ÁREA: Educação em Química

TÍTULO: CONTEXTUALIZAÇÃO DA QUÍMICA ANALÍTICA NO CURSO DE FARMÁCIA DA FAMINAS - FACULDADE DE MINAS - MURIAÉ-MG

AUTORES: SILVA, S. F. - FAMINAS
ABRANCHES, M. A. - FAMINAS
BARBIÉRI, R. S. - FAMINAS - UNINCOR
FAGUNDES, L. L. - FAMINAS

RESUMO: Tendo em vista as profundas modificações nas estruturas curriculares dos cursos de graduação do Brasil, com a adoção de diretrizes curriculares que visam a formação de profissionais generalistas, aliado a uma significativa redução das cargas horárias destes cursos, vários de seus conteúdos tiveram que ser eliminados e/ou distribuídos em outras disciplinas, além da redução da duração das disciplinas, de um modo geral. Com este cenário, o professor também viu diminuir o tempo destinado às avaliações do processo ensino-aprendizagem, atividade considerada o ponto alto do processo. Neste trabalho descreve-se uma experiência de sucesso que tem sido conduzida na disciplina de Química Analítica do curso de bacharelado em Farmácia da FAMINAS - Faculdade de Minas, em Muriaé-MG.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química analítica; farmácia, educação química.

INTRODUÇÃO: As recentes diretrizes curriculares dos cursos de graduação, que substituíram os currículos mínimos, introduziram a idéia de cursos generalistas. Por outro lado, há uma preocupação de fazer o aluno concluir o mais rapidamente o seu curso. Conjugando uma forte crise financeira em instituições de educação superior tradicionais, tem havido em todo o Brasil uma tendência de minimizar as cargas horárias dos cursos. Assim, no caso do curso de bacharelado em Farmácia e Bioquímica, que era ministrado com uma carga horária que, em muitos casos, ultrapassavam 5.000 horas/aulas, com uma única habilitação, e praticamente mais 1.000 horas/aulas para cada habilitação adicional, hoje vemos cursos com 3.200 horas/aulas, em quatro anos, generalistas, que incluem conhecimentos das áreas de análises clínicas, análises toxicológicas e indústria. Neste contexto, a adequação dos currículos dos cursos levou à eliminação conteúdos e redução de cargas horárias das disciplinas. Neste trabalho, descrevemos a situação do ensino de Química Analítica, qualitativa e quantitativa, em um curso de farmácia generalista, com uma carga horária total de 72 horas/aula.

MATERIAL E MÉTODOS: Na adequação dos currículos dos cursos, a elaboração do plano de ensino é essencial para o planejamento de cada disciplina, que deve estar em conformidade com as diretrizes curriculares, o perfil do egresso e o projeto pedagógico do curso. Com a redução da carga horária nos cursos generalistas, o tempo para as avaliações do aproveitamento se torna reduzido, requerendo do professor mudança de postura e inovação de metodologias, principalmente quanto às avaliações, que devem ser o ponto culminante do processo. Para atender ao novo perfil generalista do egresso, a “prova operatória” tem sido utilizada como recurso eficiente para verificação de aprendizagem no conteúdo de Química Analítica do curso de Farmácia da FAMINAS. A prova contém um texto, que insere o aluno no universo do contexto da disciplina, levando em consideração fatores históricos, filosóficos e sociológicos, visando a atuação profissional deste aluno e atendendo às necessidades da sociedade em que estará inserido. Este tipo de avaliação visa a formação integral do aluno, considerando o desenvolvimento de habilidades e competências e não só o lado cognitivo (RONCA; TERZI, 1991; 2001).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nesse contexto, o importante é tentar verificar quais as principais premissas de um currículo por competências. Algumas delas são as seguintes: Estruturação do conhecimento de acordo com um pensamento interdisciplinar. A noção de competência, numa perspectiva integrada que pressupõe a mudança de estruturação do conhecimento, de uma lógica disciplinar para uma lógica interdisciplinar. Sucintamente a interdisciplinaridade visa à maneira de organizar o conhecimento, buscando integrar as diferentes dimensões dos fenômenos estudados. A motivação e interesse dos alunos se manifestam quando percebem que ao serem avaliados respondem questionamentos do dia-a-dia; necessitam recorrer à leitura diária. Trabalha-se neste momento com o desejo do aluno, o que leva a uma grande satisfação antes de tais avaliações, uma vez que estas sempre trazem consigo conhecimentos aplicados e agradáveis, resultando em questionamentos tais como: Qual será o nosso próximo tema? Qual será o grande pensamento filosófico? Qual será a próxima habilidade a ser trabalhada? Qual será a nova reflexão de vida? Que dia será a próxima avaliação? O que iremos aprender para levarmos para a vida?




CONCLUSÕES: A utilização da prova operatória, como técnica de avaliação do processo ensino-aprendizagem na disciplina de Química Analítica, tem sido bem recebida pelos alunos, fazendo com que o conteúdo ministrado seja por eles percebido de forma contextualizada. Os alunos não enxergam o momento da avaliação como um fardo ou como um peso, em que ele pode ter sucesso ou fracassar: fazer a prova é também adquirir conhecimentos. Mesmo sendo mais trabalhosa de ser elaborada, a prova operatória promove a interação professor-aluno, contribui para a satisfação do aluno e a melhoria de sua auto-estima.

AGRADECIMENTOS:À Faculdade de Minas - FAMINAS -, Campus Muriaé-MG, pelo apoio concedido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:RONCA, Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral. A prova operatória:contribuições da psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Edesplan, 1991.
RONCA, Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral. A aula operatória e a construção do conhecimento. São Paulo: Edesplan, 2001.