ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: ÁNALISE DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA DO RIO GUAMÁ

AUTORES: OLIVEIRA, G.R.F. (UFPA) ; SANTOS, S.A.F. (UFPA) ; SOUZA, S.C (UFPA) ; CARVALHO, A.T. (UFPA) ; BORGES, A.S. (UFPA) ; SANTOS, J.C.L. (UFPA) ; MÜLLER, R.C.S. (UFPA)

RESUMO: A avaliação de um ecossistema possui parâmetros físicos, químicos e biológicos. O trabalho desenvolvido possui como objetivo a determinação da quantidade de oxigênio dissolvido e a avaliação de ecossistemas marinhos em uma localidade do rio Guamá no período chuvoso. Para isso foram realizadas medições de Parâmetros Físico-químicos e Químicos. Os resultados obtidos foram comparados com o CONAMA (Resoluções N° 20/1986 e N° 357/2005) e CETESB. Ao final do trabalho observou-se que as duas primeiras amostras onde se analisou a Turbidez, assim como as três primeiras amostras onde se analisou Ferro Total e Oxigênio Dissolvido (OD) não estão de acordo com a Resolução. No caso do pH, Sólidos Totais Dissolvidos (TDS) e Condutividade Elétrica os resultados obtidos foram compatíveis com a Resolução.

PALAVRAS CHAVES: ecossistemas marinhos; parâmetros da qualidade da água; oxigênio dissolvido.

INTRODUÇÃO: A água é considerada um recurso ou bem econômico, porque é finita, vulnerável e essencial para a conservação da vida e do meio ambiente. Além disso, sua escassez impede o desenvolvimento de diversas regiões. É também tida como um recurso ambiental, sua alteração pode contribuir para a degradação da qualidade ambiental afetando, direta ou indiretamente, a qualidade dos recursos ambientais. O controle da poluição da água é necessário para assegurar e manter níveis de qualidade compatíveis com sua utilização. A vida no meio aquoso depende da quantidade de oxigênio dissolvido, de modo que o excesso de dejetos orgânicos e tóxicos na água reduz o nível de oxigênio e impossibilita o ciclo biológico normal.
A grande importância deste assunto faz com que este trabalho colabore com o projeto de implantação de metodologias (Determinação da quantidade de Oxigênio Dissolvido) de campo e metodologias analíticas de água em sistema de rotina no Laboratório de Controle de Qualidade e Ambiente (LACQUA), da Universidade Federal do Pará, coordenado pela Profª. Dra. Regina Celi Sarkis Müller. Neste trabalho descreveremos a importância da avaliação de um ecossistema marinho através da determinação da demanda de Oxigênio Dissolvido nas águas do rio Guamá.


MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho de campo foi realizado no mês de Fevereiro de 2007, período chuvoso na região Norte. As coletas foram realizadas no Rio Guamá (Figura 1) no período da manhã e da tarde, totalizando 8 pontos de coleta (Tabela 1). Entre tais referências estão PORRECA (1998), LEEUWESTEIN & MONTEIRO (2000), MACIEL JR. (2000) e PORTO (2002) cujos trabalhos abordam os procedimentos para enquadramento de corpos d‘água, os quais incluem a utilização de parâmetros de qualidade da água do CONAMA 20/86 e a identificação das atividades antrópicas que podem vir a prejudicar essa qualidade. Embora esses autores não apresentem uma metodologia específica para a presente pesquisa, destacam a importância do tema: qualidade da água (PROENÇA, C. MEDEIROS, Y. CAMPOS, V, 2005). Buscou-se identificar as causas das alterações na qualidade das águas, envolvendo o reconhecimento das características locais que possam ter alguma relação com as fontes de poluição e usos da água, responsáveis pela contaminação do corpo hídrico, como Parâmetros Físicos a Determinação da Temperatura, Turbidez, pH, Condutividade Elétrica e Sólidos Totais Dissolvidos (TDS); e Parâmetros Químicos como Oxigênio Dissolvido (OD) e Ferro Total.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No momento da coleta, percebeu-se um pequeno acréscimo da Temperatura, no entanto nenhuma das amostras está acima de 33°C, limite recomendado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental-CETESB. Dentre os valores de Turbidez alguns apresentaram valores permitidos na Resolução Nº 20/1986 do Conselho Nacional de Meio Ambiente-CONAMA (águas de classe II a turbidez deve ser no máximo de 100 NTU), valores acima do limite estabelecido devem-se, provavelmente, a grandes quantidades de partículas erodidas do solo no período chuvoso. Os valores de pH não apresentaram variações consideráveis. Para a Resolução Nº 20/1986 do CONAMA os valores recomendados estão na faixa de 6,0–9,0. Valores fora dessa faixa podem alterar a qualidade da água. Os valores de Condutividade Elétrica estão num intervalo bem próximos e de acordo com MOTA (1995), o qual interliga a Condutividade Elétrica com o nível de salinidade (valores obtidos são inferiores a 250 μS/cm para risco de salinidade baixo). Quanto aos TDS, mostram que na primeira coleta os valores são máximos devido à maré baixa, concentrando partículas. Os valores de OD nos três primeiros pontos de coleta são referentes à maré baixa, no entanto, a partir da quarta coleta os valores já são um pouco maiores, pois as quantidades de água aumentaram com o favorecimento da correnteza que se intensificou devido à maré cheia. Porém, todas as amostras analisadas apresentaram valores abaixo do especificado pelo CONAMA (Resoluções N°. 20/1986 e N°. 357/2005), que estabelece valores 5. Os valores de ferro partindo-se da primeira análise (maré baixa, pouca correnteza) aumentaram consideravelmente para a segunda coleta. Percebendo-se um acentuado decréscimo até a quarta coleta devido o aumento das correntezas das águas (Tabela 1).





CONCLUSÕES: As águas do rio Guamá apresentaram Parâmetros Físicos de acordo com valores estabelecidos pelo CETESB e CONAMA. Com exceção da Turbidez onde os valores superiores podem ter sido ocasionados pelo alto índice de partículas em suspensão. São levemente ácidas característico de águas amazônicas. Nos Parâmetros Químicos as quantidades de OD e Ferro Total estão fora do padrão recomendado pelo CONAMA. Porém os valores de Ferro Total são aceitos pela CETESB logo é provável que essa água não ofereça prejuízos ao meio ambiente. Portanto as águas analisadas não estão contaminadas.

AGRADECIMENTOS: À Universidade Federal do Pará pela infra-estrutura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Disponível em:
http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variaveis.asp#ferro. Acesso em: 10 de março de 2007.

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Disponível em: http:// www.cetesb.sp.gov.br. Acesso em: 5 de janeiro de 2007.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Resolução Nº. 357/2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br/conama/res/res05/res35705.pdf Acesso em: 10 de janeiro de 2006.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Resolução Nº. 20/1986. Disponível em: http://www.lei.adv.br/20-86.htm. Acesso em: 10 de janeiro de 2006.

LEEUWESTEIN, J. M., MONTEIRO, R. A.. Procedimento Técnico para Enquadramento de Corpos de Água – Documento Orientativo. Brasília: MMA, 2000.

MACIEL Jr., Paulo. Zoneamento das águas: um instrumento de gestão dos recursos hídricos. Belo Horizonte: 2000.112p.

MOTA, S. Preservação e Conservação de Recursos Hídricos. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, 2a edição, 1995.

PORRECA, Lúcia Maria. Enquadramento dos corpos d’água: instrumento de gestão ambiental e de gestão de recursos hídricos. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1998. 24p.

PORTO, Mônica. Sistema de gestão da qualidade das águas: uma proposta para o caso brasileiro. Tese (Livre Docência) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária. São Paulo, 2002.

PROENÇA, C.; CAMPOS, V.; MEDEIROS, Y. Parâmetros Químicos Significativos Para Avaliação Da Qualidade Dos Corpos D'água Em Região Semi-Árida. In: 28a Reunião Anual da SBQ, 2005, Poços de Caldas - MG. Livro de Resumos da 28a Reunião Anual da SBQ, 2005. p. AB032-AB032.