ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: SOLUBILIZAÇÃO DE SCHINUS TEREBENTIFOLIUS, RADDY EM SISTEMA MICROEMULSIONADO A PARTIR DE ÓLEO DE SESAMUN INDICUM

AUTORES: CABRAL, G.G. (UFRN) ; LOPES, V.S. (UFRN) ; GOUVEIA, I.S.L.P. (UFRN) ; WANDERLEY NETO, A.DE O. (UFRN) ; MOURA, E.F. (UFRN) ; DANTAS, T.N. DE C. (UFRN)

RESUMO: A formação da microemulsão, geralmente, envolve a mistura de três ou mais elementos como: tensoativo, fase aquosa, fase oleosa e se necessário, um cotensoativo. Este trabalho objetiva a solubilização do extrato liofilizado de Schinus terebenthifolius (ELST) em três diferentes sistemas microemulsionados. Para preparação dos MEs foram usadas óleo de Sesanum indicum, Água destilada, Tween 80, Propilenoglicol e Álcool Etílico P.A.. Foram preparados 3 sistemas microemulsionados A extração vegetal forneceu 20% de ELST liofilizado. O ELST foi solubilizado em 3 formulações. O ELST foi mais solúvel no sistema 2 (microemulsão contém Álcool Etílico).Conclui-se que as frações lipofilicas e hidrofilicas presentes no ELST foram melhor solubilizadas nos sistema com álcool etílico.

PALAVRAS CHAVES: solubilidade – microemulsão – schinus terebenthifolius

INTRODUÇÃO: Microemulsão (ME) em geral são descritas como sistemas termodinamicamente estáveis, isotrópicas e transparentes, de dois líquidos imiscíveis e estabilizados por um filme constituídos por tensoativos, localizados na interface óleo/água. O diâmetro das gotículas varia em torno de 100 a 600 nm (JÚNIOR, 2003). As microemulsões possuem propriedades particulares, fundamentais ao seu uso industrial. Dentre as propriedades pode-se destacar: sua alta estabilidade; baixa tensão interfacial (10-2dynes/cm) e baixa concentração de tensoativo. A microemulsão tem a capacidade de combinar grandes quantidades de óleo e água em uma única fase homogênea devido à presença de tensoativo e, quando necessário, cotensoativo. Os sistemas microemulsionados são obtidos a partir do método de titulação mássica em diagramas pseudoternários. A estabilidade termodinâmica da microemulsão é a maior vantagem em relação às dispersões instáveis como: suspensões e emulsões. Levando em consideração que as microemulsões O/A são constituídas por gotículas de óleo dispersas em água, elas possuem ótima capacidade de solubilização de substâncias bioativas. O interesse pelo estudo das microemulsões tem aumentado dia-a-dia, não só pela necessidade de esclarecer as propriedades físico-químicas destes sistemas, mas principalmente, pelo grande número de aplicações possíveis nas diversas áreas da química, engenharia química, indústrias farmacêuticas, alimentícias, biotecnologia, dentre outras (OLIVEIRA e SCARPA, 2001; SILVA, 2001). Nesse sentido, este trabalho objetiva a solubilização do extrato liofilizado de Schinus terebenthifolius (ELST) em sistemas microemulsionados.

MATERIAL E MÉTODOS: O extrato do vegetal Schinus terebenthifolius foi preparado em água destilada, recém-colhida a partir das cascas secas do tronco, finamente triturado, sob aquecimento de 70 ºC. O extrato obtido foi filtrado em papel e adicionado conservante (metil e propilparabeno) e estabilizante (EDTA). O extrato aquoso obtido foi liofilizado. Para preparação das microemulsões foram selecionados substancias químicas mais usadas em formulações de aplicação farmacêutica, como: óleo de Sesanum indicum (OSi) extravirgem, como Fase Oleosa, Água destilada, como Fase Aquosa, Tween 80 (T80), como Tensoativo, Propilenoglicol (PPG) e Álcool Etílico P.A. (AE.P.A), como cotensoativo. A partir desses elementos químicos foram preparados três sistemas microemulsionados, obtidas anteriormente através do Método de Diagrama de Fases (MDF). Os sistemas obtidos de uma construção de diagrama de fase são formados pelos: - SISTEMA 1 (óleo de Sesanum indicum+Tween 80+ Propilenoligol +Água destilada); - SISTEMA 2 (óleo de Sesanum indicum +Tween 80+ Álcool Etílico P.A. +Água destilada); -SISTEMA 3 (óleo de Sesanum indicum +Tween 80+Água destilada).As formulações microemulsionadas preparadas foram utilizadas para solubilização do extrato liofilizado de Schinus terebenthifolius (ELST). Em tubo de ensaio com barra magnética foi adicionado 1 mL de cada sistema e adicionados em porções fracionadas o ELST seguidos de agitação. Essa mistura foi agitada a 1000 rpm por 30 minutos para observar se ocorreria sedimentação do bioativo. Depois os tubos foram centrifugados a uma velocidade 2000 rpm por 10 minutos. A solubilidade do ELST também foi avaliado em: Tween 80, óleo de Sesamun indicum, água destilada e o sistema preparado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O processo de extração da Schinus terebenthifolius forneceu um redimento de 20% do vegetal liofilizado. O ELST obtido é um pó amorfo leve e de coloração vermelho forte, tendo sido solubilizado em três diferentes formulações microemulsionadas (ver Tabela 1). Os três sistemas microemulsionados foram constituídas por:
- SISTEMA 1: constituído por: 51,56% de CT(Tween 80+Propilenoligol)+34,7% de FA(Água destilada) e 13,74% de FO (Óleo de Sesanum indicum) e agente titulante;
- SISTEMA 2: constituído por: 25,61% de CT (Tween 80+ Álcool Etílico P.A.), 17,18% de FA (Água destilada) e 57,21% de FO (Óleo de Sesanum indicum) e agente titulante;
- SISTEMA 3: constituído por: 52,67% de T (Tween 80) + 12,96% de FA (Água destilada) e agente titulante + 34,38% de FO (Óleo de Sesanum indicum).
A solubilidade do bioativo nos três sistemas microemulsionadas foi confirmada após a centrifugação e sem sedimentação nos tubos, como mostra a Tabela 2. Os componentes químicos formadores dos sistemas determinaram à quantidade de bioativo solubilizado. A presença de álcool etílico, no sistema 2, aumentou significativamente a solubilidade do vegetal Schinus terebenthifolius liofilizado.






CONCLUSÕES: O extrato liofilizado de Schinus terebenthifolius, Raddy (ELST) apresentou maior solubilidade no sistema 2 tendo sua solubilização sido sensivelmente aumentada em virtude do sistema microemulsionado conter Álcool Etílico P.A em sua composição. Conclui-se que as frações lipofilicas e hidrofilicas presentes no ELST foram melhor solubilizadas nos sistema com álcool etílico. Os três sistemas (1-3) ou formulações onde o biativo foi solubilizado apresentaram percentual importante para avaliação farmacológica in vivo e in vitro.

AGRADECIMENTOS: Ao Laboratório de Tecnologia de Tensoativos e Laboratório de Manipulação Farmaceutica da MEJC.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. OLIVEIRA, A. G.; SCARPA, M. V.; CORREA, M. A. C.; CERA, L. F. R.; FORMARIZ, T. P.; Microemulsões: estrutura e aplicações como sistema de liberação de fármacos, Química. Nova Vol.27 No1, 2004
2. LOPES, V. S., Desenvolvimento e aplicação de creme vaginal à base de Aroeira e Anacardium occidentale no tratamento de cervicites, VI Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura da UFRN - CIENTEC: Manipulação de Fitoterápicos na Maternidade Escola Januário Cicco/UFRN 2000.
3.LOPES, V.S., DANTAS, T.N.C., MOURA, E.F., ASSIS, Z.M.S., SOUZA, V.G., ARAÚJO, I.S., Preparation of formule and study activity antiinflammatory of Schinus terebinthifolius in the routine of Maternidade Escola Januário Cicco, UFRN, Revista Brasileira de Farmácia, indexada no Journal Braziliam Pharmacology, vol. 41, Supl. 1, p. 351, 2005
4.JÚNIOR, A. S. C.; FIALHO, S. L.; CARNEIRO, L. B. C.; ORÉFICE, F.; Microemulsões como veículo de drogas para administração ocular tópica, Arquivos Brasileiros de Oftalmologia Vol. 66, Nº.3, 2003