ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: Teor de Bixina em extratos de óleos vegetais

AUTORES: PEREIRA, A. V. (URUBIO) ; BARREIRA, S. R. T. (URUBIO) ; BRITTO FILHO, N. M. (URUBIO) ; AZEVEDO, A. R. (URUBIO) ; ASSUNÇÃO, M. V. (URUBIO) ; GADELHA FILHO, J. M. M. (URUBIO) ; MORAIS, A. C. S. (URUBIO)

RESUMO: A URUBIO é uma empresa de base tecnológica que desenvolve entre outros, projeto de pesquisa e desenvolvimento de produtos derivados de urucum. Com o objetivo de quantificar o teor de bixina presente nas sementes de urucum, procurou-se determinar o rendimento de bixina através de reações com base, ácido e de uma lavagem com hexano. Obteve-se um rendimento de 4,5%, provando a eficácia do procedimento na determinação do teor de bixina em extratos oleosos.

PALAVRAS CHAVES: bixina; extrato oleoso; urucum

INTRODUÇÃO: A URUBIO é uma empresa de base tecnológica, incubada no Parque Tecnológico do NUTEC - PARTEC, situada no Campus do PICI da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza que desenvolve entre outros, projeto de pesquisa e desenvolvimento de produtos derivados de urucum.
A bixina é um dos mais importantes corantes naturais usados na indústria de alimentos. Em volume, na forma de corante, representa cerca de 90% dos corantes naturais usados no Brasil e 70% dos corantes naturais usados no mundo. Do total de sementes de urucum produzidas no Brasil, cerca de 25% são usadas na fabricação do corante propriamente dito e 20% são exportadas in natura. O restante é usado na fabricação de colorau, condimentos, tempero e ração.
Neste sentido, com o objetivo de quantificar o teor de bixina presente nas sementes de urucum, numa de suas pesquisas a respeito do extrato oleoso, utilizando-se óleo de soja, procurou-se determinar o rendimento de bixina utilizando métodos físicos e químicos.


MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi preparado um extrato oleoso, codificado como EOB, usando-se 147,2g de sementes de urucum, selecionadas e classificadas por diâmetro superior a 3,5mm e 150mL de óleo de soja comercial. A mistura foi submetida a agitação magnética a frio por 150min. Após esse tempo foi realizada uma filtração, usando-se uma peneira de plástico, para separar os caroços.
Em seguida mediu-se 100mL do extrato oleoso num balão volumétrico, colocando-o num Bécker de 600mL e submetendo-o a uma reação com 300mL de NaOH 1% por 15min.
Com o auxílio de um funil de separação, retirou-se a parte hidrossolúvel e acidificou-se com HCl 10% até pH=4. Deixou-se em repouso para sedimentação do precipitado. Filtrou-se a vácuo, obtendo um precipitado oleoso.
Lavou-se o precipitado com Hexano submetendo-se o mesmo a um processo de ventilação forçada até obter-se um precipitado amorfo e seco. (Figura 1)


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O procedimento acima foi feito com base na solubilidade da bixina onde a mesma é: solúvel em base e facilmente extraída do óleo vegetal e; insolúvel em pH ácido, sedimentando o pigmento.
De acordo com Hernandez (1994), com valores de pH menores que 11, sem sofrer aquecimento, não há formação de norbixina, mas somente bixina.
Assim, foi possível extrair a bixina do extrato oleoso utilizando NaOH 1% onde o pigmento foi dissolvido no meio aquoso na forma de sal e, posteriormente, tratado com HCl 10%, provocando sua precipitação em forma de bixina.
Como o óleo vegetal é solúvel em hexano e o último não dissolve a bixina, utilizou-se o solvente para separar o pigmento do óleo vegetal.
Obteve-se 4,5g de um precipitado seco de coloração vermelho-vinho, o que corresponde a um teor de 4,5% de bixina.


CONCLUSÕES: Apesar da perda natural, devido aos processos físicos de extração, filtração, utilização de funil de separação, o método utilizado mostrou-se eficaz na determinação do teor de bixina em extratos oleosos.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq, a FUNCAP e a URUBIO pelo apoio financeiro e pela oportunidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: HERNANDEZ, Carlos Prentice. Obtenção e avaliação de bixina a apartir de extrato de urucum (bixa orellana L.). Tese – Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, p. 135, 1994.

Barreira , S. R. T.; Britto Filho, N. M.; Azevedo, A. R.; Assunção, M. V.; Gadelha Filho, J. M. M.; Pereira, A. V.; Morais, A. C. S. URUCUM: DA PESQUISA AO CONSUMIDOR - aproveitamento integral das sementes como alternativa sócio-econômica para o desenvolvimento do Nordeste. Revista FUNCAP. Publicação aceita.

ENGELHARDT, J.; ROED, B. L.; DIDRIKSEN. C. – Annatto. The natural coloro f choise in modern food industry. NATCOL. Quart. Inf. Bull., 2: 4-10. 1998.