostos, e que 93,5% não sabem como alguns produtos devem ser armazenados, como por exemplo, solventes inflamáveis, comumente usados em salões de cabeleireiros. É interessante ressaltar que 54,2% dos entrevistados consideram o formol como a substância mais perigosa em seu ambiente de trabalho. Entretanto, em relação a essa pergunta muitos foram omissos, receosos de algum rigor legal sobre substâncias proibidas pela legislação de cosméticos. Esse conhecimento, entretanto, não se transforma numa ação segura de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, apontando para a necessidade de uma atuação que venha a modificar essa situação. Como ação educativa para os universitários envolvidos no trabalho em campo da disciplina Fundamentos de Química, surge o desafio de garantir uma continuidade da pesquisa, incorporando conhecimentos básicos de segurança química ao cotidiano de profissionais de um modo geral e em particular, aos da área de beleza, estética e imagem pessoal.




CONCLUSÕES: Foi verificado que os conhecimentos sobre riscos químicos em salões de beleza e clínicas de estética, é fruto da prática cotidiana e não oriundo da existência de orientações técnicas nos locais de trabalho. Comprovou-se que a inclusão social através dos alicerces científicos é uma atitude que deve ser mais exercitada por alunos e professores dos cursos de graduação tecnológica espalhados pelo Brasil. O trabalho de pesquisa iniciado no curso deve prosseguir em outros semestres, garantindo com isso, a participação dos alunos em atividades contextualizadas desde o seu primeiro período curricular.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:Ministério do Trabalho e Emprego (BR). Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Legislação de segurança e saúde no trabalho. Brasília (DF): MTE; 1999.

SOTO, J.,et all. Riscos químicos. São Paulo: Fundacentro; 1995.