ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: TEORES SOLÚVEIS EM SUBSTRATO DE COCO: ANÁLISE COMPARATIVA DOS MÉTODOS 1 + 1,5 E 1 + 5
AUTORES: ALVES, J. A. B. L. R. (UECE) ; CRISÓSTOMO, L. A. (EMBRAPA)
RESUMO: O pó obtido no processamento da casca do coco é um resíduo que muitas vezes não tem um destino final correto. Uma alternativa vantajosa é a utilização desse resíduo como substrato agrícola, visto que esse material possui alto poder de retenção de umidade além de ser biodegradável. Por isso, o estudo dos constituintes químicos solúveis é de vital importância para se avaliar o potencial agrícola do substrato. O trabalho discute os métodos 1 + 1,5 e 1 + 5, no qual foram comparados os valores de pH (potenciometria), condutividade (condutimetria), sódio e potássio (fotometria de chama), cálcio, magnésio, cobre, ferro, manganês e zinco (espectrofotometria de absorção atômica), fósforo e enxofre (espectrofotometria molecular) e cloreto (método de Mohr) obtidos pelos os dois métodos.
PALAVRAS CHAVES: pó da fibra do coco; substrato agrícola; teores solúveis
INTRODUÇÃO: A casca do coco é constituída por uma fração de fibras e outra fração denominada pó, que é o resíduo obtido do processamento da casca do coco maduro para obtenção da fibra longa. Com o aumento da industrialização do coco verde, bem como do aumento do consumo da água de coco, o problema de como proceder em seu destino final também se agrava. Segundo Rosa (2001), o resíduo tem sido indicado como substrato agrícola, principalmente por apresentar uma estrutura física vantajosa proporcionando alta porosidade, alto potencial de retenção de umidade e por ser biodegradável. Uma alternativa para o uso do pó foi na indústria do coco seco, onde esse resíduo é largamente usado como combustível para caldeiras, beneficiamento de fibras, manufatura de cordoalha, tapetes, estofamentos e capachos (Cempre, 1998). O objetivo do presente trabalho é comparar os resultados obtidos pelos dois métodos 1+ 1,5 e 1 + 5 (Norma Européia) para os níveis de sódio, potássio, cálcio, magnésio, cobre, ferro, manganês, zinco, fósforo, enxofre e cloreto, bem como para os parâmetros físico-químicos pH e condutividade.
MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente foi feita análise granulométrica do pó do coco em tamis de 8,0, 4,0, 2,0, 1,0, 0,5, 0,25 e 0,1 mm de abertura de malha quadrada, obtendo-se várias frações, das quais foi selecionada a fração retida na peneira de 0,25 mm para a realização dos experimentos. Após a separação da fração de interesse, seguiram-se as metodologias 1 + 1,5 e 1 + 5 para análise de teores solúveis em substratos, obtendo, assim, dois extratos, que foram identificados como extrato A e extrato B, respectivamente (Silva, 1999). A partir dos extratos foram realizadas as seguintes análises: pH (método potenciométrico), condutividade (condutimetria), sódio e potássio (fotometria de chama), cálcio, magnésio, cobre, ferro, manganês e zinco (espectrofotometria de absorção atômica), fósforo e enxofre (espectrofotometria molecular) e cloreto (método de Mohr).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da análise dos dois extratos notou-se que houve pouca ou nenhuma discordância entre os parâmetros: pH, cálcio, cobre, magnésio, manganês e enxofre. Porém, para os parâmetros de condutividade, sódio, potássio, ferro, zinco, fósforo e cloreto houve discordância dos resultados, dos quais a condutividade, ferro, zinco e cloreto tiveram valores maiores para o método 1 + 1,5, e o método 1 + 5 teve apenas dois parâmetros maiores do que o outro método: o sódio e o fósforo. A maior diferença obtida foi para o potássio, que no método 1 + 1,5 foi de 216 g/Kg contra 7,4 g/Kg encontrado pelo método 1 + 5. Outra diferença marcante foram entre os parâmetros ferro, zinco e cloreto, nos quais obtiveram valores até quatro vezes maior para o método 1 + 1,5 em relação ao 1 + 5.
CONCLUSÕES: Apesar da extração dos teores solúveis pelo método 1 + 1,5 ser mais propício a sofrer alguns erros operacionais, os melhores resultados obtidos foram nesse método, ainda que o método europeu (1 + 5) não tenha apresentado grandes discordâncias com o método 1 + 1,5.
AGRADECIMENTOS: À EMBRAPA, ao Dr. Lindberg Crisóstomo pelos ensinamentos e ao técnico laboratorista Edílson Sousa da Silva pela a supervisão dada no decorrer das análises.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CEMPRE (São Paulo, SP). PERFIL DE RECICLADORA DE FIBRAS DE COCO. São Paulo, 1998. 35p (Reciclagem e Negócios: fibras de coco).
ROSA, M. F. et al. CARACTERIZAÇÃO DO PÓ DA CASCA DE COCO VERDE USADO COMO SUBSTRATO AGRÍCOLA. Comunicado Técnico, N° 54, 2001, p.1-6.
SILVA, F.C. da, (Org.). Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia; Rio de Janeiro: Embrapa Solos; Campinas: Embrapa Informática Agropecuária, 1999. 370p.
