ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: SÍNTESE E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO 5-(1H-INDOL-3-IL-METILENO)-3-(4-NITRO-BENZIL)-TIAZOLIDINA-2,4-DIONA (LPSF/SF-10)

AUTORES: LUIS, A.F. (UFPE) ; PEREIRA, D.T.M. (UFPE) ; ASSIS, C.L. (UFPE) ; COLAÇO, N.C. (UFPE) ; LIMA, M.C.A. (UFPE) ; SILVA, T.G. (UFPE) ; GALDINO, S.L. (UFPE) ; PITTA, I.R. (UFPE)

RESUMO: O trabalho teve como meta sintetizar e avaliar a atividade antiinflamatória de um novo derivado indólico-tiazolidínico (LPSF/SF-10), sintetizado a partir do núcleo central tiazolidina-2,4-diona. A avaliação da atividade biológica foi feita através do modelo do bolsão de ar induzido por carragenina tendo o derivado sintetizado obtido um rendimento de 89% e uma inibição da migração celular de 47,14%, na concentração de 3mg/Kg.

PALAVRAS CHAVES: antiinflamatório, tiazolidínico, air pouch.

INTRODUÇÃO: A inflamação é uma reação complexa a vários agentes nocivos, como os microrganismos e células danificadas, geralmente necróticas, que consiste de respostas vasculares, migração e ativação de leucócitos e reações sistêmicas. Recentemente, mostrou-se que a ativação do PPAR-GAMA; aumenta a expressão de mediadores pro-inflamatórios, inibindo a oxido nítrico sintase (iNOS), o N-F-kB, o STAT, e a ativação proteína-1 (AP-1) que os sinaliza (RICOTE et al., 1998 e DELERIVE et al., 2001). Há também evidências para o papel de PPAR-GAMA; em várias condições fisiopatológicas incluindo o câncer, o arterioscleroses, e o diabetes. Os ligantes de PPAR-GAMA; têm sido propostos recentemente como agentes terapêuticos possíveis para doenças inflamatórias,
incluindo a doença do bowel e artrites (DUEZ et al., 2001). A necessidade de novas substâncias terapêuticas mais eficazes, com baixa toxicidade e maior especificidade, têm intensificado os estudos para a descoberta de novos fármacos. Como exemplo de novos fármacos temos os derivados tiazolidinicos. Com base nessas informações, sintetizamos e avaliamos a atividade antiinflamatória do derivado LPSF/SF-10.

MATERIAL E MÉTODOS: O derivado tiazolidínico (LPSF/SF-10) foi obtido em 4 etapas. Na primeira, realizou-se a síntese do núcleo da tiazolidina-2,4-diona a partir do ácido monocloroacético e da tiouréia, através de uma reação de ciclização em meio aquoso. Posteriormente, a tiazolidina-2,4-diona foi submetida a uma reação de N-alquilação formando a tiazolidina-2,4-diona substituída em posição 3 (LPSF/SF-1). Em seguida, o LPSF/SF-1 reagiu com 2-ciano-3-(indol-3-il-metileno)-acrilato de etila (LPSF/IP-19), em etanol e na presença de piperidina como catalisador, levando a formação do derivado LPSF/SF-10. Para a avaliação da atividade antiinflamatória do composto sintetizado, inicialmente, foram produzidos bolsões de ar por injeção 2,5 mL de ar estéril na área dorsal do animal, estando os animais em jejum a 12 horas. Decorridos 72 horas, mais 2,5 mL de ar estéril foram injetados na cavidade a fim de manter o espaço. Na execução desse procedimento os animais foram mantidos sob leve anestesia com éter dietílico. Decorrido um novo intervalo de 72 horas, os animais receberam, por via oral, a substância teste na dose de 3 mg/Kg, o controle (veículo) e o padrão (piroxicam) na dose de 3 mg/Kg. O composto testado e o padrão piroxicam foram previamente dissolvidos na solução de Tween 80/água destilada (1:99 v/v) considerada como o veículo. Uma hora após a administração oral da substância teste, os animais receberam uma injeção de 1 mL de solução de carragenina 1%, diretamente na cavidade (KHANUM, et al., 2004).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O derivado indólico-tiazolidínico (LPSF/SF-10) apresentou um bom redimento (89%), com relação à atividade biológica o derivado apresentou uma redução na inibição da migração celular de 47,14%, na dose de 3mg/Kg.

CONCLUSÕES: Os resultados obtidos revelaram que o composto LPSF/SF-10 apresenta uma moderada atividade biológica, sendo necessários ensaios específicos para evidenciar os possíveis mecanismos de ação antiinflamatória atribuídos a este composto.

AGRADECIMENTOS: PIBIC/CNPq/UFPE,CAPES.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DELERIVE P.; FRUCHART, J.C.; STAELS, B. 2001, Peroxisome proliferator-activated receptors in inflammation control, J. Endocrinol. 169 , pp. 453–459.

RICOTE, M.; LI, A.C.; WILLSON, T.M.; KELLY, C.J.; GLASS, C.K. 1998, The peroxisome proliferator-activated receptor-gamma is a negative regulator of macrophage activation, Nature 391 , pp. 79–82.

DUEZ, H.; FRUCHART, J.C., STAELS, B. 2001, PPARs in inflammation, atherosclerosis and thrombosis, J. Cardiovasc. Risk 8 , pp. 187–194.

KHANUM, S.A.; SHASHIKANTH, S. AND A.V. 2004, Deepak. Synthesis And Anti-Inflammatory Activity Of Benzophenone Analogues. Bioorganic Chemistry. Vol.32, P 211-222.

ROBBINS E COTRAN. 2004. Patologia estrutural e funcional, 7ª edição. P. 16.