ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO TEOR DE METAIS PESADOS EM CASCAS E POLPAS DE FRUTAS POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA

AUTORES: SANTOS, J.C.S. (UECE) ; BENIGNO, A.P.A. (CEFETCE) ; SILVA, J.S. (UECE) ; BEZERRA, D.P. (UECE) ; PAZ, M.S.O. (UECE) ; ROCHA, A.V.P. (UECE) ; MAGALHÃES, C.E.C. (UECE)

RESUMO: O consumidor do século XXI está interessado não somente em características nutricionais dos alimentos, mas também, na sua forma de produção, “existindo a preocupação em adquirir alimentos que não causem danos a sua saúde” (Costa, 2006). Há dificuldade de se obter informações sobre o teor de metais pesados existentes na casca e polpa de frutas, amplamente utilizadas pela população. Neste sentido, objetivou-se, neste trabalho, determinar e comparar o teor de metais Cd, Cu, Mn, Ni e Pb em amostras de polpas e cascas das seguintes frutas: acerola, banana, caju, goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, melão e sapoti. As concentrações dos metais foram obtidas empregando-se a técnica de Espectrometria de Absorção Atômica (AAS) com atomização em chama.

PALAVRAS CHAVES: metais pesados, frutas, espectrometria de absorção atômica

INTRODUÇÃO: Os metais pesados são elementos que não devemos ter no organismo, nem mesmo em quantidades mínimas, pois levam, em curto prazo, a sintomas sub-clínicos (não característicos de uma doença determinada) dificultando o seu diagnóstico, e em longo prazo, podem levar a doenças graves, que variam de acordo com o metal intoxicante. Dentre as condições e doenças provocadas pela contaminação destes metais tóxicos podemos citar: dores de cabeça, osteoporose, insônia, irritabilidade, infertilidade, depressão, perda de memória, fadiga crônica, dores musculares e articulares (Cardoso et al, 2006). As frutas possuem grande importância na composição da dieta da população das regiões subdesenvolvidas ou em desenvolvimento do Brasil, que apresentam clima e solos favoráveis ao cultivo de uma diversidade de espécies. Neste trabalho, as frutas: acerola, banana, caju, goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, melão e sapoti foram analisadas quanto ao teor dos metais Cd, Cu, Pb, Mn e Ni para comparação das diferenças existentes em sua polpa e casca. A escolha das frutas teve 3 critérios (1) são consumidas pela maioria das pessoas (2) são frutas acessíveis e (3) são de baixo custo.

MATERIAL E MÉTODOS: As frutas: acerola (Malphigia glabra L.), banana (Musa X. paradisiaca L.), caju (Anacardium occidentale Linn.), goiaba (Psidium guajava L.), laranja (Citrus aurantifolia L.), limão (Citrus aurantifolia), maçã (Malus sp), mamão (Carica papaia L.), manga (Mangifera indica L.), maracujá (Passiflora edulis Sims.), melão (Cucumis melo L.) e sapoti (Acbras zapoti L.), provenientes de mercados locais da cidade de Fortaleza/CE foram analisadas para determinar os metais Cd, Cu, Mn, Ni e Pb em suas amostras. As frutas foram lavadas com água corrente e descascadas, em seguida, uma alíquota de aproximadamente 5,0g de amostra foi transferida para os copos de digestão no qual, adicionou-se 5mL de HNO3 concentrado. Posteriormente, foi acrescentado 3,0mL HNO3 e 0,2mL, H2O2 colocando-se no Forno de microondas da Provecto Analítica, modelo DGT-100 Plus Ver. 2,5. Após o término da digestão, as amostras foram transferidas quantitativamente para balões volumétricos de 25mL completando-se o volume com água deionizada. Para as determinações do teor dos metais foi utilizado um Espectrômetro de absorção atômica Perkin Elmer, modelo AAnalyst 300, através do método de atomização por chama (C2H2 /AR).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados apresentados nos gráficos 1 e 2 mostram que as amostras de casca de sapoti e polpa de caju tiveram os maiores teores de cobre, porém as amostras de casca e polpa de maracujá apresentaram os menores valores. As amostras de casca e polpa de banana apresentaram os maiores teores de manganês, havendo uma diferença muito alta em relação às outras amostras. Nas amostras de polpa de caju, laranja, limão, maçã e manga e casca de manga não foi possível determinar os teores para esse metal. As amostras que apresentaram os maiores teores de níquel foram polpa de maracujá e casca de laranja, e as que tiveram os menores valores foram película e polpa de acerola e polpas de banana e manga. Os resultados obtidos para cobre estão em conformidade com a legislação brasileira, Portaria Nº 685/98 da Anvisa, que estabelece para frutas limites máximos de 10 ppm para este elemento. No entanto, os limites máximos permitidos fazem uma estimativa de limite para a saúde das pessoas. Para Cd e Pb o ideal seria que eles não aparecessem nos alimentos. Estes não foram encontrados em nenhuma das amostras de frutas estudadas. Para Mn e Ni os teores estão dentro de um limite aceitável se comparado aos valores para outros alimentos.





CONCLUSÕES: O presente trabalho determinou cinco metais pesados (Cd, Cu, Mn, Ni e Pb) em frutas comercializadas em mercados de fortaleza. Todas as frutas analisadas (acerola, banana, caju, goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, melão e sapoti) mostraram-se abaixo dos limites estabelecidos pela legislação brasileira, não oferecendo, por conseguinte, riscos aparentes ao consumo humano, no tocante a este parâmetro específico de qualidade.

AGRADECIMENTOS: A Embrapa por ter disponibilizado os laboratórios para a realização das análises.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALLOWAY, B.J. Heavy metals in soils. 2ª ed. Glasgow: Blackie A&P, p. 368, 1995.

ARANHA, S.; NISHIKAWWA, A.M.; TAKA, T.; SALIONE, E.M.C. Níveis de cádmio e chumbo em fígado e rins de bovinos. Rev Inst Adolfo Lutz; 54(1): 16-20, 1994.

BALBACH, A. As frutas na medicina doméstica. São Paulo, p163-167, 1993.

CARDOSO, A.; PASCOALINO, B.; ORNELLAS, F.; RENATO, J.; QUINTELLA, J.; GOMES, R. e GRAÇA, M. Envenenamento por chumbo [on line]. 2006. http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2004/1ano/chumbo/index.htm.

COSTA, Tatiane Scilewski da. Alimentos seguros, visão do consumidor. Frutas e derivados, Campinas, ano 1, ed. 1, p. 42, abril 2006.

http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2005/061005.htm. Acessado em 27 de mar de 2007.