ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: ADSORÇÃO DE CORANTES PELO CARVÃO ATIVO DA FIBRA DO CAULE DE BANANEIRA

AUTORES: GOMES,E.C.C (UFC) ; SOUSA,A.E.A. (UFC) ; LOGHINOTTI,E. ((PQ) UFC) ; VALENTINI,A. ((PQ) UFC) ; BECKER, H. ((PQ) UFC)

RESUMO: O carvão ativado obtido através da queima controlada com fluxo de nitrogênio da fibra do caule de bananeira, a uma temperatura de 650ºC, foi empregado para adsorver corantes em soluções aquosas. Os estudos de adsorção feitos com o corante alaranjado de metila foram conduzidos a uma velocidade de 200 rpm e o volume de solução do corante utilizado foi de 25 mL de corante numa concentração de 1,5 x 10-5M para 50mg de adsorvente. Observou-se que para a quantidade de 50mg de carvão essa quantidade de corante em solução foi o limite máximo capaz de ser adsorvido para essa quantidade de adsorvente. Foram realizados experimentos variando-se a concentração inicial de corante e variando o pH do meio.Os dados experimentais de adsorção foram interpretados pela equação de Langmuir.

PALAVRAS CHAVES: adsorção, carvão ativo

INTRODUÇÃO: Nos efluentes líquidos industriais, a cor é o primeiro indicativo da poluição das águas. Nas indústrias têxteis um dos principais problemas a ser resolvido é a remoção de corantes dos seus efluentes. O despejo industrial de efluentes contendo corantes não prejudica somente a beleza natural dos rios, mais é extremamente tóxico para a vida aquática, pois interfere na transmissão de luz solar reduzindo a ação fotossintética1. O carvão ativado tem a capacidade de coletar seletivamente gases, líquidos ou impurezas no interior dos seus poros, apresentando portanto um excelente poder de clarificação, desodorização e purificação de líquidos ou gases. O carvão ativado é uma forma de carbono puro de grande porosidade, que contém micro-poros que adsorvem moléculas por adsorção física ou química. Este trabalho apresenta uma fonte de carvão ativado obtido a partir da fibra do caule de bananeira como material adsorvente alternativo na remoção de corantes em águas2.

MATERIAL E MÉTODOS: Para os estudos da adsorção do corante Alaranjado de Metila no carvão ativado proveniente da fibra do caule de bananeira, foram realizados experimentos cinéticos variando-se o pH do meio em 2,0; 7,0 e 9,0 a temperatura de 25ºC, contendo 25mL de uma solução aquosa do corante na concentração de 1,5x 10-5M e 50mg do adsorvente, sob agitação constante de 200rpm, com a finalidade de avaliar o tempo de contato necessário para que o equilibrio entre o material adsorvente e a solução seja atingido no processo de adsorção. Todas as medidas foram feitas em um Espectrofotômetro HP modelo 8453 e a capacidade máxima de adsorção foi calculada a partir de medidas de absorbância num comprimento de onda de 507nm. O carvão ativado foi submetido a microscopia eletrônica de varredura(MEV) para verificação da estrutura física do material. Foi determinada uma isoterma de adsorção na temperatura de 30ºC utilizando-se 50mg do adsorvente e 25mL de solução aquosa do corante com a concentração inicial previamente conhecida (9,0x10-7). Analisando-se a isoterma de adsorção foi possível se avaliar a capacidade de adsorção do adsorvente e as quantidades requeridas do adsorvente no processo. Os dados experimentais de adsorção foram interpretados pela equação de Langmuir empregando o método de regressão linear para determinar os parâmetros de adsorção3.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados deste estudo mostraram que a capacidade de adsorção do carvão ativado, é dependente do pH. A maior adsorção para o corante Alaranjado de Metila ocorreu em pH 2,0. Em pHs básico quase não houve nenhuma adsorção. No estudo da cinética de adsorção foi observado que a máxima adsorção ocorre em pH 2,0 no intervalo dos primeiros 50min do contato do absorvente com o adsorbato, ilustrado na figura.1, sob agitação constante.

Figura 1. Cinética de adsorção do corante Alaranjado de Metila em pH 2 a 25ºC.





CONCLUSÕES: Através dos vários testes cinéticos realizados, pode-se verificar uma boa eficiência do carvão ativado obtido a partir da fibra do caule de bananeira como material alternativo para adsorção de corantes em efluentes líquidos.



AGRADECIMENTOS: CNPQ,GRUPO BIOINORGÂNICA; UFC

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1.LOGHINOTTI, E., Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, 1996.
2.KIMURA, Irene Y. et al. Efeito do ph e do tempo de contato na adsorção de corantes reativos por microesferas de quitosana. Polímeros, Set 1999, vol.9, no.3, p.51-57. ISSN 0104-1428
3.SOARES, J. L., Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.