ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA MICROEMULSIONADO A BASE DE ÓLEO SESAMUN INDICUM, LECITINA DE SOJA GRAU ALIMENTO, ÁLCOOL ETÍLICO

AUTORES: GOUVEIA, I.S.L.P. (UFRN) ; LOPES, V.DA S. (UFRN) ; WANDERLEY NETO, A.O. (UFRN) ; FERNANDES, J. E.A. (UFRN) ; MOURA, E.F. (UFRN) ; DANTAS, T.N.DE C. (UFRN)

RESUMO: Microemulsão (ME), introduzida na literatura científica por Hoar e Shulman em 1943. Neste trabalho é utilizado o óleo de Sesamun indicum (Osi) de origem asiática, porém bem aclimatada no Brasil conhecido popularmente como gergelim. O objetivo deste trabalho é obter região de microemulsão com insumo regional abundante. Foi utilizando lecitina de soja grau alimento, solução de álcool etílico a 70%v/v, água destilada e o óleo de Sesamun indicum.(OSi). Obteve-se 19 sistemas (tabela 1) na região de ME, em valores de tensoativo entre 1,4 a 78,3% e fase orgânica entre 2,5 a 94,5%. Conclui-se que o Método de Diagrama de Fases é um método de varredura eficiente na obtenção de diferentes formulações e permitem a elaboração de uma gama de veículo-base com possibilidade de aplicação industrial.

PALAVRAS CHAVES: de sesamun indicum - lecitina de soja – microemulsão

INTRODUÇÃO: Microemulsão (ME), introduzida na literatura científica por Hoar e Shulman em 1943, é formada por tensoativo e eventualmente um cotensoativo na presença de uma fase polar e uma apolar, assim, formando um filme na interface água-óleo que favorece a redução da tensão interfacial a valores muito baixos (NÓBREGA, et al, 2005). A característica marcante desse sistema é a formação espontaneamente de microemulsão. Sua estabilidade termodinâmica é a maior vantagem em relação às dispersões instáveis como: suspensões e emulsões. As gotículas tendem a coalescer, quando a agitação cessa, e os líquidos, então, tornam a separam. Pode-se, então, definir o tempo de vida de uma emulsão, como o tempo decorrido desde o momento em que os líquidos são homogeneizados, até a separação do sistema (OLIVEIRA, et al, 2004). A formação da microemulsão, geralmente, envolve a mistura de três ou mais elementos como: tensoativo, fase aquosa, fase oleosa e se necessário, um cotensoativo. A característica marcante desse sistema é a formação espontaneamente de microemulsão. Sua estabilidade termodinâmica é a maior vantagem em relação às dispersões instáveis como: suspensões e emulsões (OLIVEIRA, et al, 2004). Neste trabalho é utilizado o óleo de Sesamun indicum (Osi) extravirgem adquirido no comercio local. Este vegetal é de origem asiática, porém bem aclimatada no Brasil conhecido popularmente como gergelim. O Osi possui elevado poder nutritivo, vem sendo consumido no mundo inteiro como alimento e raramente rancifica. Aplica-se nas dores reumáticas e tumores, também recomendado nas queimaduras, dor de ouvido, em cosméticos, além de alimento. Este vegetal passou a ser cultivado comercialmente no Nordeste do Brasil a partir de 1986, principalmente nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

MATERIAL E MÉTODOS: O objetivo deste trabalho é obter região de microemulsão com menor percentual de tensoativo e maior teor de fase oleosa, utilizando insumo regional abundante. A obtenção dos sistemas microemulsionados (SM) foi realizada através do método de diagramas de fases (MDF) substancias químicas utilizas em laboratório de manipulação de produtos farmacêuticos, como: a lecitina de soja, grau alimento (marca Büngen), como tensoativo, solução de álcool etílico a 70%v/v como agente titulante e cotensoativo, água destilada como fase aquosa e o óleo de Sesamun indicum (marca Pazze) como fase oleosa. O OSi utilizado neste trabalho é extraído a frio das sementes do vegetal conhecido como Gergelim. O processo extrativo preserva os 81,22% de ácidos graxos insaturados, destacando-se o ácido linolênico (0,3%), linoleíco (43,29 %) e oléico (37,3%) além de compostos como a vitamina E (10 mg%) e o cálcio (30 mg%). Para otimização dos sistemas microemulsionados foi relevante avaliar a natureza do cotensoativo na construção do diagrama de fases. A escolha da solução de álcool etílico a 70% v/v como cotensoativo levou-se em conta diversas vantagens: obtenção de maior de região de microemulsão, sua atividade bactericida para o produto final, poder ser utilizado em formulação farmacêutica de uso oral e ter baixo teor alcoólico segundo as normas da ANVISA que preconiza um valor máximo de 10% de álcool etílico em preparações farmacêuticas. A construção um diagrama de fases permite obter diferentes sistemas formados por: Lecitina de Soja solubilizada em óleo de Sesamun e titulada com sol. hidroalcoolica a 70% v/v, cujos valores obtidos encontram-se na tabela 1 e o gráfico do diagrama de fases obtido na Figura 1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A aplicação do Método de Diagrama de Fases possibilitou a obtenção de 19 sistemas-formulações com diferentes percentuais de tensoativo, cotensoativo, fase oleosa e fase aquosa presente nas tabela 1 e representado na figura 1 na região de ME, onde os percentuais de tensoativo/cotensoativo encontram-se na ordem de 1,4 a 78,3% e fase orgânica de 2,5 a 94,5%. Esses resultados poderão favorecer uma ampla investigação como sistema reservatório de liberação de fármacos em virtude do alto percentual de ácidos graxos mono e poliinsaturados, com comprovação científica muito citada na literatura por sua atividade farmacológica.





CONCLUSÕES: O MDF usado neste trabalho desenvolveu 19 sistemas microemulsionados com margem muito segura de percentuais de seus compostos para o desenvolvimento de outros trabalhos científicos. Conclui-se que o MDF é um método de varredura eficiente na obtenção de diferentes formulações de ME, emulsões e organogel, cujos diferentes percentuais de constituintes permitem a elaboração de uma gama de veículo-base para aplicação industrial. O Óleo de Sesamun indicum em sistema microemulsionado apresentou uma ampla aplicação para indústria farmacêutica, alimento e cosmética.

AGRADECIMENTOS: Ao Laboratório de Tecnologia e Tensoativos e Laboratório de Manipulação Farmacêutica da MEJC

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1.OLIVEIRA, A. G.; SCARPA, M. V.; CORREA, M. A. C.; CERA, L. F. R.; FORMARIZ, T. P.; Microemulsões: estrutura e aplicações como sistema de liberação de fármacos, Química. Nova Vol. 27 No1, 2004.
2.LOPES, V. S., Desenvolvimento e aplicação de creme vaginal à base de Aroeira e Anacardium occidentale no tratamento de cervicites, VI Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura da UFRN - CIENTEC: Manipulação de Fitoterápicos na Maternidade Escola Januário Cicco/UFRN 2000.
3.LOPES, V.S., DANTAS, T.N.C., MOURA, E.F., ASSIS, Z.M.S., SOUZA, V.G., ARAÚJO, I.S., Preparation of formule and study activity antiinflammatory of Schinus terebinthifolius in the routine of Maternidade Escola Januário Cicco, UFRN, Revista Brasileira de Farmácia, indexada no Journal Braziliam Pharmacology, vol. 41, Supl. 1, p. 351, 2005.
4.JÚNIOR, A. S. C.; FIALHO, S. L.; CARNEIRO, L. B. C.; ORÉFICE, F.; Microemulsões como veículo de drogas para administração ocular tópica, Arquivos Brasileiros de Oftalmologia Vol.66, Nº.3, 2003.
5.NÓBREGA, G.A.S.; GOMES, D.A.A.; PEGADO, R.M.; BARROS NETO, E.L.; DANTAS NETO.A.A.; CASTRO DANTAS, T.N., Formulação de um fluído de fraturamento a base de tensoativo com alto grau de sustentação,3º Congresso Brasileiro de Petróleo e Gás, 2005