ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: MONITORAMENTO DAS ÁGUAS DE BEBEDOUROS DE UMA UNIVERSIDADE DE TERESINA-PI

AUTORES: DA SAILVA, S.M.O (UESPI) ; OLIVEIRA, F.C (UESPI)

RESUMO: Este estudo teve como objetivo determinar o índice de Cl- pelo método Mohr e medidas de pH direta utilizando um pHmetro em água de bebedouros de uma Universidade da cidade de Teresina-PI. Foram analisadas vinte e sete amostras de água coletadas em nove bebedouros distribuídas em diversos locais do campus. Os bebedouros foram codificados de “A” a “I” apresentando em suas amostras índices de cloro: (12,3 ±0,001 mg/L), (12,3±0,001 mg/L), (12,3 ± 0,001 mg/L), (12,9±0,001 mg/L), (12,3±0,001 mg/L), (12,3 ±0,001 mg/L) (12,9±0,001 mg/L) (11,6±0,002 mg/L).e (11,6±0,002 mg/L) respectivamente e pH: (7,46), (7,34), (7,03), (6,84), (6,98), (6,87), (6,68) (7,76) e (7,68) respectivamente a 25ºC. Observa-se portanto que um monitoramento efetivo deve ser realizado pelos órgãos responsáveis.

PALAVRAS CHAVES: saúde pública, cloro, ph.

INTRODUÇÃO: O cloro é o principal agente de saúde pública utilizado atualmente devido às suas características desinfetantes. É a forma mais eficaz e barata de tratamento da água, o que evita uma série de doenças como a cólera e a febre tifóide, entre outras. Por isso, o consumo de cloro é considerado um forte indicador do nível de desenvolvimento de um país, MEYER (1994).
No Brasil, esse procedimento foi adotado em 1925, quando o professor Geraldo de Paula Souza, um expoente do saneamento básico e saúde pública, responsável, anos depois, pela proposta de criação da Organização Mundial de Saúde (OMS), conseguiu fazer com que a obrigatoriedade do uso do cloro no abastecimento de água da cidade de São Paulo fosse aprovada, (PIMENTEL. 2007).
O uso de cloro no tratamento da água pode ter como objetivo a desinfecção (destruição dos microorganismos patogênicos), a oxidação (alteração das características da água pela oxidação dos compostos nela existentes) ou ambas as ações ao mesmo tempo sendo a desinfecção o objetivo principal e mais comum da cloração, (PIMENTEL. 2007).
Nos últimos meses tem sido verificado um aumento na incidência de casos de dengue na cidade de Teresina. Sabe-se, no entanto que o mosquito deposita suas lavas em água limpa. Um provável local de depósito destas lavas seriam em bebedouros públicos. Em função do exposto, este trabalho teve como objetivo analisar o índice de cloro e pH das águas dos bebedouros de uma Universidade da cidade de Teresina - Piauí, através de características físico-químicas, visando fornecer informações para todos aqueles que consomem esta água.


MATERIAL E MÉTODOS: Todas as amostras de água analisadas neste estudo foram coletadas dos bebedouros de uma Universidade localidade na cidade de Teresina capital do Piauí. Na realização das análises das águas foram avaliadas nove amostras em diferentes bebedouros, escolhidas aleatoriamente por todo campus da IES.
Foram utilizadas neste estudo as análises físico-químicas: índice de cloro, determinado pelo método de Mohr (pela titulação de precipitação com o nitrato de prata (AgNO3 0,1M) e realizadas em triplicata, além de medidas de pH direta utilizando um pHmetro de bancada marca Quimis com eletrodo de vidro e platina. As medidas se deram após calibração deste equipamento com solução tampão pH 4,0 6.6 e 10,0. Todas as medidas foram realizadas a temperatura de 25ºC.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na tabela 01, estão ilustradas as características físico-químicas das águas dos bebedouros de “A” à “I”. Das variáveis analisadas o pH apresenta diferenças significativas em todas as amostras enquanto que o índice de Cl- mantêm-se constantes em alguns pontos.
A acidez apresentada nas águas variaram de 6,68 à 7,76 obtendo-se uma média de 7,18 que obedece os limites de acidez estabelecido pelo legislação de vigilância sanitária onde o pH da água adequada para consumo é de 6,5 a 8,0.
Na combinação de gás cloro com a água, é formado o ácido clorídrico e o ácido hipocloroso, liberando o íons hipeclorito. O cloro existente na água sob as formas de ácido hipocloroso e íons hipoclorito é definida como cloro residual livre.
A recomendação para o residual de cloro tem sido fixada em função dos microorganismos que se deseja eliminar, e que esteja presente na água como também o valor de pH, temperatura, tempo de contato, turbidez e outros compostos presentes na água. A OMS recomenda 0,5 mg/L, de concentração residual para que o cloro seja efetivo para bactérias patogênicas e coliformes fecais. Para outros tipos de microorganismo os percentuais são muito variáveis.
Os elevados índices de cloro verificado em nossos estudos podem ser justificados por uma tentativa de combater a proliferação de larvas do mosquito Aedes aegypti em águas de abastecimento público. Entretanto, esses valores estão muito além do permitido para o consumo humano, o que pode trazer como graves conseqüências a saúde da comunidade que utilizam essas águas.




CONCLUSÕES: Os resultados físico-químicos obtidos não são satisfatórios, porém um monitoramento efetivo deve ser realizado constantemente pelos órgãos responsáveis, não apenas neste tipo de água, mas principalmente nas águas de abastecimento pública distribuídas nas regiões mais susceptíveis a infecções promovidas pelos contaminantes existentes na água.

AGRADECIMENTOS: a UESPI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MEYER, S. T., 1994. O uso de cloro na desinfecção de águas, a formação de trihalometanos e os riscos potenciais à saúde pública. Cad. Saúde Pública, jan./mar. vol.10, no.1, p.99-110. ISSN 0102-311X.

PIMENTEL, L.G.R.O., 2007. A importância do cloro, Gazeta Mercantil, São Paulo-SP.