ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: AVALIAÇÂO DE METODOLOGIAS UTILIZADAS EM AULAS DE LABORATÓRIO NO ENSINO MÉDIO

AUTORES: MESQUITA, K. F. M. (UERN) ; MEDEIROS, T. J. M. M (UERN) ; SANTOS, A. G. D. (UERN)

RESUMO: O ensino experimental tem sido considerado um recurso útil para promover a aprendizagem de ciências, entretanto, muitos professores apresentam uma visão simplista da experimentação. Sendo necessário refletirmos a nossa postura educacional, buscando desenvolver e aplicar metodologias que contribuam de forma significativa na aprendizagem do educando. Pensando nisso, desenvolveu-se uma metodologia direcionada a análise de aulas práticas. A pesquisa foi realizada com seis turmas do ensino médio (três da 1ª e três da 2ª série) dividida em três grupos utilizando metodologias distintas (aulas expositivas, tradicionais e investigativas) avaliando as contribuições em cada situação durante o processo de ensino-aprendizagem.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química; experimentação; aulas práticas

INTRODUÇÃO: A inserção de aulas práticas no ensino de química é fundamental para uma melhor compreensão dos conteúdos ministrados em sala de aula, no entanto dependendo da metodologia utilizada, na elaboração e execução dos experimentos, corre-se o risco de tornar-se um empirismo sem fundamentação, mantendo um modelo reprodutivista, mecânico e descontextualizado. Permitindo assim, que o entendimento da Química como uma Ciência, seja essencialmente experimental, da qual muitos professores parecem ter se apropriado, provavelmente crendo nas atividades experimentais como a solução dos problemas na educação em Química. Onde geralmente, as tentativas de proporcionar o desenvolvimento cognitivo nos educandos por meio dessas atividades fracassam. Pensando nisso, este trabalho tem como objetivo promover uma aprendizagem significativa, contextualizada e relevante para o cotidiano do educando de forma atitudinal, avaliando assim a metodologia mais adequada.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada com seis turmas do ensino médio (três da 1ª e três da 2ª série) dividida em três grupos, sempre utilizando uma turma da 1ª e outra da 2ª série em cada metodologia trabalhada. O grupo-I utiliza uma metodologia tradicional, baseada na reprodução mecânica de roteiros de forma expositiva, o grupo-II utiliza a contextualização dos conteúdos abordados no seu dia-a-dia, baseado na inter-relação entre Teoria-Experimento-Cotidiano, mas utilizando um roteiro pré-estabelecido e o grupo-III utiliza metodologia investigativa para solucionar e desenvolver questionamentos (sem roteiro), onde a partir disso o educando desenvolve seu próprio experimento, desde as observações, metodologias e conclusões. As aulas práticas eram realizadas mensalmente ou à medida que um conteúdo era iniciado ou concluído.
Foram analisados, os roteiros, os questionamentos, os enfoques usados e o reflexo das aulas de laboratório na aprendizagem do aluno em cada grupo. Utilizou-se também um questionário para avaliar a metodologia das aulas realizadas em cada turma.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante esse primeiro semestre, na execução das aulas de laboratório pode-se notar em todas as situações que os alunos tiveram liberdade para discutir os experimentos realizados. Observou-se também que no grupo-I os alunos detinham-se à realização fiel do roteiro descrito, achavam as aulas interessantes e em alguns momentos não entendiam a utilidade e/ou relação do que estavam fazendo. No grupo-II, houve uma maior socialização e dinâmica no decorrer das aulas entre alunos e professor, resultando num discreto avanço nas avaliações realizadas, entretanto a compreensão dos conteúdos não aconteceu de forma pretendida. No grupo-III, pode-se presenciar uma evolução conceitual iniciada, levando em conta o desenvolvimento e a interpretação de resultados nos experimentos que eram desenvolvidos pelos educandos. Considerando os eixos de reflexão propostos nas atividades experimentais de laboratório, as metodologias tradicionais (grupo-I e II) têm papel de um trabalho prático, já a metodologia inovadora (grupo-III) percebeu-se de forma significativa que alguns objetivos educacionais no processo cognitivo (conhecer, compreender, aplicar, analisar, sintetizar e avaliar) foram alcançados.

CONCLUSÕES: As mudanças observadas em cada metodologia referem-se à compreensão de que as atividades experimentais podem auxiliar na formação de conceitos, fomentando o desenvolvimento cognitivo do aluno e podem criar um ambiente favorável à aprendizagem pelas interações professor-aluno e aluno-aluno. Considerando que atividades de investigação-ação, como a descrita neste trabalho, deve ser mantida por um período que possibilite construir teorias que respaldem uma didática fundamentada, este projeto continuará por aproximadamente seis meses com o controle de dados necessários a uma análise mais completa.

AGRADECIMENTOS: A Deus, a Orientadora Kelânia Martins, a nossa família, aos alunos do Colégio Diocesano Santa Luzia, onde foi desenvolvida a pesquisa e a Daniel Martins.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASTOLFI, J.P. e DEVELAY, M.A. A Didática das Ciências. Campinas: Papirus, 1990.BIZZO, N.M.V. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo, Editora Ática, 1998
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino-Aprendizagem. 14ª ed.Petrópolis: Vozes, 1994.