ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: CORROSÃO DE ESTANHO EM SOLUÇÃO DE CLORETO NA PRESENÇA DO FUNGO Aspergilus niger

AUTORES: BEZERRA, D.P. (UECE) ; CASTRO, R.A.O. (UECE) ; HOLANDA, L.M. (UFC) ; FREIRE, J.A.K. (UFC) ; SILVA, R.C.B. (UECE)

RESUMO: A biocorrosão é um processo altamente complexo, pois envolve estágios que compreendem desde a ação microbiana até reações de transferência de elétrons na superfície. O presente estudo avalia a corrosão de estanho em presença do fungo Aspergillus niger em solução de cloreto. Para tal efeito, foram utilizados ensaio de imersão com perda de massa de estanho e técnicas de espectrofotometria de absorção atômica (EAA) e de microscopia de força atômica (MFA). Foi notado que a velocidade de corrosão tende a se acentuar com o incremento da ação do fungo, ao se comparar esta na ausência do fungo. A concentração de íons estanho no eletrólito aumenta com o tempo de imersão. As imagens de MFA revelam irregularidades sobre a superfície, com a presença de produtos insolúveis e a formação de pites.

PALAVRAS CHAVES: corrosão, aspergillus, estanho

INTRODUÇÃO: Na literatura existem vários trabalhos relacionados com a corrosão de estanho em soluções de cloreto, sendo bastante evidenciado o mecanismo de dissolução química e corrosão deste metal, muito utilizado em peças automotivas e em latas de conserva. No entanto, a literatura é pobre ao referir-se a estudos que associam a corrosão do estanho em presença de agentes microbianos, principalmente, fungos e bactérias. Neste sentido, o trabalho aqui apresentado se propõe a investigar a deterioração do metal estanho em solução levemente ácida de cloreto (pH ~ 6,0) em presença do fungo Aspergillus niger. Para este efeito, recorreram-se ao ensaio de imersão com perda de massa da amostra, análise microscópica da superfície (técnica de microscopia de força atômica) e análise espectrofotométrica da solução (técnica de espectroscopia de absorção atômica).

MATERIAL E MÉTODOS: As placas de estanho com 0,64 cm2 de área geométrica exposta foram mecanicamente polidas e tratadas quimicamente e então imersas em solução cuja composição era: NaCl 2,0; C6H5Na3O7 0,5; Na2HPO4 0,05; FeSO4 0,03; sacarose 0,03; caseína; 0,03; tiamina 0,01 kg m-3 por tempos de imersão pré-estabelecidos. O fungo usado foi o Aspergillus niger ATCC 16404. O ensaio de imersão foi executado em duplicata a fim de se verificar a reprodutibilidade do experimento.
Após o experimento de ensaio de imersão com perda de massa, foi efetuada a análise de caracterização da superfície de estanho utilizando-se a técnica de microscopia eletrônica de força atômica. Por outro lado, alíquotas da solução de cloreto foram analisadas por meio da técnica de espectroscopia de absorção atômica a fim de se estimar o teor de estanho em solução após o ensaio de imersão.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nos ensaios de imersão com perda de massa da amostra de estanho metálico em solução ácido-cloreto na presença e na ausência do fungo, verificou-se que o perfil do processo corrosivo é aparentemente bastante complexo, visto que se observa um aumento significativo da massa da amostra para o intervalo de 10 dias de imersão, ao passo que o processo de dissolução de estanho tende a ser incrementado, pois se nota o aumento progressivo da perda de massa, após os 10 dias de imersão. Este aspecto é evidenciado pela Figura 1.
Observa-se na Figura 2 a formação do biofilme sobre a superfície de estanho como conseqüência do processo de deposição e crescimento de material biológico sobre a superfície da placa de estanho.





CONCLUSÕES: É verificado que o fungo Aspergillus niger induz a corrosão da superfície de estanho, alterando as características da superfície de estanho e da solução, modificando possivelmente reações catódicas e/ou anódicas.

AGRADECIMENTOS: Ao Prof. Dr. José de Alexsander de King Freire ao Prof. Dr. Carlos Emanuel de Carvalho Magalhães e ao CNPq pelo apoio a este trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1.VIDELA, H.A.; SWORDS, C.L.; DE MELE, M.; EDYVEAN, R.G.; WATKINS, P.; BEECH,I.B. 1998. The role of iron in SRB-influenced corrosion of mild steel. Corrosion 98, NACE, Houston, Tx., Paper Nº 289.
2.REED, S. J. B. 1996. Electron Microprobe Analysis and Scanning Electron Microscopy in Geology, New York, Cambridge University Press. 201 p.