ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE FERRO NO EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS DE PARIRI (Arrabidaea chica) POR ESPECTROFOTOMETRIA.

AUTORES: RODRIGUES, S.F.S. (UFPA) ; SILVA, M.M.C. (UFPA ) ; PANTOJA, S.S. (UFPA ) ; CASTRO, E.M. (UFPA ) ; LEITÃO, R. L. (UFPA) ; MENDES, A.S. (UFPA)

RESUMO: Extratos aquosos da erva Arrabidaea chica, popularmente conhecida como pariri, carajuru, crajiru, puçá panga, chica, são amplamente difundidos pela fitoterapia popular como um eficaz antianêmico. Sendo administrado 3 vezes ao dia via oral ou em casos mais graves, como substituto da água. O presente trabalho investigou o teor de ferro em extratos aquosos obtidos a partir de folhas adquiridas no mercado de ervas do Ver-o-Peso (Belém, Pará), através do método espectrofotométrico. Obteve-se uma concentração média de 4,86 ppm de ferro no extrato. Portanto, o pariri certamente é uma fonte suplementar de ferro, e desta forma pode ser utilizado como antianêmico.



PALAVRAS CHAVES: arrabidaea chica; ferro, espectrofotometria.

INTRODUÇÃO: Espécie muito comum na Região Amazônica, a Arrabidaea chica, é popularmente conhecida como: Carajuru, crajiru (principalmente no estado do Amazonas), puçá panga, chica ou pariri (no estado do Pará). Esta espécie pertence à família Bignoniaceae que possui 120 gêneros e 650 espécies que estão distribuídas na América tropical e África (ZORN et al, 2005). A espécie Arrabidaea chica trata-se de um arbusto de ramos escadecentes nativa em quase todo Brasil. Apresenta folhas compostas bi ou trifoliada, de folíolos oblongo-lanceolados, medindo entre 8-13 cm e flores campanuladas de cor róseo-lilacina, dispostas em panículas terminais (BARBOSA et al, 2005). O extrato aquoso de suas folhas é amplamente empregado pela fitoterapia popular como anti-inflamatório, agente adstringente, no combate a cólicas intestinais, diarréia sanguinolenta, leucorréia, anemia e leucemia, sendo seu uso mais comum o combate à anemia ferropriva, que pode ocasionar diversos problemas, como por exemplo, dificuldades respiratórias. A administração é realizada 3 vezes ao dia via oral, ou em substituição a água, em casos mais graves.
Extratos provenientes de produtos naturais, especialmente de plantas, são eficazes no tratamento de várias doenças segundo a medicina popular. O presente trabalho pretende do investigar a concentração de ferro no extrato aquoso de pariri, amplamente difundido na Região Amazônica como antianêmico, para avaliar a sua possível eficácia.


MATERIAL E MÉTODOS: Coleta: As folhas de pariri utilizadas neste trabalho foram adquiridas de três diferentes pontos de venda no mercado de ervas do Ver-o-Peso (Belém- Pará). Preparo do extrato: As folhas foram submetidas à secagem natural e, em seguida, trituradas. Pesaram– se massas conhecidas de cada amostra em béckers, em seguida acrescentou-se 1000 mL de água deionizada, em ebulição, a cada amostra, com o auxílio de um bastão fez-se a dispersão da amostra; cobriu-se com vidro de relógio e deixou-se em repouso por 3 horas (até o completo resfriamento). Estes procedimentos foram realizados para as folhas provenientes dos três pontos de venda diferentes, obtendo-se três extratos denominados de P1, P2 e P3. Determinação do teor de ferro: O teor ferro no extrato aquoso do pariri foi avaliado segundo o método espectrofotométrico (FREDDY & VAITSMAN, 2000), onde emprega-se soluções de cloridrato de hidroxilamina a 10 % para reduzir o ferro à forma divalente, ortofenantrolina 0,1 % como complexante e citrato de sódio a 10% para ajuste do pH. Foram avaliadas alíquotas de 5 mL de cada extrato, diluídas para 50 mL, este procedimento foi realizado em triplicata para cada extrato (P1, P2 e P3). Paralelamente, preparou-se uma curva padrão de ferro com concentrações variando de 0 a 1 ppm, fez – se as leituras das absorvâncias em 508 nm das soluções padrão e das amostras em um espectrofotômetro CELM E – 225 D.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A curva de calibração obtida apresentou boa linearidade com coeficiente de correlação igual a 0,9988. O limite de detecção do método foi calculado através da equação: [(3xds)/coeficiente angular da reta], obtendo-se o valor de 0,0005 ppm e o limite de quantificação foi calculado através da equaçao: [ (10xds)/coeficiente angular da reta] obtendo-se o valor de 0,0017 ppm. Onde "ds", em ambas equações, é o desvio padrão obtido nas 10 leituras realizadas para o branco. Após a leitura das absorvâncias dos padrões e dos extratos das amostras no espectrofotômetro, aplicando-se a equação da reta, obteve-se os dados apresentados na tabela 1.
Tabela 1- Valores médios de ferro nos extratos aquosos de pariri (Arrabidaea chica).


Os valores apresentados acima de P1*, P2* e P3* (tabela 1) são valores médios da triplicata realizada para cada extrato.



CONCLUSÕES: Com os resultados obtidos no presente trabalho, conclui-se que, certamente o extrato aquoso de pariri é uma fonte suplementar de ferro, portanto eficaz no combate à anemia ferropriva. Demonstrando também que a sabedoria popular deve ser aliada à farmacologia, sendo de fundamental importância para a obtenção de novos medicamentos

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARBOSA, P. A. E.; ASCENCIO, S. D. ; MARSON-ASCENCIO, P. G. 2005. Elaboração de parâmetros parciais para controle de qualidade, doseamento de ferro e de óleo essencial da Arrabidaea sp. (Bignoneaceae). In: IV Congresso Cientifico do CEULP/ULBRA, 2005, Palmas, 2005. p. 458-461.
FREDDY, C.; VAITSMAN.D. 2000. Análise instrumental, Rio de Janeiro: Interciências.606 p.
ZORN, B.; ALFONSO J.; GARCIA-PIÑERES,CATRO V.; MURILLO R. 2001;Mora Gerardo, Merfort I. Phytochemistry 56831-835.