ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: CHÁS DE Mikania lindeleyana UMA FONTE ALTERNATIVA DE CÁLCIO E MAGNÉSIO

AUTORES: MARTINS, A. S (UFPA) ; CHAVES, M. D. L. (UFPA) ; BARROS JUNIOR, D. M. (UFPA) ; MÜLLER, R. C. S. (UFPA)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo verificar se o chá do sucurijú (Mikania lindeleyana) poderia representar uma fonte alternativa de Ca e Mg para o corpo humano. Para tanto, coletaram-se amostras de folhas de sucurijú do horto de plantas medicinais da EMBRAPA. Analisando-se os teores de Ca e Mg encontrados nos chás e comparando-se com os níveis indicados para o consumo humano diário desses elementos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde, pode-se constatar que apenas 37mL do chá do sucurijú forneceria 100% do que é recomendado para o consumo diário de Mg e 150% do que é indicado para Ca. A planta mostrou ter teores consideráveis dos metais disponíveis para extração nos chás, e dessa forma poderia ser considerada uma fonte alternativa desses nutrientes para o organismo humano.

PALAVRAS CHAVES: chás, mikania lindeleyana

INTRODUÇÃO: No que se refere aos medicamentos, os efeitos colaterais causados pelos fármacos sintéticos vem preocupando a medicina atual e estimulando o aproveitamento de substancias de origem vegetal. Para atender, a Amazônia brasileira oferece um apreciável potencial devido ao grande número de espécies disponíveis embora a maioria seja pouco conhecida e, ainda não pesquisada. O uso contínuo e compulsório de plantas medicinais pela população amazônica motiva a determinação da composição inorgânica dessas ervas. Sabe-se que um grande número de elementos minerais é essencial para a nutrição humana e desempenham funções especificas no organismo (FRANCO, 1998 & HARPER, 1982). Pode-se mencionar, como exemplo, o cálcio e o magnésio, que atuam na formação de ossos, dentes e tecidos (FAVIER, 1991 & BURTON, 1979). Dessa forma, este trabalho teve como objetivo verificar se o chá do sucurijú (Mikania lindeleyana), planta medicinal muito usada pela medicina popular para tratar dermatose, hepatite e inflamação, poderia representar uma fonte alternativa de cálcio e magnésio para o corpo humano.

MATERIAL E MÉTODOS: O material vegetal foi coletado no horto de plantas medicinais da EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL em dois períodos sazonais diferentes. Após passarem por um processo de seleção e limpeza, as plantas foram pesadas e secas em uma estufa até peso constante. Trituraram-se as folhas obtendo-se um pó fino. Para quantificação dos elementos na folha transferiu-se 200mg do pó para um tubo digestor, adicionou-se 4mL de ácido nítrico concentrado e 1mL de ácido perclórico concentrado, aqueceu-se em um bloco digestor até a completa dissolução do material vegetal e por fim aferiu-se para 50mL. Para o preparo do chá das folhas pesou-se 250mg do pó das amostras e acrescentou-se 50mL de água ultrapura fervente e em seguida filtrou-se extrato. A determinação de Ca e Mg foi realizada em um espectrofotômetro de absorção atômica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados listados na tabela 1 mostram o nível bastante elevado de cálcio e magnésio na folhas e chás de sucurijú. Pode-se verificar também que os teores dos minerais não tiveram uma variação muito grande de um período sazonal para o outro. Fazendo-se a comparação do teor de cálcio e magnésio nos chás de sucurijú com o nível indicado para o consumo humano diário desses elementos segundo a Organização Mundial da Saúde (400-500mg para cálcio e 300mg para magnésio), pode-se construir a tabela 2 que correlaciona o volume de chá que corresponderia a 100% do que é indicado para os minerais.





CONCLUSÕES: A complementação da dieta de sais minerais está relacionada com o consumo moderado de uma quantidade de chá, visto que muitas vezes populações de baixa renda ingerem quantidades inferiores de minerais, e dessa forma o chá de uma erva poderia diminuir essa falta de componentes inorgânicos na alimentação. A espécie sucurijú mostrou ter quantidades consideráveis de cálcio e magnésio disponíveis para extração nos chás, e dessa forma poderia ser considerada uma fonte alternativa desses minerais para o corpo humano.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BURTON, B.T.1979. Nutrição humana. Mc Graw-Hill do Brasil, São Paulo.

FAVIER, A. Les oligoéléments en nutrition humaine. In: CAPPUIS,P.(Ed) Les oligoéléments en medicine et biologic. Paris: Editions médicales Internacionales, 1991. cap.3, p. 41-74.

FRANCO, F.1998. Tabela de composição de alimentos. 9ª ed.,Atheneu, São Paulo.

HARPER, H. A., RODWELF, MAYES, R.A. 1982. Manual de Química fisiologica. 5ª ed., Atheneu, São Paulo.